Tag reencontro
Há reencontros de alma que nunca serão compreendidos pelos convencionalismos humanos. Claro que isso não deve ser uma desculpa para a irresponsabilidade de prejudicar planos que talvez levaram décadas de preparação, mas almas intimamente ligadas jamais se desconectarão de verdade. O tempo vai passar e o pensamento sempre vai alertar o ser de que uma parte de sua história milenar está vivendo uma vida no mundo.
REENCONTRO
Quis escrever sobre mim. Não me achei.
Fui me procurar. Não me encontrei.
Eu estava perdida entre as minhas ilusões.
Entre os sonhos e devaneios deixei minhas sensações.
E, na ausência de quem fui, fui, de mim, um divã.
Meu afã.
Eu fui minha própria vilã.
Não!
Não foi possível ser eu!
Tão longe de mim eu estava,
Que aos poucos eu não me encontrava.
Alucinei. Gritei. Esbravejei.
Fiz baderna, algazarra.
Eu chorei.
Ganhei forças, reagi, resisti.
Voltei à tona.
A mim reencontrei.
E eu me amei.
E no amor entre mim e quem sou,
Descobri que só sabe de si
Quem verdadeiramente amou.
Nara Minervino
Viveu o maior amor do mundo: paixão intensa, amor pleno, compatibilidade elevadíssima, códigos cabalísticos altamente harmoniosos, mesmos planos, mesmos sonhos, projetos pessoais que se encaixavam, olhares que jamais se perdiam. Mas as contingências da vida os separaram, num daqueles contextos em que as forças externas vem com força irrefreável e contra a vontade de ambos, impuseram uma realidade em que precisariam viver separados pela força irreversível da morte. Passou o tempo. Nova reencarnação surgiu. Mas ainda não era o tempo de continuarem o que foi interrompido antes. Primeiro, precisariam amadurecer com outros amores antes de conseguirem terminar o que começaram. Estavam então casados com outras pessoas. Só que em função de um daqueles reencontros inesperados, trocaram olhares e sem entender por que se sentiram tão impactados - não lembravam da vida anterior, mas a alma ressoava a saudade - passaram a sentir um desejo inexplicável de estar um com o outro. Porém, fazia parte dos desafios daquela vida, se encontrarem e se conterem, evitando a precipitação de se desconectarem da responsabilidade assumida com outras pessoas. E sem conseguirem evitar - sem quererem evitar - se entregaram à continuação desejada, mas extremamente danosa para aquela encarnação. Se conseguissem esperar e honrar os compromissos já assumidos com aquelas outras pessoas chave, poderiam, no futuro da próxima existência, viver um relacionamento que naquela altura sim, seria a manifestação da perfeição. Mas ao não conseguirem vencer a paixão descontrolada, acabaram por criar mais necessidades de reajuste do que precisavam. E embora não possamos julga-los, é imperioso que priorizemos nossas responsabilidades, sempre. E acredite: esse tipo de história real se repete todos os dias no mundo.
Um dia, quando a hora chegar, você fara da minha força a sua! E tudo aquilo em que você não acreditava, vai acontecer! E todos aqueles sonhos que pareciam impossíveis, vão se realizar! E juntos como se fosse um só, iremos caminhar diante da vitória! E nosso prêmio? Nada mais justo que nossa Felicidade!
Ferrugem
A porta fechou,
Eu admirei as estrelas.
Em minha casa,
Que não tinha teto,
Os vagalumes iluminavam
A noite habitante dos cômodos.
Eu andei
Há dois passos de mim,
Meu corpo adormeceu.
Em minha casa,
Que não tinha teto,
A relva do sereno conserva
O orvalho das janelas,
Declinantes a crepúsculo.
O vento trouxe resquícios
Do tempo que vivido foi.
A matéria escura
Que em meus olhos viste,
O meu corpo dominava.
Há dois passos de mim,
Perece a'orta
Onde flores mortas
O sangue amargo regara.
Retorno à casa,
Que pintura falta,
Retorno à carne,
Onde acalento precisa,
Volto a vida que estéril corre
Nas mãos do relógio.
Volto a mim,
Em manutenção.
É legal encontrar alguém que aceite você como é, faz bem.
Agora, encontrar alguém que procurava alguém exatamente como você é... aí é de perder o fôlego.
