Paisagem poema
MÃE...
Aprecio a paisagem translúcida no espaço
Ouço o bater de sinos na capela distante
Vento varre a cabeleira dos verdes matos
No céu, vejo cortejo d’espíritos viajantes.
Balanços das folhas, vultos acenam pra mim
Dogmas infundados entre a vida e a morte
Sopram ao meu ouvido, que isso não tem fim
Círculo vicioso e simbiótico lançado a sorte.
Prolixa e moribunda divago sem entender
Na oculta inflorescência a busca do amor
Lágrimas gotejantes, doridas de um sofrer.
Na lápide, vejo um poço árido que secou
Nas flores silvestres, o toque de teu ser
Saudade mórbida foi apenas o que restou.
E a chuva vem... e lava toda a pintura, desbotando o colorido da paisagem, da vida, diga-se de passagem.
E no hábito da frieza, expõe a tristeza com maestria e franqueza...
Quando se percebe, as mascaras sumiram, e que o enchorro não carregue o resto dos mundos que ruíram...
Mundos de ilusões, construídos nos porões dos egos abalados e aflitos; mas mundos ornamentais, que pareciam reais, e agora não mais - nada bonitos!
Realidade cruel, mostrando o sabor do fel onde se fantasiava ser só céu!
Não sei se prefiro o imaginário, no entanto o cenário me faz curioso... curioso pelo hilário, nostálgico e frustrante, mas no mínimo auspicioso!
Nuvens branco-algodão, bolinhas de sabão ... tão longe do chão!
Lindo sei que é... e tudo o que mais se quer, é tornar real esta ilusão.
Mas a chuva vem, o branco vira carvão, e a bolha ... só o vão!
Chuva cruel, pessimista mas real, triste - é normal - mas eterna, não!
A janela para a vida abriu-se de uma vez por todas.
E está sobre ela a paisagem que brilha e resplandece de tanto fazer-se presente.
Sim, é ela, a paisagem verdejante mostrando toda a beleza da natureza.
É este o seu modo de se fazer presente em cada pessoa que a vê.
De forma presente e forte. Incontestável!
Definida como quem quem parte.
É nesta hora que o instante é maior que todas as coisas palpáveis.
Pleno em sua forma de ser.
Majestoso e milagroso instante, de continuar a ver esta mesma natureza, agora expresso em si mesmo e em nós.
A natureza tem das suas coisas…
Tem o seu ar de presença de quem deseja o que há de melhor para si mesmo.
Tem a seu favor o silêncio habitual de uma paisagem que diz com o que mostra, sem precisar de palavras.
Luiza Ricotta
IRÔNICA LIBERDADE
Preso à janela do trem,
Observo uma paisagem.
Estranha para mim.
Chamo-a, natureza,
Chamamos-la, Deusa.
Entre tanto primitivismo,
Descobri um pouco de vida
Nas pequenas plantas
Que margeiam a estrada,
Por onde passa esse trem.
Há no campo, lá distante
Uma pequena e rústica casa.
Rústica como o que a cerca.
Porém, os ventos sopram,
Carregando um imenso amor,
O amor do mundo todo, para lá...seu lugar
Como eu gostaria de poder ficar...me deixar ficar.
Ficar como ?
Sou um homem da cidade,
Transbordando direitos e deveres,
Imerso em obrigações engravatadas,
Com códigos e posturas...para ir ao banheiro
E ainda chamam-me de livre.
08/03/1975
Diz a ela que o cenário de madeira-papel-e-cola deu lugar a uma paisagem-colorida-e-linda, e que os desertos agora são campos de girassóis e de margaridinhas brancas.
Diz que o último soluço do choro de ontem foi mesmo o impulso do primeiro riso eterno, e que a Felicidade resolveu saudá-la de manhã até que se acabem todas as manhãs de sua vida, e que todos os dias sente saudades dela.
Diz pra ela que as lagartas já não usam asinhas aramadas com papel celofane pra contracenar bons momentos, e que aqueles encantos sobrevoando a sua volta são borboletas de verdade, acabaram-se os móbiles.
Diz que a água agora é potável sim, e que todo esforço valeu a pena, e que tudo ficou bem.
Diz pra sonhadora que o que ela ta vendo agora é realidade.
Diz pra ela que o Amor, enfim..., chegou.
Por Dani Cabrera
não sou,estou longe de ser o homem mais desejado,
mas sou concerteza dentro de uma paisagem triste,
um dos mais felizes do mundo,
tenho a quem amo,
ao alcançe dos meus braços.
Quando fico sem pensar
Quando olho a paisagem
Quando ando devagar
Quando choro sem motivo
Sempre fico a observar
As lágrimas em meu rosto
Se eu não posso disfarçar
Os soluços do meu choro
E então vem você
Com o melhor dos seus abraços
Eu me sinto tão segura
Quando estou nos teus braços
E se você não está aqui
Deixa estar, isso faz parte
Porque quando tú estás
Só sei fazer-nos rir.
A paisagem do inverno também tem sua magia...
... mas os encantos do outono são únicos...
Arquitetura Divina...
Vou seguindo meu caminho, curtindo a paisagem outonal...
Meu olhar repousa sobre uma singela folhinha
que baila no ar, como a me dizer adeus, em flutuante despedida...
Explosão de alegria, fascinante profusão de cores,
Como foi um dia
a explosão de meus amores...
