Tag velhice
Mas, a marcha inexorável do tempo foi nos tornando velhos, e o meu amigo, de tanto fazer o bem, cansou. Seu coração parou.
Na Velhice
O último rosto a esquecer, é aquele que nos acompanhou até aqui.
O cansaço me colocou a dormir um pouco mais do que o habitual, o galo não cantou como de costume, danado não me despertou, causou-me estranheza, o que teria acontecido com o velho petrukio, nosso único galo no galinheiro. Quando fui pego pelo cheiro e um aroma delicioso que vinha da cozinha, era de bolo de milho e café, por certo não passa dás dez. Levanto, calço minhas chinelas surradas e a passos lentos vou espichando daqui e alongando ali até chegar na varanda, onde o café está posto na mesa grande, o sol pela janela lambe quase toda a varanda, o manto azul no céu doa aos pássaros a liberdade de ir e vir sem nenhum obstáculo, ouço um som de água borbulhando dentro da chaleira e da madeira a estalar no fogão a lenha, quase que atropelado pelas brincadeiras das crianças, penso, a algazarra está completa pelo pega-pega, pelos gritos e gargalhadas que ecoam nos corredores da velha casa, sinto-me regozijado pelo feito, então o silêncio sobrevém juntamente de uma tristeza sem fim, quando finalmente sou amparado e com suas mãos a cariciar meus cabelos, de uma voz doce e conhecida a me conduzir ao um grande tacho onde ela me banha todas as manhãs, diz-me o presente. O que meu velho anda sonhando acordado?
Contemplo, acaricio e beijo
o rosto enrugado...Castigado...
Cada ruga representa uma lição absorvida,
nas marcas do tempo,
no sorriso tímido
ou no doce olhar
a verdade dura, pode-se vislumbrar
nas mãos trêmulas, no andar cambaleante...
Percebo medo,
por um instante
corro pra te amparar...
A obrigatoriedade compulsiva de tratar os mais velhos de Senhor, tem sua origem na tentativa de esquecer que sob aquele corpo desfeito, está aprisionado um adolescente em pânico.
Aí você acorda e se olha no espelho e percebe seu rosto com rugas e marcas de expressão profundas... Dá um suspiro e se pergunta: - Onde foi que eu errei? Mas, a gente não erra, e sim ao nascermos viemos com o propósito de lapidar arestas mal resolvidas, e esse caminho, muitas vezes árduo e cheio de espinhos espetam nosso rosto e vão deixando cicatrizes que só na maturidade é que vamos entender e compreender o porquê dessas marcas de expressão... Tudo é transitório, tudo é efêmero e tudo se renova, tudo se desfaz, e a renovação celular entra em outro ciclo e nova vida se faz...
Ao longo da vida é prazeroso viver bem,
amores, festas, viagens,amigos por perto, formar uma família,
porém o que realmente importa e trás a verdadeira felicidade é você chegar a velhice em suas condições gerais com saúde, sorrindo e realizado e ainda com a certeza de ter feito seu melhor.
A fragilidade é natural por isso a trajetória deve ser bem planejada para estar feliz para não precisar mais conquistar e sim apenas usufruir de suas realizações e resultados.
Os pais carregam seus filhos, mas um dia seus filhos crescem se tornam homens e se esquecem que aquele homem ali na frente que envelheceu, que muitas vezes é ignorado, outras até insultado, ou mesmo abandonado e esquecido... é o homem, é o pai. Um dia a história se inverte, o filho se torna o pai, e olhara em um canto perdido do passado, e sentira o vazio, a saudade daquele homem que um dia foi seu pai. A saudade não é ruim, pior que a saudade é o remorso.
Eu vou passar a velhice escrevendo sobre minhas crenças e ideologias.
Por enquanto vivencio cada uma delas com intenção de um aprendiz.
