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A minha última imagem dela foi ela se afastando e entrando no meio da multidão e a partir dali ela se tornou pra mim nada mais nada menos que uma pessoa qualquer.
Sou de Muitos Feitos
Sou das folhas que caem,
Do sol que queima,
Da chuva que tempera a terra.
Sou do ar que dá vida,
Do suor que batalha,
Da multidão que trabalha.
Sou da flor que brota,
Da raiz que fica,
Do tronco que não se entorta.
Sou da porta aberta,
Da chegada e partida,
Da alegria e despedida.
Sou do mundo inteiro,
Do canteiro, jardineiro,
De quem perfuma e adorna.
Sou de muitos feitos,
De quem tem defeitos,
De quem erra e acerta.
Sou da fé que persiste,
Do Deus que em mim há.
Da prece que me fortalece,
Do bom da vida,
Da vida que me faz amar.
Assim que muitos homens se encontram juntos, perdem-se. (...) Todo o homem, em meio à multidão, converte-se noutro - mas pior. Nas multidões, a união é constituída pelos inferiores e fundada nas partes inferiores de todas as almas. São florestas em que os ramos altos não se entrelaçam, mas apenas, em baixo na escuridão, as raízes terrosas. Todos perdem o que os torna diferentes e melhores, enquanto o antigo rústico - que, entre obstáculos, mordaças e açáimos, parecia aniquilado - acorda e ruge.
Em todas as multidões, como em toda a Humanidade, os medíocres são infinitamente mais que os grandes; os calmos, mais que os violentos; os simples, mais que os profundos; os primitivos, mais que os civilizados; e é a maioria que cria a alma comum que imbrica e nivela todo o agrupamento de homens.
Mas há em cada um de nós, mesmo no maior, um eu inferior, antiquíssimo, bestial, infantil, esquecido, renegado, oculto, refreado - amortecido, mas não morto. Quando os homens se reúnem em multidão, o eu superior anula-se e os inferiores, despertados, reconhecem-se e assumem a supremacia.
Ser cristão é feio, ser muçulmano é feio, ser hindu é feio. Todo ser humano tem que ser ele mesmo, apenas ele mesmo, simplesmente ele mesmo. E deve se
lembrar que está assumindo um grande risco quando declara que é simplesmente ele mesmo. Não pertence a nenhuma multidão, a nenhum rebanho. Estes são todos rebanhos: hindus, muçulmanos, cristãos, comunistas. Ele, por sua vez, está se declarando como indivíduo, sabendo perfeitamente bem que é arriscado. A multidão pode não perdoá-lo em absoluto, mas é belo assumir o risco de seguir em frente a cada passo perigoso. Quanto mais perigosamente se vive, mais se vive. E é possível viver toda a eternidade, em um único momento, para aquele que está pronto para viver na totalidade, arriscando a tudo e a todos."
Osho, in O Livro dos Homens
Multidão de Solitários
Jamais saberemos a visão que os outros tem do mundo, vivemos presos dentro de nossa casca e nela criamos nossos conceitos, fazemos nossos julgamentos, alimentamos nossas expectativas, só deixamos entrar o que nos é conveniente e só mostramos a ponta do iceberg. Cabe a nós apenas imaginarmos como os outros enxergam as coisas, vivemos uma constante visão deturpada da realidade alheia, montamos a pessoa dentro de nossa própria cápsula, construímos ela a partir de estereótipos prontos na nossa cabeça, minimizamos o extremamente complexo para que caiba na nossa ilha, uma multidão de solitários presos em seu próprio mundo.
Achei-me sozinha, no meio da multidão
Mesmo aborrecida não perco a capacidade de amar, sei fazer o jantar para o irmão que não está falando comigo, sei distinguir o que é superficialidade e valores, sei ficar atormentada por uma tristeza pungente.
Não me arrependo um segundo das coisas que faço, isso é ruim, não tenho alma nobre e sempre acho que mereço ser resgatada. Tem dias que me sinto muito melhor, outros estou bem impaciente.
O sorriso só me faz recordar tudo que eu perdi, o sofrimento da derrota é sempre mais avassalador e infindável que a alegria da vitória, a gente se esquece dos momentos felizes e foca nas tristezas.
Não vou forçar nada, nunca fui de forçar, nunca fui de proibir namorado de sair, nunca fui de colocar ordens no amado, eu apenas gosto de me sentir respeitada sem precisar cobrar por isso.
