Sombra
Nenhuma realidade tangível – atravessara todos esses momentos como uma sombra, movia-se solitária no fundo daquele quarto, reunindo dolorosamente fibra por fibra desse passado que nunca morria inteiramente, que estava sempre pronto a voltar ao primeiro apelo, a sangrar ao primeiro choque com o mundo... Era sua única alegria - mas a consciência do tempo é uma alegria envenenada. Talvez partisse dali todo o seu sofrimento – não saber supor a realidade senão paralela à curva do tempo – não aceitar a vida, senão sorrindo amargamente pela constatação do que não se realizou... linhas paralelas que se chocam e se ferem por vezes – não era exatamente esta a visão que tinha do seu destino, sempre preso à nostalgia e à memória? Agora, desejava fugir, esquecer a outra linha, viver a realidade. Mas como? Como? Desesperara, implorava no quarto silencioso, enquanto a noite avançava.
Tem gente que vive na sombra dos outros e ainda reclama que não brilha! O céu tem espaço pra você desde que você não torne a sua existência um eterno eclipse!
Dorme no silêncio do vazio a sombra da dúvida sobre si e a solução vem como luzes no fim de todo breu. A solução é aceitar-se, independente de quão atrozes são os que se viram contra suas dúvidas, por que ter dúvidas sobre sobre si pode ser dormir no vazio mas também pode ser acordar no resplandecer da solução.
Gostaria apenas de uma sombra para poder descansar pelo resto do dia. Não pensar em nada, somente em contemplar minha companhia... Gostaria de dormir, pois no mundo dos sonhadores é a imaginação que nós mantém... Viver na lucidez do dia e sorrir para as manhãs vazias. Queria viver nos sonhos, mas tudo és tão vago...Como se fosse um sonhar...Quero viver cada momento e deixar de sobreviver a cada angústia. Pois assim, acredito que existirá manhãs magnificas, dias esplêndidos e pessoas inesquecíveis.
Desperta, encanta, fascina e informa... Quem é ela?
A LEITURA
A leitura sem sombra de dúvida é indispensável para o desenvolvimento psico-social do ser humano. É através dela que somos inseridos em uma sociedade cada vez mais informativa, onde o conhecimento técnico- prático vem sendo substituído pelo teórico geral. A educação, portanto, torna-se,...digo, não apenas torna-se , mas como sempre foi , o primeiro ponto de partida.
O cheiro dos livros, as bordas das páginas, e-books,...; todos estes mecanismos e diversos outros a mercê da visão humana.
Um turbilhão de palavras e um amontoado de acentos que levam o ser humano ao desbravamento de mundos inóspitos e quiçá nunca antes vistos.
Mistério, ficção, suspense e a própria literatura ganham vida plena .
Desta forma, torna-se necessário o incentivo primordial à leitura. Inserir dia após dia jovens e crianças em um universo didático e ilimitado, quesito imaginação.
O incentivo parte primeiramente da família e seus princípios. Educação e bons hábitos também se constroem com base em bons exemplos.
A escola é outro instrumento indispensável ao desempenhar um papel fundamental disponibilizando todos os recursos necessários ao crescimento profissional e informativo do aluno.
Hoje, neste mundo cada vez mais corrido, exigente e competitivo, a leitura mais do que nunca se faz necessária e essencial, aliada ainda a um profissional, aluno, ou estagiário criativo e bem informado.
Afinal de contas, não é de hoje que conhecimento é sinônimo de poder.
Quanto ao sol, sim...
Ele nasceu para todos, porém...
A sombra não!
Ela é adquirida.
Principalmente por aqueles que honestamente não mediram seus esforços, e a conquistou com o fruto do trabalho.
Há muita verdade
Nada além da verdade...
mas não toda a verdade.
Tudo verdade
sim, nem sombra de dúvidas.
Tudo o que sai de sua boca
é verdade.
Verdade que não é toda a verdade,
mas tudo é verdade.
Há verdade nas suas palavras,
verdade nos seus olhos...
todo o seu corpo só diz só a verdade,
não é verdade?