O Destino quando gosta de um casal,dá sempre novas chances e facilita coincidências...Mas quando não gosta, as pessoas podem até morar na mesma casa mas nunca se encontram.
Reencontro
Os dias eram assim
Horas, minutos, segundos passavam,
E o que mais me impressionava
Parecia não ter fim
Aqui dentro é como um turbilhão
Palavras se remontam a todo instante
Muitas vezes me levando a beira da escuridão
Consciência viva, mente inquieta
Corroíam em meus versos a perda de uma meta
Me destruía... chorei, relutei
Quando percebi, fiquei preso em meus problemas.
Esquecendo do meu propósito, assim si tinha um dilema
A dor foi se alarmando, perdendo o sentido que me trouxe ate aqui
E quando olho pela janela, não enxergo nada, não encontro solução,
Assim me obrigando, a olhar pra dentro do meu coração
PAREI, RESPEREI e LEMBREI
Esta no ar, o principio me aprisionou
Tomando de mim minha essência, minha razão
Fazendo esquecer, o que sempre eu realmente desejei
Que é estar no momento que sempre almejei
É no agora, que foi me dado o presente
Então vou fazer valer a pena
Me agarrar em meus sentidos, colocar em ação
Ampliando e construindo, uma nova visão
a arte me escolheu
Expressar com palavras, sobre a imagem
de tudo aquilo que me deu
uma alma, um corpo,
um lugar pra poder respirar,
compartilhar conhecimento
mas não falando so da dor
porque de problemas, já basta a falta de um amor.
Me encontrei, estou de volta
Com um simples sorriso
Me faz entender que a razão
Me da força pra sua missão.
Gratidão
Poetizando-me
E se eu ficar sentimental?
Eu te dou meu colo.
Se eu me perder nos pensamentos?
Prometo ir te buscar.
E se eu não estiver com vontade de conversar?
Fico em silêncio ao teu lado.
Mas se quiser e precisar chorar?
Faço chover para te ajudar.
E qdo eu tiver crise de riso?
Te faço cossegas pra você não mais parar.
E se der vontade de andar por aí?
Seguro na sua mão e caminho ao teu lado.
Se eu não conseguir parar de falar?
Meus ouvidos sempre estarão prontos pra te escutar.
Se o medo me rondar?
Canto pra você até ele te deixar.
Se me sentir meio perdida?
Te abraço até fazer se lembrar quem tu és.
Se o sono me abandonar?
Mantenho meus olhos abertos até os seus se fechar.
E se eu resolver ir embora?
Vou ficar triste, mas compreenderei que te prender não vai te fazer plena e feliz.
Se eu decidir voltar?
Se decidir voltar, saberei que em todos os instantes que vivemos, fui importante pelo menos um pouco pra me tornar seu porto seguro.
Pote de Vaga-lumes
Lá está o seu tesouro.
O seu Céu. O seu coração.
A Luz nunca se apaga.
O que apaga é o pavio.
Existem outros tesouros,
No céu que foi realizado.
E que todos os dias.
Acordas, levanta para trabalhar
E manter para manter.
O próprio céu particular.
As vezes; as luzes demoram
A se ascender. Mas não existe
Nada além. De ausência da luz.
Em um próximo momento.
Poderá reencontrar a mesma luz.
Que gira envolta da sua constelação.
Do tesouro. Que vendeste tudo.
E compraste aquela terra que só sua.
Mudam-se os pavios.
A luz não muda. É Eterna.
Existem outros tesouros que foram,
Lavrados nessa terra. É que podem ser
Reconhecidos. Como vaga-lumes dentro
De um pote de vidro.
Umas luzes escapam. Mas estão sempre,
Em volta do pote que as guardou.
E cada um possui seu pote.
Cada um possui seu pedaço de céu.
E quando sofre. É porque; tem medo
De perder a terra que cultivara.
Durante toda a Vida.
E esse medo. É apenas, a noite da
Alma. Que; quando novamente
Desperta. Entende que não existe
Separação. Mas somente até logo.
Porque, o que se foi. Foi apenas o
Pavio. A luz, está livre e impressa,
Em todas as nuances que foi
Realizada naquilo que conhecemos,
Como tempo e espaço.
E sem todo o corpo para preencher.
Sobra energia vital. Para percorrer
Todo o universo. E visitar novos mundos.
