Vícios e Virtudes
A Arte manifesta-se sem vícios ou virtudes em relação a si mesma. Uma vez criada existe por si, sem vaidades ou orgulhos, nem triste nem alegre, pode superar a sensibilidade e o talento do artista assim como suportar as críticas, sabe que seu papel é deixar-se ver, mantem-se humilde e serena. Deixa livre o coração e o pensar...
Vícios não: Experiências!
Os vícios que controlamos
viram virtudes.
Quando somos controlados pelos vícios
somos apenas viciados,
nada mais.
Por toda e qualquer mitologia vemos deuses com virtudes e vícios. As virtudes são desejadas, os vícios não são corrigidos. Em toda natureza, desde o leão caçar uma corça à formiga destruir uma plantação não lhes é imputado como erro, mas instinto. A única raça neste planeta que busca corrigir seus erros somos nós, os humanos e, ainda assim, nem todos.Talvez porque se achem deuses, talvez porque se achem animais.
O vicio regenerado posto sob o pedestal da virtude. O cálice abominável guardando um avental púbico exige que a noite ouça mais um desabafo das nossas bexigas, e as plantinhas recebam a chuva urinária daquilo que melhor soubemos preparar. Não podemos lavar as mãos, as torneiras não existem por aqui. Seca-se o rosto na vaga sensação da agonia. Vingar a intempérie do nosso juízo talvez fosse uma boa maneira de começar um auto de penitência. Seria uma “mea culpa”? Acho que está mais para uma “máxima culpa” e choramos depois de mijar na relva. Ainda bem! Torço pra não chegar o dia em que eu ouçamos o choro e sintamos o mijo.
Eu diria que admitir erro é ter caráter, pois caráter é ter soma de nossos hábitos, virtudes e vícios, índole ou firmeza de vontade.
Aquele que não sabe o que é vício e virtude, pode estar vivendo o vício no credo de que seja virtude.
Eu sei que tudo é vão, nada perene.
Pode o vício amanhã rir da virtude
E ser burlesco o que já foi solene.
Nosso corpo não pode ser culpado por nossos acessos de ira e outros vícios, afinal todas as virtudes e defeitos são originados em nosso espírito.
O veneno entra na composição do antídoto na mesma proporção que o vício entra no da virtude. Saber dosar os dois é o que vai fazer toda a diferença entre a vida e a morte.
Levada ao extremo, a castidade deixa de ser uma virtude e torna-se, se não um vício, ao menos um estímulo a ele.