Muitas pessoas, quando passam por um evento profundo e traumático, como ter a vida em risco de alguma maneira, mudam sua escala de valores, mas eu continuo minimizando as coisas, continuo maximizando os problemas, continuo achando que eu me sinto só por culpa do mundo.
A vida da gente muda de repente, é pra frente que se anda, apesar de tudo. Coloco-me no lugar do outro, tornei-me sincera para mim mesma, estou longe para entender porque me sinto só, mas sei que o problema está no meu mundo.
Mantive o perfume, não sei, mas quando me sinto cheirosa a autoestima aumenta. Vivi situações de estresse e acabei me fechando simetricamente, fiz de cada dia um dia especial, existem maneiras diferentes de viver eu teria que a prender pelo menos uma delas. O meu sentimento era olhar fora, quando na verdade deveria está olhando dentro.
Uma forte razão sentimental me fez me sentir só, não somente só, explorada, triste, totalmente desamparada, sem inspiração para escrever, sem reformulação de perguntas, sem caridade. Estava olhando para a própria barriga.
Eu estava muito bem dias atrás e estava mesmo, eu era aquela brasileira que acha que já nasce sabendo de tudo, mas faço de qualquer jeito o que amo fazer, até aquela receita de amêndoas com avelãs que os filhos adoram comer no parque eu ando desistindo.
Eu quase tive uma overdose de carinho e mesmo assim me senti só, eu não sentia falta do material, eu sentia necessidade de afeto, eu estava interessada na felicidade, mas essa felicidade tinha que ser coletiva.
Eu me importo com vocês e queria apoio, sou uma pessoa imperfeita buscando algo perfeito, Por que eu estaria fora do eixo? Por que eu estava empolgada na fútil argumentação? Assumi a situação com coragem e internalizei que aquilo ia passar. E, Passou!
O ególatra se derreterá na multidão e ainda assim seguirá no conflito vaidoso e absurdo contra a própria sombra.
Nas chuva de confete deixo a minha dor,
Solidão bate no peito mais vou ignorar,
Estou em uma multidão de eu tentando te encontrar,
A desilusão mostra o que tem pra me dar.
O Outono
Folhas secas cobrem o chão
Tudo está tão belo na cor marrom
O outono inspira a solidão
Daquele que não gosta da multidão
Curando o coração cansado
De ver tudo acinzentado
Não há diferença entre viver sozinho ou no meio de uma multidão, se estivermos em paz nas duas situações.
Em todas as multidões, como em toda a Humanidade, os medíocres são infinitamente mais que os grandes, os calmos que os violentos, os simples que os profundos, os primitivos que os civilizados, e é a maioria que cria a alma comum que imbrica e nivela todo o agrupamento de homens.
Mas há em cada um de nós, mesmo no maior, um eu inferior, antiquíssimo, bestial, infantil, esquecido, renegado, oculto, refreado - amortecido, mas não morto. Quando os homens se reúnem, o eu superior anula-se e os inferiores, despertados, reconhecem-se e assumem a supremacia. A multidão é niveladora e gosta de decapitar, ainda que metaforicamente. Já não são intelectos ou sentimentos que contrastam, mas instintos elementares que combatem.
Dizem da solidão
Quando está só
Saberiam eles
Que solidão maior
É estar na multidão
E sentir o universo vazio?
Gostava de passas, de futebol e de coisas malucas. Gostava de contar piadas sem graça e das coisas bem arrumadas. Gostava se estar só, mas acompanhada. Gostava do incomum por ser um campo não explorado pela multidão. Gostava de ter opiniões fortes e diferentes. Gostava de ser ela, mesmo que ninguém gostasse.
Não há pior solidão do que estar só na multidão...
e ela não se dá conta de que o Universo é tão imenso e a vida tão curta.
Então, digo eu, curta... e ela me olha com olhos de solidão
e eu... com um gosto amargo no fundo da garganta,
querendo que ela encontre algo que paz lhe garanta,
grito: é preciso acreditar que depois do fim há algo a lhe esperar...
curta sua vida tão curta,
olhe devagar para cada coisa,
acredite, tudo um dia vai acabar...
então curta sua vida tão curta.
É preciso acreditar que depois do fim há algo pra viver...
pra não enlouquecer.
Não quero ser igual a toda a gente
Eu gosto de andar na contramão
Me diz mais um silêncio eloquente
Do que as vozes de toda a multidão.