Mas sem esquecerem daqueles, que
Um dia. Escolheram para caminhar
Juntos essa terra. E guardaram esse
Tesouro no coração.
O que fica. São apenas pavio.
Que manteve a chama acesa.
Dentro do pote de vaga-lumes.
Marcos fereS
A mulher rica e seu filho picolezeiro.
O reencontro
Em uma estação,
Ainda muito pequeno,
Mas, já trabalhando como sorveteiro e o que mais pudesse me render algum dinheiro.
Caixinha de isopor nos ombros.
Garganta afinada e ladainha decorada:
-Olha o picolé! -olha o sorvete minha gente!...
Vendia muito e o dinheiro arrecadado levava para o orfanato de onde eu saia todas as manhãs para trabalhar.
Em uma tarde de quinta feira;
Se bem me lembro,
Passava das 14 horas.
Aquele sol escaldante;
Aquele raio de luz me deixava ofegante.
Estranhamente, de mim se aproximou uma senhora;
Segurou-me pela mão
E pediu-me um pouco de atenção.
E sua história a mim, foi falando.
Menino,
Nem seu nome eu sei;
Desconheço tua moradia,
Mas percebo em ti um coração gentil e inocente.
Permita-me contar um trecho de minha história?
Eu era uma casta menina;
Menina do interior,
Fui rejeitada por meus pais,
Fui maltratada pelos irmãos.
Fui odiada pelas redondezas.
Somente porque amei demais.
Conheci um jovem lavrador,
Homem forte e trabalhador.
Pele queimada pelo sol,
Gentileza era um de seus atributos.
Vivia com seus pais,
Pessoas ignorantes, sem estudo e sem cultura;
Para eles, tudo se resolvia a base da gritaria.
Namoravamos escondidos;
Nossos encontros eram intensos e cheio de promessas;
Fizemos juras de amor e não imaginavamos que pudesse haver muita dor.
A minha familia dediquei anos de amor, trabalho e gratidão;
No entanto, o troco que tive, foi desprezo, desrespeito e falta de compreensão.
Por não ser respeitada e devidamente amada,
Resolvi fugir para bem longe dali;
Deixando meu grande amor para traz,
Levando dentro de mim,
Uma eterna dor.
Parti para a cidade grande, em busca de uma vida melhor, mas nem sempre os sonhos de uma menina leiga, conseguem se concretizar.
Chamaram a polícia,
Noticiaram meu sumiço nos jornais.
Mais nunca me encontraram
Em busca de trabalho, conheci um casal de recém casados e com eles fui morar.
Para aquele amor deixado para trás,
Escritas minhas incontáveis e sem respostas, cansei de enviar.
Percebi,
Que ele não me amava o suficiente de maneira a vir me encontrar.
O tempo passou, e para aquele casal, continuava a trabalhar.
Até que um dia, a moça recém casada, decidiu fazer uma viagem.
Nos trinta dias em que ausente ela estava,
Aquele homem, seu esposo, Invadiu o meu estreito quarto e de mim se apossou.
Vedou minha boca com uma de suas mãos,sem saída,
Passada e sem chão eu fiquei.
No início, para mim foi uma tortura, mas com o passar dos minutos, por aquele homem gentil e carinhoso me apaixonei.
Cada toque, era um arrepio.
Manso, Sereno e por mim apaixonado.
Meus sentimentos afloraram e pensei estar vivendo um eterno romance.
Todas as fortes tempestades que passei,
De repente, se tornaram uma garoa morna e fina que caia em noites de inverno.
Todas as noites,
Dormia em seus braços como uma meiga e desprotegida menina.
Nunca recebi tanto carinho e atenção.
Ele foi o primeiro que me tocou e em meus ouvidos só fazia juras de amor.
Sem conhecimento algum,
Só queria ser amada,
Levada pela carência,
Entreguei-me aquele homem, de corpo, alma e coração.
Mas nem tudo é para sempre, ainda mais, um amor proibido.
Ao retornar de viagem, sua esposa algo estranho cismou.
E para piorar a situação, Grávida eu já estava daquele homem.
Meses passaram-se.
Dias e noites chorei, por não tê-lo mais a meu lado e não saber do futuro que não desejei.
Aquela mulher,
Percebendo minha barriga crescer sem parar,
Parecia que ela ja sabia do pecado que lhe rondava.
Contei,
Contei tudo que tinha acontecido,
Pois medo da verdade eu não poderia mais ter.
