Coleção pessoal de Madasivi
Sem obrigação, leia-me,
Sem protocolos releia-me,
Sem compromisso da capa à contracapa,
Folheia-me,
Nessas horas,
Nesses dias,
As linhas dos livros,
As músicas através de streaming,
As reflexões noctâmbulas,
Trem sem comiseração,
Só não leva o que está aqui dentro,
De um vagão peito,
Trilho coração,
Trem sou,
Não importa,
Ninguém quer o que você quer,
O que ninguém quer é o que importa,
O que não importa você não quer,
E entre o vento mais alto e o mar,
Está a gaivota que plaina,
Faz seu voo rasante e fisga,
Faz nascer um peixe voador,
Lá vai ele em seu voo único,
Para depois morrer um peixe nadador,
Enquanto o vento faz a curva e passa com tudo,
Tudo passa,
Passa daquele jeito,
Jeito que nem pega,
Passeando por estas linhas plácidas que se formam,
Linhas mal escritas,
Mal por vontades destes meu dedos incapazes,
Instantes relâmpagos,
Que riscam na mente,
Como clarões das máquinas de fotografias,
Lembram tantas saudades vivas,
Gotas cinzas,
Nesta tarde ordinária,
Escrevem no espaço,
Entre chão e céu,
Um instante,
Cinzento molhado,
Minha certeza de hoje,
Voa tão rasteira,
Que estou com certezas répteis,
Voando com bafejos leves,
Acordando as gramíneas,
Agarrando este chão espezinhado,
Rastros de um futuro,
Que sem trégua,
Vai,
E chega,
Nem tão devagar,
E passa,
Nunca abstrai,
E por muitas vezes,
Dói,