Melhor morrer e deixar bens para outros usufruírem do que chegar à velhice desprovido de recursos financeiros e ter de depender - muitas vezes de forma humilhante e submissa - de parentes geralmente hostis no trato com o idoso. Muitas pessoas são classificadas erroneamente de avarentas quando na verdade são previdentes, tentando garantir um final de vida mais confortável e feliz para si, pouco se importando que outras pessoas venham a se beneficiarem de sua atitude durante a vida.
ESTAÇÕES DA VIDA
Ela era feliz com a vida que tinha quando ele cruzou seu caminho
naquela tarde encalorada da primavera da vida,
na juventude mal iniciada dos dois.
Sua felicidade aumentou de tamanho, mal cabia no peito.
De início se encontravam às escondidas,
faziam planos ousados,
casar, ter filhos, emprego estável, bens materiais.
o tempo passou...
o seu amor por ele solidificou
e numa tarde quente no final do verão da vida
ele a deixou...
mudou de casa,
juntou suas coisas,
a deixou desamparada.
Pobre menina
Ultimamente seu coração está apertado, dolorido, em frangalhos.
É que o amor bateu na porta, entrou em casa, trocou os móveis de lugar e foi embora.
Restaram a ausência, a carência, a saudade e a casa vazia de gente.
Restaram os móveis empoeirados na sala, encobertos com tecidos encardidos pelo tempo.
Um amigo lhe dissera que é assim mesmo, o amor às vezes nos prega peças, nos faz sofrer sem querer porque buscamos o melhor e ficamos na pior.
Vou trancar as portas do meu coração disse ela revoltada.
Desilusão dos sonhadores.
E ela ficava debruçada na janela daquela casa
olhando para o horizonte distante,
como quem procura respostas no lugar errado.
O tempo passou e numa manhã de frescor do outono da vida ele voltou, entrou pela porta do fundo e ela nem viu.
A porta estava trancada com correntes mas ele tinha a chave do cadeado.
E quando ela se deu conta os móveis já estavam arrumados,
a casa estava perfumada,
e lá estava ele sentado naquele sofá empoeirado a observá-la.
Ela olhou nos seus olhos e caiu em seus braços,
deitou-o em seu colo e pediu para que ele ficasse.
E sonhou...
E chorou...
E sorriu...
E ele fez promessas vãs.
E ingênua que ainda é.
tem a esperança de se casar no próximo inverno,
num asilo qualquer.
Não sentirei falta dos amigos, mas da infância. Não sentirei falta da juventude, mas dos momentos, não sentirei falta da velhice, mas da VIDA !!!
Não sentirei falta da vida ! mais do eterno.
Agora sim estou completo.
Coisa de melhor idade
Depois dos sessenta
Velhice para muitos
Para outros um ansião
Tem quem diga,
Um velho "sabão"
Quem sabe, sabe e .
Paciência imperdível
Tarefas cumpridas
Alegrias bem vividas
Todo o tempo que é
Vivendo dia por dias
Desfrutando do tudo
Abraçando o mundo
Correndo atrás de tudo
Cuidando de todos
Mas hoje é especial
E muitos anos virão
Pois velhos seremos
Com muita emoção !!!
O tempo ... Ah, o tempo!
Certeiro e implacável vai modificando aos poucos toda uma vida, sem ao menos percebermos.
Envelhecer!
Nos permite olhar as coisas de um jeito diferente e, assim, compreender de modo mais amplo o que a vida nos impõe.
Envelhecer minuto a minuto ... É assim que todos estamos.
As vezes com alegria, as vezes com tristezas.
E sempre com os dois.
“Mas se hoje,
Na tua juventude, prefere o” ter “que o “ser”,
É aconselhável que guarde teus bens,
Afinal, no futuro, na velhice,
Gastará muito, pra comprar quem irá te acompanhar.”
Olhou seu rosto marcado no espelho, analisando cada espaçamento criado pelo tempo. Questionou-se - “quando aquilo lhe aconteceu?” Sentiu a tristeza da velhice, o sentimento mórbido de quem conta os dias ao encontro da morte. Não lembrava como fora antigamente, mas nas fotografias sorria um jovem forte e saudável. “Eu queria tudo, queria que o futuro chegasse rápido, perdi a beleza do presente. Hoje nada mais existe do antes, as pessoas, os lugares. Tudo se foi, até mesmo eu.