Ao ouviu minha história, calada e chorando ficou.
De joelhos pedi perdão. Implorei-lhe para que não me expulsasse daquele recinto.
Muda, sem voz ela chorou, jurando que não iria fazer mal a ninguém.
Meu filho nasceu.
Menino sadio, de olhos claros como o verde de grama sintética.
Coloquei nele o nome de meu pai.
Mesmo desprezada por ele, sempre o amei.
Mário José.
Menino valente, crescia sorridente como sementes em terras férteis.
Numa manhã gelada,
Um estouro no andar de cima.
Aquela mulher,
Tirara a vida daquele homem por minha causa.
Tomada por ódio,
Me expulsou de sua casa me deixando na rua com um pequeno inocente nos braços.
Os dias se passavam,
Bateu a fome, a sede e o desespero e eu na rua com aquela criança, não podia cria-lo.
Doei aquele bebê...
Sangrando e me sentindo quase sem vida, entreguei-o a um casal e nem olhei para trás.
Queria fugir da realidade mais na verdade ela sempre estava comigo.
Chorei prantos, nossa como chorei!
Chorei lágrimas de sangue e quanto mais eu chorava ,mais minha alma entristecida ficava.
Sempre acompanhei aquele menino de longe, mas não tinha como nele chegar, pois condição nenhuma eu tinha de criar.
Doze anos se passaram, e dessa cidade precisei mudar,
Mas sempre tive na mente, que um dia com meu filho eu iria estar.
Muito trabalhei,
Hoje sou uma empresária bem sucedida e
nada me falta.
Com muita luta e perseverança, venci.
Ao olhar para ti lembrei daquele menino que um dia aqui deixei.
E Você menino!
Tem ideia do que é passar por isso?
O menino responde:
- Minha história é bem semelhante a sua.
Meus pais adotivos morreram e em um orfanato eu vivo.
Meu nome é Mário José, essa coincidência não te diz nada?
A mulher já em prantos de um salto se levanta e começa a chorar.
Não chore minha mãe,
Sou seu filho,
E agora, faremos de nós, uma nova história.
Tudo o que o mundo nos tirou, Deus em sua infinita misericórdia nos uniu e abençoou.
Me dê logo um abraço,
Pois ele,
Será o primeiro que na vida eu vou ganhar.....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa
Passaram dias,
Muitas horas,
E quando reencontrei,
Os dias voltaram,
As horas pararam,
Passaram olhares,
Vontades milhares,
Dos muitos beijos,
Sem volta
eu escrevo como um louco, sem ambições, sem pretensões além de calar os gritos da alma, por pra fora tudo que me explode o peito... sem em hipótese alguma deixar de dizer o que sinto, amargando a consciência de que mil vidas não são suficientes para expressar tudo o que sinto e que poderia ser dito em toda sua plenitude em apenas mais um beijo...
mas ela precisa de mil vidas pra me entender,..
tarde demais pra mim, nessa louca roleta russa do universo, só tenho uma última munição restante, eu não vou voltar, ninguém vai..
Adeus...
Até me espatifar
me lanço no abismo profundo que me habita
passarei rente aos penhascos rochosos de mim mesmo,
até me espatifar no chão do Amor que nunca vinga,
lá me farei semente e brotarei como espinhosa flor de sonhos que não são..
O resto é "mimimi"
saudades
rima com loucura
quando aperta
loucamente
quem sente
não fica de frescura
disfarçado ou
abertamente
dá um jeito
de demonstrar
se vira
procura..
Medo
e de todos os medos
o que mais assusta é
o medo de se entregar
pois é onde mais
se tem à perder
tanto ao se entregar
como ao deixar
de se entregar...
as opções
as vezes
elas simplesmente
não favorecem...
eu mergulho de cabeça...
mesmo com medo, eu mergulho..
Resignação
queria gritar
mas, estava
com a alma
cansada demais
de não ser ouvido
resignei-me ao silêncio..
