Passou
Um Papagaio-charão passou
sobre nossas vistas,
E foi assim que descobrimos
o amor em nossas vidas,
Você me entregou a inspiração
e tornei-me a poetisa dos seus dias.
Passou um mês
do massacre
de Sacaba:
ninguém foi preso
e quem sabe
da verdade
não abre a boca,
Não se indigna
ou não demonstra
por medo
de represália
de ser mais
um desaparecido,
Um sobrevivente
sem salvo-conduto
ou simplesmente
se tornar mais
um preso político.
Não importa
onde esteja
se é na quermesse
em prol das vítimas
de Senkata ou até
mesmo na igreja,
O autoritarismo
vai te aprisionar
quando você
não permite
a sua dignidade
ele sequestrar.
Muitas histórias
sem fim nesta
Pátria imensa
para contar e recontar,
Não se sabe nem
o porquê e nem
quando vão soltar
a tropa e um General
presos injustamente
e não há notícias
nem de esperança
para este Natal,
Da poesia sigo
sendo o último
soldado até o final.
No Reino da Indiferença,
também passou o Natal
e não há nenhuma notícia
de liberdade para o General.
No Reino da Indiferença,
quem dera eu plantar
compaixão, poesia e paciência.
No Reino da Indiferença,
a Mãe deve estar chorando
e ninguém escuta,
ainda tenho a dúvida se ela
tem notícia dos sargentos.
No Reino da Indiferença,
quem dera eu plantar
esperança, a reconciliação e boa convivência.
No Reino da Indiferença,
não dão nem tempo para pensar
a voltar a se humanizar para não mais assim ser.
No Reino da Indiferença foi descoberto
mais uma conspiração contra a vida, ordem,
a paz e a Assembleia Nacional,
infligindo contra o povo um terror sem igual.
No Reino da Indiferença o tempo vai passando
sem tempo para parar e pensar;
de boicote em boicote o fluxo do cotidiano
acaba por atrasar a vida de quem já sofre tanto:
E lá quando tudo para eu paro junto,
porque a justiça está atrasada
para dar liberdade ao General e para muitos
que como ele ainda seguem presos injustamente.
No Reino da Indiferença ainda se prendem sindicalistas,
se mantém preso o velho tupamaro,
nada se sabe do Capitão-de-Navio e da tropa,
e se têm deixado o autoproclamado da responsabilidade escapar.
(Sem querer ofender à ninguém,
peticiono ao Reino da Indiferença
para que seque as lágrimas de quem não para de chorar).
O amor chegou
alegre e tão leve
como uma pluminha,
que sem perceber
a tua vida passou
a ser também a minha.
Passou o Natal,
nada se sabe a respeito
da liberdade
da tropa e do General.
Nada se sabe
do calvário
do Tenente Coronel,
Só sei que do velho
tupamaro também não.
Passou o Ano Novo,
nada se sabe a respeito
da liberdade
da tropa e do General.
Não há notícias de
consolação para
os corações de quem
tem entes desaparecidos.
O Ano está começando
nada se sabe a respeito
da liberdade
da tropa e do General.
Só sei que estes poemas
são todos meus,
e continuarão
sempre os mesmos,
(se nada mudar);
porque mesmo que
eu me cale todos
estão a se espalhar.
Agosto florescem os ipês-brancos
Gostaria que florescessem sonhos
O coração já passou por muitos
Só desejo daqui para frente a paz
Tirar de mim o quê não satisfaz
O tempo ruim não vai voltar mais
Não espere ser rico para fazer caridade, o Homem mais caridoso que passou pela terra afirmava não ter sequer uma pedra onde pudesse recostar a cabeça.
Acostume-se a pensar assim: ontem já passou, hoje é sempre o melhor dia para ser feliz, porque eu sou o milagre da minha felicidade. Amanhã, repita com ainda mais convicção.
trauma;
o que passou
deixou noites em claro
ódio, raiva —
como isso faria alguém mais forte?
não, só me deixou pior
sentimentos que não escolhi
fermentando em mim,
hoje me assombram
como maus presságios
o que me fez mais forte
foi me arrastar para longe,
rastejar até o último pingo de felicidade
que me restou
e esse mesmo pingo
todos julgam como erro,
como maldade —
como me fortalecer
se estou cercado por traições?
Programinha
Begin
Que bom te encontrar aqui
Abracinho de felicidade
Tanto tempo passou
Sempre foi você
Desde sempre
Para sempre
Vou indo
Tchau
End
Eu conto : saudade de contar meus “causos”.
Meu cachorro Branco passou mal ontem, tadinho. Sujou a varanda e jogou o tapete por cima, o levado. Faz bagunça e esconde … mas não tinha tapete pra tanta coisa !
Ficou lá na varanda, o bichinho; não entrou mais na sala, onde gosta de ficar.
Quando eu cheguei na varanda e vi aquilo tudo, olhei pra ele, ele olhou pra mim ainda deitado e ficou esperando.
Eu falei pra ele : passou mal porque comeu a ração do gatinho, né Branco?
Ele levantou, veio pra perto de mim, me olhou com carinho como que me pedindo alguma coisa. Depois foi até o portão e de lá olhou pra mim de novo. A Pequena Preta ficou impaciente, parecia chorar mas não estava brava como de costume. Ela ja sabia, eu ainda desconfiava.
“Você quer ir pra rua né Branco?”, perguntei pra ele. Há muita verdade nesse olhar de cão.
Falei com ele : vai um pouco, quando eu voltar você entra, tá bom?
