Tag solto
As pessoas que persistem em julgar os outros, compram continuamente o que é falado e permitem exclusivamente a sua visão egocêntrica dos factos.
As espirais descendentes acontecem, mas quando a descida é tecida no modo de queda livre, é bom ter-se a certeza de que se sabe utilizar o pára-quedas.
Existem pessoas que pensam e que agem como se fossem o epicentro do Universo, sem se aperceberem que cada vez mais se afastam do espaço cósmico.
Quem trabalha para danar a vida dos outros, nem sequer possui a perceção de que a sua passa em branco e a correr.
Como a dos alcoólicos anónimos, haveria de existir uma estrutura para os de amizade não correspondida. Quando os seus olhos nunca nos viram. Quando partem depois de terem chegado. Quando os seus gestos começam a esquecer-nos. Quando querem o que não dão. Por aí.
Alguém se deixou matar pelo ontem. Pensou que estava na vida, dentro do seu novo eu e, no entanto, descobriu um então.
Como o pequeno-almoço a olhar pela janela.
Hoje a madrugada fundiu-se na manhã.
Talvez dois minutos de silêncio, mas são o suficiente para um trovão cortar o ar.
Todo o número par, maior do que dois, é a soma de dois primos gémeos. Assim sendo, todo o número par - que separa um par de números primos gémeos - funciona apenas como um ponto de referência, não interferindo na fórmula ou equação.
Um pensador tem vários desconhecidos dentro de si. Cada desconhecido é barra de código de um anónimo e relativo a todos os outros. O anónimo identifica-se sutilmente nas siglas de mais alguns. Numa representação esquemática, o conjunto formado revela-se fechado, porque o pensador é só um, unido por todos os detalhes - iguais e diferentes - no todo das partes e dos espaços de cada um.