Mas não toda a verdade...
Não quero apenas aproveitar a sombra fornecida pela árvore, saborear a sua fruta ou extrair dela a madeira, obter a lenha ou o carvão, quero também plantar tantas outras.
Espero que minha sombra não seja apenas a parte mais escura de mim, espero que seja na real, um lugar confortável para que possa levar muitos comigo junto rumo a felicidade.
Quando se vive a sombra de um deus morto sua fé n passa do cheiro pútrido da adoração a um deus cadáver
SOMBRA
Quem, entre todos que a mim olham,
me veem como sou de fato, um assombro.
Que encorajado sem ver nada, bate o meu ombro,
e diz tratar-se das minhas invenções.
O fato de eu estar perdido, pesa,
mas não sou eu quem não se encontra,
não esse que ao seus olhos conta,
como matéria pura, que faz sombra,
existe, ou por aqui já esteve
outro igual a mim, que não era eu,
um vestígio, talvez uma ilusão dos olhos,
pois nestes terrenos nunca pisei meus pés.
Sou este ausente, o que se sente, miserável e mentiroso,
tambem sou, o que desvia os olhares bem inencionados das pessoas,
que se viram a procurarem em mim,
marcas de outro passado, de onde não vim,
e afirmo ser, tudo como eu, enfim,
um nada que se mostra agora,
e ninguém percebe, ou se dar conta,
de que fui invandido por uma grande onda,
também de um oceano inexistente.
Sofro de um mal recorrente,
e de saber, tudo sobre essa criatura,
que não é uma caricatura,
sou eu em pele e ossos,
que deixa sombra por onde passa,
mas fica só um rastro,
o do que não vejo e é minha companhia,
aonde eu vou, até se eu entrar o céu.
Eu queria, só por um dia, ser presença e não sombra. Eu preciso, possivelmente por uma vida toda, ser a sombra da sua presença. Eu espero, talvez de forma errada, um aceno para atirar-me sobre seu destino. Eu necessito, ainda entre vírgulas, ser o afago dos seus medos. Eu, somente eu, sei o que é tentar ser você, e continuar sendo eu, somente. Eu quero a presença, atiro-me, necessito, tenho medo, erro, mas continuo sendo sua melhor escolha. Pergunte ao amor...
Em meio às folhas de outono, nasceu o nosso amor. Amor escrito em versos, na sombra das árvores, que cantam ao som das folhas sendo levadas pelo vento. Amor, eu desenhei meus sonhos no brilho dos teus olhos, e você tão docemente me estendeu a mão e levou-me para o lugar onde vivem as estrelas que nos iluminam até mesmo nas manhãs.
Incentivar a Leitura
O maior acontecimento de minha vida foi, sem sombra de dúvida, a biblioteca de meu pai". A frase impactante e, ao mesmo tempo, grandiosa, por tudo o que traz implícita, foi proferida pelo escritor argentino Jorge Luis Borges. Sua paixão pelos livros seguiu avassaladora até o final de sua vida, quando já estava cego e dependente de amigos ou familiares que liam para ele todos os dias. Borges sofria de um problema congênito na visão, proveniente de seus ascendentes paternos. Mesmo assim, isso não foi empecilho para que ele se tornasse um dos maiores escritores de todos os tempos, autor de preciosidades como "Ficções" e "O Aleph". Todavia, sua história poderia ter sido outra se, desde menino, não tivesse tido acesso ao maravilhoso e encantado mundo dos livros. Clássicos como "As mil e uma noites" ajudaram a fazer com que o menino tímido e retraído da Buenos Aires romântica do início do século 20 pudesse dar asas a uma imaginação já privilegiada, originando o escritor fenomenal em que se transformaria mais tarde. Mudemos, agora, de cenário. Brasil. Recife. No conto "Felicidade Clandestina", Clarice Lispector narra, de forma primorosa, o sofrimento de uma menina pobre cujo sonho era ler "Reinações de Narizinho", clássico de Monteiro Lobato. No final da narrativa, após ter conseguido seu tão desejado exemplar, a menina permanece abraçada ao livro, em êxtase, sem abri-lo por um bom