E fui comer a canjiquinha do Marcinho, aquele manjar dos deuses. Não sei quem ficou mais triste sem aquela delícia … não fez ontem mas ja temos um encontro pra próxima quinta. Ele prometeu.
Chegando em casa, “lá vem” ele - como falava meu amigo contador de histórias inventadas, que adora o “lá ia” - . Chegou, brincou, pediu carinho - que retribuí, lógico -.
Não entrou. Foi andando, olhando pra trás me mostrando o caminho como se me chamasse pra ir - pra eu me alegrar com o convite -, mas era só mesmo pra mostrar que ia e por onde iria. Desconfio até que tem uma morada fixa por ali, mas sempre volta.
Ainda agorinha (umas 4 e pouquinho) acordei, li mensagem triste que não quis ler ontem pra dormir tranquila, e fui lá fora abrir o portão pra ele. Não estava. Ainda não. Com esse frio, cão de rua que é, certamente achou um abrigo pra dormir. Quem sabe a tal morada fixa? Mais tarde vem tomar o leitinho dele. Tomara!!!Comidinha caseira é bom mas o que cura mesmo é a grama, o capim da rua.
Depois conto o retorno do Branco e a alegria da Pequena Preta. Ela nao sai do portão.
Essa historia é verdadeira, uma “fábula parabólica”.
Bom dia pra quem é de amor.
Bom dia pra quem não é de amor … ainda!
Passou é passado
Acabou, tá acabado
Nada tem volta
A vida é um rio
Só corre pro mar
Socorre aflitos
Que têm a chance
De continuar a navegar
Protege infinito
Mãos dadas com o ar
Águas mansas densas
Corredeiras cachoeiras
Turvas brancas
Lá vai a vida
Lá vai o rio pro mar
Se rebela se de ti aprisionam as margens
Não
Não me prendam
Me deixem passar!
Frases, textos e citações by Josy Maria - 04/03/2022
Eu não posso mudar o que passou, mas posso mudar minhas atitudes hoje. Não adianta remoer as culpas, a imaturidade, os impulsos ou a falta de percepção para ter agido diante de cada fato, de cada vivência, mas posso escolher como agir baseada nos erros que cometi. Posso transformar o que dói em impulso para subir, para melhorar, para me transformar. A transformação é inevitável durante a vida. Às vezes leva muito tempo para percebermos. Outras vezes acontece no tempo suficiente para que não se chegue na linha final com arrependimentos como "eu devia ter feito mais", "eu devia ter percebido antes", "eu não devia ter feito assim", "eu devia ter agido diferente", "eu queria ter tido tempo", ou "eu quero ter mais tempo". Deve ser bem doloroso querer mais tempo e não ter. O tempo não volta, clichê, eu sei, mas real. E algumas dores pelo que poderia ser, se houvesse tempo, mas não há, são bem difíceis. E cada vez que percebo a efemeridade da vida, eu tento buscar mais, viver mais com os meus, melhorar como pessoa. Sempre falo em melhorar, eu sei. Mas é o que sinto que preciso fazer.
Hoje, antes de desistir de alguém, uma amizade, por exemplo, eu tento infinitas vezes, mas tem uma hora que estamos tão cansados, feridos, com uma avalanche de problemas e tentando que a fé seja realmente o que nos move, que quando algo não é recíproco, simplesmente deixamos ir.
Já outras vezes sinto que queria ter tido mais tempo com quem já se foi, quem não está mais neste plano, ter tido mais paciência, menos orgulho, ter sido menos teimosa. Ter ouvido mais, procurado mais. O orgulho é um veneno que quando não mata, adoece a longo prazo. Eu ainda tenho tempo para muitas coisas, por isso decidi aproveitar, não dá para mudar o que passou, mas posso construir coisas novas, que gerem novas e boas lembranças nos corações alheios. E assim, construir aos poucos aqui dentro do peito a paz que preciso. Cultivar no solo fértil do meu coração os brotos do amor, da sabedoria e de toda forma de melhoramento que anseio encontrar.
Hoje, tenho a certeza de que vou chegar ao fim da vida dizendo, eu tentei, eu lutei, eu fiz! Posso até não conquistar daqui pra lá tudo que almejo, mas que não seja por falta de luta e fé. No fim, quero dizer: eu venci!
Com Deus à frente, sigo com essa certeza. E com outra, nada nem ninguém pode tirar de mim o que Deus quer me dar e que pela minha fé conseguirei.
Sigo aproveitando o tempo que tenho da forma que posso. Que a lista de arrependimentos estagne exatamente onde está, porque daqui pra frente quero levar as conquistas, as felicidades, os melhoramentos e os afetos que eu cultivar pelo caminho.
Josy Maria
Frases, textos e citações by Josy Maria
Sexta-feira
Metade da Sexta-feira já passou. A gratidão a Deus por mais um dia ainda segue forte no peito. E o desejo de que hoje termine bem, também. Ainda dá tempo de fazer o que se gosta. E o que é necessário. Ainda dá tempo de pedir que seja um bom dia, que tenhamos uma ótima tarde e que Deus esteja presente, pois com sua presença em nossa vida, as coisas fluem, a força acontece diante do que for, os motivos para sorrir também.
Nada como um dia após o outro e a certeza de Deus em nossa vida, não é verdade?
Josy Maria
Ana Carolinna Oliveira Cardoso;
Nunca olhe para trás, pois o que passou não te serve mais.
Viva sempre indo para frente, pois há um mundo recheado de coisas Incríveis pra você colher.
Jamais abrace as coisas que o pecado pode te oferecer, pois o que ele tem não é cabivel a sua pessoa.
Amo você em Cristo.
@eumiguelbelasco
