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⁠No décimo quarto dia 
do ano em Rodeio

No décimo quarto dia
do ano aqui em Rodeio 
só peço a Deus que 
você mantenha firme 
a paz e a alegria no peito.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Maria Felipa 

Protetora do Brasil,
da Bahia e da Ilha de Itaparica,
é a lendária Maria Felipa
contra qualquer 
intento colonialista,
A memória segue viva, 
mais de uma luta continua 
e a poesia se ergue reunida,
Razão maior e sublime 
de manter a nossa Pátria unida.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠No vigésimo sexto dia do ano em Rodeio

No vigésimo sexto dia do ano
em Rodeio refaço a minha 
amizade com tudo aquilo 
que me dá coragem de viver 
e alegria para seguir inspirada
e inspirando sempre de verdade
sem me importar com a maldade.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠O Keffiyeh do Universo 
envolve delicadamente
os teus olhos oceânicos,
Temos em nós os ritmos
inabaláveis e românticos,
A gradação da primavera 
inscrita na sua pele tem 
por mim feito festa
e seguem com o florescer 
da amorosa Iris Haynei,
O destino tem escrito 
que o amor existe como
o Sol para o amanhecer
e a Lua para o anoitecer,
Que o meu querer é 
o seu querer tudo em nós 
se encaixa e estamos 
prontos para fazer acontecer. 

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Somos Carnaval

Serpentinas de desejos
se enrolando nas cinturas,
Confetes de beijos
aumentando as quenturas,
O som do cordão
nos colocando nas alturas,
O teu bonito olhar 
conduzindo para onde 
sabemos onde vai dar,
só pelo fato de comigo estar:
somos Carnaval a contagiar.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠A Lua Quarto Crescente
sobre o Médio Vale do Itajaí
faz com que eu pense
desde a primeira vez que te vi,
A cada instante busco 
um novo rimário para trazer 
você bem para perto de mim.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠O Aniversário de Rodeio

O Aniversário de Rodeio
se aproxima e a festa 
que há em mim já começou
com a orquestra dos sons
da minha amada cidade
que me dá tantas belezas,
paz profunda e serenidade
no meio deste magnífico
Médio Vale do Itajaí
que tem tudo a ver comigo
e o destino que escolhi
para ser feliz com vontade.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Conto cada Borboleta-aro-vermelho 
que vem se aproximando ao redor,
Sem receio mergulho em mim 
para escrever sobre o amor. 

O fel alheio não me sufoca 
porque tenho vida anterior,
Sei da onde vim e para onde vou:
ser ainda melhor só cabe a mim.

De mãos dadas com o tempo 
o interminável minueto,
ele sussurra e eu apenas solfejo.

Porque quem tem razão
não precisa se antecipar, 
tem tranquilidade para continuar.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Tocando está o sino da Igreja Matriz
São Francisco do Centro de Rodeio,
que é a minha bela cidade 
amada do Médio Vale do Itajaí.

Madrugada de Outono e eu ainda buscando pelo meu amável sono,
Entrego-me nos braços da poesia 
e do silêncio para me buscar e encontro.

Com os meus sonhos de olhos 
abertos derrotando o enfadonho
até o próximo passo sem pressa 
cultivando firme nesta terra 
oportuna gentileza, virtudes e festa. 

Sem limite para foragir de tudo 
o quê é tristonho, torna o convívio
bisonho e os princípios avilte,
não permito que me tomem de assalto
e tampouco me drenem,
peço para ter forças para reagir
atirando em um absurdo por segundo
se for preciso para vencer o mundo.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Boleadeiras

Começa a tocar o acordeão
a canção gaúcha esquecida,
As boleadeiras giram no ar,
as esporas tocam o chão,
a gauchada eleva o refrão,
o meu campeiro coração 
dança com toda a vibração
e assim todos honram a tradição.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Na seda da noite e envolta 
por nuvens a Lua parece 
uma pérola no céu 
do Médio Vale do Itajaí,
O silêncio da cidade 
de Rodeio faz pensar 
no dia que terei você aqui,
Todo o dia presto um 
festejo íntimo onde 
te devoto o meu peito 
para dizer que do amor
sublime jamais desisti,
não há nada que ocupe 
o paraíso que criei para ti.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Flores de Ibirapitangas
emprestam as suas pétalas
para embelezar a minh'alma
para esplender formosura
nesta noite que nos encontra
com o seu erotismo que nua
nos inunda é claro que tudo
de mim para ti se entrega e insinua.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Ipê-ovo-de-macuco florescido
em Rodeio fazendo cortejo 
sublime às estrelas em pleno
Médio Vale do Itajaí,
Não preciso de nada mais 
para me fazer companhia 
e para me trazer inspiração,
Moro cercada de belezas como
esta que enlevam o meu coração.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Não sei se você gosta,
sempre que tem jogo eu 
faço um Chimarrão da Copa.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠⁠Versos Intimistas feitos
de amor e paixão intensos
por esta Pátria Brasileira
feitas de Ipês e muitas matas,
Onde a noite as flores
do Ipê-branco em especial
são confundidas
com as estrelas do magnífico
Hemisfério Celestial Sul
que nos rege e protege
de todo e qualquer Mal.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Entre a Terra e o Céu 
o meu sublime amor 
têm as asas do Condor 
capazes de fazer 
o meu coração voar

Inserida por anna_flavia_schmitt

No Brasil, quando o feriado é religioso, até ateu comemora.