Pra sempre direi nunca
nunca em teu peito
farei morada,
como do meu
faço morada sua,
nunca dormirei
no aconchego
dos teus braços,
e te ofereço os meus,
nem poderei brilhar
tempestades
da calmaria
dos seus olhos,
e brilhas tempestades
da calmaria dos meus,
nunca fará
de meus olhos
janela da sua alma,
não como faço
dos seus...
janela perpétua
de minha alma..
se pudesse
com seus olhos
ouvir o som
das minhas palavras,
e com seus ouvidos
ler,
meus versos
borrados e sem rima,
saberia que
meus sonhos
fizeram gaiolas
para si,
e como
pássaros tristes
cantam lamentos
dia e noite,
querendo voar
até seu peito,
saberia que
eu não busquei
que fosse você
quem
me faria sonhar...
se você pudesse
dar ao menos,
um beijo
no menor
dos meus
sentimentos,
eu não diria
a palavra nunca,
nunca diria..
O silêncio dos que não são
há pouco falei com o céu escuro,
haviam perguntas esquecidas nas estrelas que dormiam
não houve resposta, pelo menos não que alentasse meu coração
uma estrela que se apagava e acendia continuamente,
abriu a boca e me disse um universo de nadas
a lua, ou dormia, ou simplesmente me ignorava,
voltei para meu quarto solitário, frio e pouco acolhedor
em frente ao espelho não havia imagem alguma, para onde fui?
minha cama não me convidou para que me deitasse
apago a luz
a sombra de um homem vai se recolher ao silêncio dos que não são..
Bagunça
ela como folha de papel em branco
Poesia sem início, nem meio e nem fim
o sonho dele passou a querer ser um lápis
ela de alma limpa, um livro a ser escrito,
ele sabia escrever palavras bonitas
mas deslumbrado com sua alma
não conseguia juntar as palavras
ela intensa como um universo
ele possuía estrelas em versos
o brilho dos olhos dela o desconcertava
ele não conseguia tecer as constelações
ela, tudo o que ele precisava
bastava ele organizar tudinho
ele, mais bagunçado do que organizado
ela em conflitos próprios
internos, sem palavras
disse-lhe o que vai fazer?
ele, assustado
entendeu que ela iria partir
e sem palavras
lhe disse que não sabia
o que fazer
ela, entendeu
ele a lhe dizer
me vou embora
e tal bagunça
bagunçou as vidas de ambos
uma eternidade de tempo depois
encontraram-se
arrumaram a bagunça
ele então disse-lhe
que sentia-se insuficiente
que ele era esse caos
essa bagunça
mas que a Amava
com toda sua alma
pediu que ficasse
tudo que ele queria ouvir
era ela dizer que não se importava
de continuar folha em branco
de continuar livro a ser escrito
não se importava de ele tecer um universo em caos
que não se importava fazer parte de uma bagunça
mas não sabia explicar o porquê,
se entristeceria muito em ir embora
no entanto
ela achou tudo muito complicado
e simplesmente, foi embora..
No corredor da morte
quais palavras buscar para expressar o abortar voluntário dos sentimentos que dão vida as flores
nada que se diga esclarece o que parece ser, mas não é
é deste arremedo de poema de onde as letras sangram que meus sentimentos expressam um silêncio a dizer que Te Amo
se soubesses o quanto me dói, rasga a alma escrever tais palavras, expressar os gritos de minha alma
posto que o Amor foi tudo que expressei, e não foi suficiente, bem disseram que o Amor vai muito além do que pobres palavras podem expressar
ainda assim, tal qual o último pedido de um condenado no corredor da morte, suplico-lhe
atente seus olhos a onomatopeia dos meus versos rotos
não é a alma a busca do reencontro onde de dois se tornam um e um de dois?
como, quando e porque nunca importa
vê, ouve o silêncio no desabrochar das flores, sinta o aroma no abrir das pétalas
a suavidade do pólem que escapa ao toque da borboleta e sobe rasgando o firmamento chegando as estrelas e as fazendo sorrir
eis que tua divindade se faz presente, te venero
como um sacrílego, temo olhar-te, muito menos tocar-te
no entanto, tal qual uma divindade, em ti sinto o desprezar pela morte, sinto em ti o tempo como um eternizar este sentir
não serei mais um dos que morrem enquanto Amam e deixam versos na alma sem expo-los a sua Amada
cada sentir, tu o saberás, enquanto seus ouvidos estiverem abertos a ler-me
jamais enterrarei em minha alma e meu coração, o mínimo sentir que seja..
QUEM ME DERA NUNCA TER TE CONHECIDO.
Mas, se nosso encontro não acontecesse talvez, não saberia que é possível amar outra vez.