Que mais alguém poderia escrever sobre o tempo?
Ora caminha a passos largos e ora caminha lento,
Num momento é silencioso e noutro barulhento,
Cura o amor perdido e apaga o encantamento,
Enruga a pele ,envelhece o corpo em movimento,
Mas dá sabedoria , generosidade, amor ao próximo
E maior beleza de todas : a que vem de dentro
Morreu enquanto ainda dava tempo
Desenristou a mão e encostou-a ligeira ao peito
como quem apalpa, apertando forte, uma banda de carne embalada à vácuo
dessas que ficam em prateleiras em balcões frigoríficos nos supermercados
Dedilhou o ar e esfregou os dedos uns nos outros para sentir se tato havia
e se fim dava àquela dormência que o acometia a mão esquerda.
Arranhou a pele umas duas ou três vezes
para ver se o sangue ainda corria pleno em suas veias
fazendo fértil o terreno de seu coração.
Fértil como aparenta estar a terra quando bem irrigada,
em uma bem cuidada plantação.
No caluniar da escuridão da morte parou, e se arrependeu de tudo!
Parou, por que não tinha como não parar.
Se seguisse em frente talvez lhe faltasse pernas para chegar.
Aos cento e quarenta e sete anos pediu, quase implorando, que o deixassem ali.
Apoiou a língua já quase sem movimento no chão da boca
e gritou de dentro pra fora bem alto:
- Todo mundo parado! Ninguém faz nada! Ninguém se mexe!
Ele parecia estar negociando com a vida e com a morte ao mesmo tempo
Ninguém interviu.
E antes que todos dessem conta, ele morreu, enquanto ainda dava tempo.
O tempo? Há o tempo! Que não perdoa a ninguém, que leva a todos arrastando-os de uma maneira ou de outra, o tempo que a ninguém espera, como podes, como tens tanta coragem de ser assim, olho para o espelho e me vejo um menino, por um segundo pisco os olhos e me vejo um adulto de 31 anos, se eu piscar novamente verei então um velho!. O tempo é o espaço da vida, para uns curto e para outros longo. Eu contei e contei e entendi com minha própria inteligência que o tempo mesmo passando igualmente todos os dias, está rápido! Quisera eu não ver estes dias maus de minha vida, quisera eu observar o oculto e entender como esse tempo uniforme para todos os dias, são abreviados, como pode 1 ano ser um dia de ontem que se foi. As noites terrenas tem sido árduas, os dias melancólicos, e a vida vai passando em altos e baixos, entre problemas parcialmente resolvidos por soluções que talvez nem nos tivemos a ideia, e assim somos levados a resolver pelo arrastado da vida, o tempo nos leva como as correntezas de um rio furioso que a ninguém espera. Agora só me resta ainda viver enfadonhamente ate o ultimo dia de folego da minha vida, quando finalmente verei o tempo me findar.
Quer saber de uma novidade?
Vou contar, não conte a ninguém
Passa um, passa dois, passa sessenta,
Todas passas tem as suas rugas,
Marcas que a vida lhe convém
Voce pode contar comigo?
Conta um, conta dois, conta três,
Podemos continuar contando,
Já somos todos contadores,
De histórias, pescadores,
Professores, administradores,
Mas hoje eu já me aposentei.
Meu jardim tem muitas flores
Tem Ana e tem Sara, e lindas
Já são flores de minhas flores
Geradas de um broto rosa
Que com muito amor reguei
Seu jardim também as tem
São tão belas quanto as minhas
Novas flores serão bem-vindas
Agradeço a Deus...AMEM !!!
As marcas do tempo em nossa cútis não representa a velhice, mas tatuagens de uma vida que pode ter sido de muito trabalho
O tempo passou como passa todas as coisas. Um dia percebi que havia muita gente velha próximas a mim.