[POEMEU EFEMÉRICO]
Viva o Brasil
Onde o ano inteiro
É primeiro de abril

No Brasil o fundo do poço é apenas uma etapa.

Pálpebras de Neblina

Fim de tarde. Dia banal, terça, quarta-feira. Eu estava me sentindo muito triste. Você pode dizer que isso tem sido freqüente demais, ou até um pouco (ou muito) chato. Mas, que se há de fazer, se eu estava mesmo muito triste? Tristeza-garoa, fininha, cortante, persistente, com alguns relâmpagos de catástrofe futura. Projeções: e amanhã, e depois? e trabalho, amor, moradia? o que vai acontecer? Típico pensamento-nada-a-ver: sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby, e flui: barquinho na correnteza, Deus dará. Essas coisas meio piegas, meio burras, eu vinha pensando naquele dia. Resolvi andar.
Andar e olhar. Sem pensar, só olhar: caras, fachadas, vitrinas, automóveis, nuvens, anjos bandidos, fadas piradas, descargas de monóxido de carbono. Da Praça Roosevelt, fui subindo pela Augusta, enquanto lembrava uns versos de Cecília Meireles, dos 'Cânticos': "Não digas 'Eu sofro'. Que é que dentro de ti és tu? / Que foi que te ensinaram / que era sofrer?" Mas não conseguia parar. Surdo a qualquer zen-budismo, o coração doía sintonizado com o espinho. Melodrama: nem amor, nem trabalho, nem família, quem sabe nem moradia - coração achando feio o não-ter. Abandono de fera ferida, bolero radical. Última das criaturas, surto de lucidez impiedosa da Big Loira de Dorothy Parker. Disfarçado, comecei a chorar. Troquei os óculos de lentes claras pelos negros ray-ban - filme. Resplandecente de infelicidade, eu subia a Rua Augusta no fim de tarde do dia tão idiota que parecia não acabar nunca. Ah! como eu precisava tanto que alguém que me salvasse do pecado de querer abrir o gás. Foi então que a vi.
Estava encostada na porta de um bar. Um bar brega - aqueles da Augusta-cidade, não Augusta-jardins. Uma prostituta, isso era o mais visível nela. Cabelo malpintado, cara muito maquiada, minissaia, decote fundo. Explícita, nada sutil, puro lugar comum patético. Em pé, de costas para o bar, encostada na porta, ela olhava a rua. Na mão direita tinha um cigarro, na esquerda um copo de cerveja. E chorava, ela chorava. Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, a prostituta na frente do bar chorava devagar, de verdade. A tinta da cara escorria com as lágrimas. Meio palhaça, chorava olhando a rua. Vez em quando, dava uma tragada no cigarro, um gole na cerveja. E continuava a chorar - exposta, imoral, escandalosa - sem se importar que a vissem sofrendo.
Eu vi. Ela não me viu. Não via ninguém, acho. Tão voltada para a própria dor que estava, também, meio cega. Via pra dentro: charco, arame farpado, grades. Ninguém parou. Eu, também, não. Não era um espetáculo imperdível, não era uma dor reluzente de néon, não estava enquadrada ou decupada. Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca grossa da vida. Sem o recurso dessas benditas levezas de cada dia - uma dúzia de rosas, uma música de Caetano, uma caixa de figos.
Comecei a emergir. Comparada à dor dela, que ridícula a minha, dor de brasileiro-médio-privilegiado. Fui caminhando mais leve. Mas só quando cheguei à Paulista compreendi um pouco mais. Aquela prostituta chorando, além de eu mesmo, era também o Brasil. Brasil 87: explorado, humilhado, pobre, escroto, vulgar, maltratado, abandonado, sem um tostão, cheio de dívidas, solidão, doença e medo. Cerveja e cigarro na porta do boteco vagabundo: Carnaval, futebol. E lágrimas. Quem consola aquela prostituta? Quem me consola? Quem consola você, que me lê agora e talvez sinta coisas semelhantes? Quem consola este país tristíssimo?
Vim pra casa humilde. Depois, um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. Não por nobreza: cuidar dele faria com que eu me esquecesse de mim. E fez. Quando gemeu "dói tanto", contei da moça vadia chorando, bebendo e fumando (como num bolero). E quando ele perguntou "por quê?", compreendi ainda mais. Falei: "Porque é daí que nascem as canções". E senti um amor imenso. Por tudo, sem pedir nada de volta. Não-ter pode ser bonito, descobri. Mas pergunto inseguro, assustado: a que será que se destina?

Caio Fernando Abreu
ABREU, C. F. Pequenas Epifanias. Porto Alegre: Sulina, 1996.

Brasil: esse estranho país de corruptos sem corruptores.

SÓ DE SACANAGEM

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

O Brasil não é para principiantes.

Tom Jobim
"De Onde Vem As Palavras", Deonísio da Silva Lexicon Editoa Digital ltda, 2014

Nota: Citação encontrada em vários livros

...Mais

… o que é muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos.

O Brasil é uma nação de espertos que reunidos, formam uma multidão de idiotas.