Meu desejo? Era ser uma bela paisagem
Que você admirasse
O brilho nos teus olhos
De quem de tal beleza gostaste
Meu desejo? Era ser como o mar
Que em seus pés podem tocar
A onda que ao lhe ver
Se dissipa e expande procurando em seus pés morrer
Meu desejo? Era ser como a brisa
Que em seu rosto faz tocar
O sorriso de alivio
De quem sente o lenitivo
Meu desejo? Era ser o seu sonho
Que ao acordar permaneceria
Ser a imaginação mais real
Nas esperanças do dia-a-dia
Meu desejo? Era ter coragem
Que fizesse eu lhe falar
O quanto és importante
Para eu poder voar
Paisagem tão diferente da minha terra tem essa terra!
Atrevo-me a fazer comparações
Enquanto a neve enfeita os picos altos
Os moleques caem aos saltos
Rindo-se espantados com o boneco de neve!
Nesse instante em que vejo essa cena
Meus olhos percorrem o reflexo de espelho
Do rio congelado onde as pessoas esquiam
A natureza trazendo alegria no Inverno dos Alpes suíços.
No Brasil a essa hora, a molecada brinca com a bola
Driblando com garra o adversário marcando um gol
Fazendo a festa na beira do mar, riem-se! Agora é festejar!
Com o samba correndo solto até a noite chegar.
Tantas terras tanta gente diferente
Pessoas seres humanos a quererem apenas ser feliz
A humanidade tem toda a mesma luz (essência)
Nada somo sou seremos nesse universo materialista sem paz.
...Mas, secretamente sabemos
que retornaremos à paisagem primitiva,
onde a certeza será uma âncora
para o espírito disperso nas mutações.
Na paisagem primeira a nós encontraremos e restaremos."
152. "Nessa jornada observarei todos os caminhos, o que mais a paisagem te lembrar... sai da frente! Que vou correndo."
153. “Muitas vidas, e poucas bem vividas.
Viva o hoje. O ontem fique feliz por viver. E o amanhã será um novo dia e peça bis.”
Voltar
É bom voltar pra casa
Na hora exata
Ver a paisagem
Do tipo colagem
O sol permanece
E sem tempestade
A brisa é fresca
E na face me beija
Cabelos aderem meu rosto
Fazendo um esboço
Ah! Vida de expectativas!
Voltar
É bom voltar pra casa
Meu carro desliza na rodovia
Na verdade
Minhas mãos sabem o que fazem
O entardecer chega de mancinho
No volante comando o caminho
Vou pro meu ninho
Carros passam como raios
E com os olhos eu assisto
Fiscalizo
Estou subindo
O vento fala ao meu ouvido
A tarde está se indo
Voltar
É bom voltar pra casa
Vejo curvas sinuosas
Mas não importa
Fixo nessa procissão
Dá uma impressão
O céu mais perto do chão!
Muralha de concreto verde
Estou nela
Sinto cheiro do verde
Que se mistura com a fumaça
Por mim carros grandes passam
Tem que ser assim
Continuo na velocidade presente
O frio é ausente
Estou cada vez mais distante do mar
Queria voltar
Nessa imensidão rolar
Ver o azul do mar
Eu amo o meu mar
Mas vou continuar
Voltar
É bom voltar pra casa
Sinto falta das danadas
Minhas filhas dedicadas
Sinto um pouco de frio
Minha pele erigiu
Aqui no rodo anil
Mário Covas varonil
Reflete o sol em minhas lentes
Raios explodem quentes
Como é bom o frio ausente
Voltar
É bom voltar pra casa
Beijar minhas filhas amadas
Andar pela calçada
Brincar na escada
Cuidar da minha casa
Voltar
É bom voltar pra casa!
Seus olhos tinham o brilho das cores da aquarela,
Seu cabelo ao vento era a paisagem mais bela,
Tinha a complexidade de uma Vênus moderna,
Ascendeu ao azul do céu nos seus próprios pensamentos,
Não pensou no seu futuro, ela era o momento,
Vi a ponta dos seus pés no gelado do cimento,
Entre olhares meu desejo, povoar seu pensamento. ♪
NOITE...
Lua, estrela, núvens,
sonhos, desejos, ilusão.
A paisagem é escura
tudo é silêncio,
tudo é paz...
Uma paz irreal,
uma paz quieta, calma,
uma paz sem paz...
NOITE.
Momento de pensar, sonhar
recolher do ser.
Momento de confronto,
confronto entre sonho e realidade.
NOITE...
Momento de viver,
momento se sonhar,
momento de ser...
Ser da noite...
Senti a brisa que chegava á minha janela
Observei a paisagem lá fora, tudo era tão fresco.
Conte-me um segredo, pedi ao pássaro que avistava.
“O dia está lindo, minha menina”, disse-me ao pé do ouvido.
Concordei assim balançando a cabeça. Realmente o dia está lindo, senti assim com o coração.
Janela
Paisagem distante
Tem coisas que não dá
Pra enxergar ou definir
Espaço e tempo
Prenúncio de tempestade
Um buraco no Céu
O Sol ainda arde
Mas agora é tarde
Difícil
Segundo a segundo
O dia escurece
Não se pode dizer
Quando a chuva cai
Mas é fácil dizer que ela vem
Janela aberta
Paisagem distante
Nada ou ninguém
Calado
Penso no passado
Tem dias que tudo passou
Eu murmuro uma oração
Ela há de ecoar pra sempre
A janela se fecha
Deserto por dentro e por fora
Agora só me resta uma certeza
Fechou-se a janela certa
A tarde parecia tão morna
Noite morta
Esquecida eternamente
Essa sensação parece boa
Somente a oração
Que no silêncio ecoa.
Edson Ricardo Paiva.