Poemas de Pessoas Mendigos
Na calçada onde o concreto se racha,
Sob passos apressados, vejo figuras:
Mendigos, esses monumentos esculpidos pela dor e pelo abandono,
Partes da paisagem, sombras de aversas.
Estátuas esquecidas em praças que ignoramos,
Com rostos e histórias, mas nós, indiferentes,
Passamos como se o tempo não os reclamasse,
Mergulhando na rotina, nas horas lentas.
Hoje me interrogo: o que é ser visível?
A roupa que visto, o bem que acumulo,
É só camuflagem, armadura que me isola.
Sob essa fachada, frágil e cativa,
Sinto a tênue linha entre ser e não ser. Vida miserável...
Eu, que me nomeio alguém, sou apenas um rosto entre muitas máscaras,
Um nome sem significado na memória do mundo.
Se eu me apagasse, quantos chorariam a ausência?
A vida seguiria, indiferente às minhas lutas.
Um mendigo cai, e a rua devora o corpo,
Com a mesma indiferença que o ignorou em vida.
Passam as gentes, a calçada permanece,
E a vida avança, sem pausas, sem lamentos.
A invisibilidade é pena pesada;
E eu, tão próximo desse triste destino,
Percebo que o meu endereço é só um nome,
Uma casa, talvez, mas não um lar.
Fernando disse sabiamente: “Hoje não há mendigo que eu não inveje,
Só por não ser eu.” Na imensidão citadina,
Todos somos mendigos, de afeto, de memória, de um sentido,
Buscando ser vistos, mesmo que por um breve instante,
Nessa profunda solidão que é viver.
Cada mendigo que a sociedade aceita é a sua consciência de que
a culpa é nossa.
A cada mendigo que você dá uma esmola é mais uma chance de que ele não busque a reabilitação pelas instituições publicas e privadas que podem ser falhas, mas existem.
Você tem pena, eu tenho pena, mas é bem diferente “dar o peixe ou ensinar a pescar”.
Você pode dar um trocado para um mendigo ou pode participar de alguma instituição que ajude quem quer ser realmente ajudado.
Dos mendigos que andam pelas ruas uma grande parte não quer ser ajudado, quer mesmo é não fazer nada, beber até cair e constranger quem não tem culpa de errar constantemente elegendo políticos corruptos.
Pense nisso.
Muitas pessoas vão morar nas ruas porque perderam o emprego e não tem como pagar o aluguel. Como irão procurar emprego e irem ao médico nos primeiros dias se não tem endereço?
Compadeço-me dos mendigos, dos órfãos, dos que não tem o que comer, me compadeço de todos eles.Porém me compadeço mais ainda dos invejosos, que não sabem o que é ser feliz e satisfeito consigo mesmo e por isso precisam sobreviver da desgraça alheia. Ah sim, desses eu tenho dó!
“Era uma cidade cheia de mendigos. Mendigos ricos e pobres. os pobres, moradores de rua, gastavam todo o dinheiro que ganhavam mendigando em bebidas. Os ricos, donos de mansões, gastavam todo o dinheiro que ganhavam enquanto mendigavam amor.”
Para quem não sabe... Lázaro é considerado o mártir dos pobres, mendigos e injustiçados socialmente. Leproso, apenas os cães de rua o acompanhavam. Sua história é marcada pela extrema pobreza, servidão e humildade, além de sua imensa FÉ inabalável e sua luta pelos mais necessitados e esquecidos pela sociedade.
... E me proteja de todo o mal...
Esta chegando o inverno! Já experimentou doar agasalhos a morador de rua? Cobrir mendigos na madrugada? Abençoá-los com um copo de café com leite e biscoitos? Experimenta! Experimenta! Experimenta!
Sobre os homens que vivem elogiando mulheres nas redes sociais, não passam de mendigos sexuais. Como eles não podem ter o objeto de desejo, estar perto delas o máximo possível e implorar para serem notados ao menos os faz derivar de migalhas de sensações. É como o cão que sabe que nunca irá comer o frango assado que está no rolete, mas mesmo assim fica assistindo pois estar perto e comer as migalhas lhe viciam com as pequenas sensações.
"Se um dia se perguntarem o porquê de eu escrever tantos textos sobre mendigos, digam porque foi assim que me senti a vida inteira no tocante a minhas emoções e desproporções"
O bairro é classe média e predominam moradores velhos e mendigos. Simpatizo mais com os mendigos. Ficam na deles, pedem uma moedinha aqui outra ali, compram cigarros e cachaça e tudo fica numa boa. Já os velhos, passam o tempo fofocando sobre a vida alheia, falando da tristeza que é ver o futebol sem o romantismo de 1962 e se lamentando da morte de algum conhecido (também velho). Conversam sobre isso e depois voltam para casa. Tomam seus remédios (os quais consomem há vinte anos), assistem às novelas e dormem amargurados.
Infelizmente os mendigos, ainda existem sobrevivendo de migalhas. O egoismo se alastrou tanto que queremos fazer o amor sobreviver de migalhas também , dizem que o amor tudo suporta, mas como qualquer ser vivo não coexiste se não houver alimento, esse sentimento que nos faz suspirar, murchara num beco escuro chamado narcisismo...
Pensar em si mesmo é ideal para os egoístas, mendigos e pobres de espirito. O bem que faz a alma dos bons não é o mesmo que alimenta os maus. Pois sei que derrotar o outro enganar e tirar proveito de situações não pertence a mim. Querer é poder, mas querer dominar tudo é desespero. E além do mais o que te faz feliz não agrega absolutamente nada em minha vida, porque o que me faz feliz é tão precioso e só quem pode sentir e provar é quem realmente tem essa mesma capacidade de amar como eu amo.