tempo, tamanho é o seu respeito e admiração pelo tesouro recém-adquirido. Entre os grandes escritores, o que não faltam são histórias relatando o amor que devotavam aos livros, ao conhecimento, ao aprendizado... O que seria desses homens e mulheres das letras não fosse o contato precoce com a literatura? Teriam eles seguido rumos diferentes? Teriam se tornado os grandes mestres que conhecemos? Possivelmente, não. Daí a importância crucial de as escolas incentivarem a leitura e a familiarização dos estudantes com o espaço fantástico que são as bibliotecas. Cabe aos diretores e professores organizarem visitas das classes a esses centros do saber em suas escolas. A prática, com certeza, fará toda a diferença na vida das crianças e adolescentes. Para os mais novos, podem ser organizados leituras de histórias em rodas, com direito a interatividade e atividades que, já em sala de aula, complementem o trabalho iniciado na biblioteca. Quando o assunto é o estímulo à leitura, a criação de programas de incentivo é fundamental. Programas como o "Leia Mais" e campanhas como Tempo de Leitura são exemplos bem-sucedidos. Só o "Leia Mais" atendeu mais de 2 milhões de alunos do ensino médio com 3 milhões de livros de literatura. Foram investidos 20 milhões de reais com o envolvimento de 1.245 escritores e 1.934 títulos diferentes para a escolha das próprias escolas. Já a campanha "Tempo de Leitura" teve como palavra-chave o compartilhamento. Mais de 8,5 milhões de alunos do Brasil inteiro, de 4ª e 5ª séries do Ensino Fundamental, levaram para casa uma das seis coleções compostas de cinco volumes do projeto "Literatura em Minha Casa", do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE). O PNBE está disponibilizando 30 títulos literários diferentes, contabilizando um total de 12,18 milhões de coleções. Livros de Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Ângela Lago. Luís Fernando Veríssimo, João Ubaldo Ribeiro, Oscar Wilde, Mark Twain, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e outros escritores e poetas nacionais e internacionais vão fazer parte da biblioteca particular dos alunos. Parafraseando Monteiro Lobato: um país se faz com homens e com livros. É assim que se constrói o futuro e se garante às novas gerações, uma sociedade e um mundo mais condizente com o sonho de todos os grandes escritores e poetas. O verdadeiro educador deve trabalhar em seus aprendizes o desenvolvimento desses valores. Este texto tem como objetivo ser um convite para que reflitamos sobre livros, bibliotecas, sonhos e o quanto eles podem ser fundamentais na vida de todos nós. E para salientar esse conceito, nada mais adequado do que lembrar um trecho do poema O Livro e a América, de Castro Alves: "Oh, Bendito o que semeia/Livros... livros à mão cheia.../E mando o povo pensar!/O livro caindo n alma/É gérmen que faz a palma,/É chuva que faz o mar".
Publicado no Jornal Vale Paraibano
Você me deu o sol, mas não aprendeu a viver na sombra.
Me ensinou o valor das palavras, mas nem sempre sabe usá-las com racionalidade.
Você me deu todas as flores do seu jardim, mas esqueceu de plantar novas sementes.
Me deu todo o seu amor, mas não guardou nada pra você.
De tudo,
nem tua sombra restou.
Rastro sumiu.
Suor secou
e teu cheiro cessou na cama.
Onde estarás?
Lembre-se de que estou sem nada,
pois levaste tudo,
inclusive o meu sossego.
Prepare-se.
Te reencontrarei
e quando isso acontecer,
duvido não suplicares,
através dos olhos saudosos,
que umedeça-lhe teus lábios
com um beijo
e que te faça amor
como sempre foi;
MORTE
O sono da morte repousa na sombra;
esvoaçante, no espírito adentra.
Chama na noite com voz inumana
e o brilho da vida na angústia naufraga.
Esfacela-se o corpo, traga-se a alma
e o homem, por fim, gelado de horror, se cala.