Metamorfose
Somos…
A roseira, a rosa e os espinhos do que plantamos.
Crenças, idealizações. Experiências e aprendizagens.
Somos…
Todo aquele amor maternal de outrora, e os nossos traumas vividos, eternizados durante a infância.
O despertar de um “amor eterno” e o sangrar pela dor que um dia ele nos trará.
Somos…
Todo o arsenal de braveza, revide e revolta da juventude e a maturidade do apenas observar, silenciar e seguir.
A euforia e a incerteza de uma infinidade de sonhos, e o afunilar para os essenciais e singulares.
Somos…
As nossas fraquezas e desistências, e a força inexplicável de um constante continuar.
Plenitude ou nada. Depende da curva, da estrada.
Sou tolerante, admiro a tolerância, o auto controle, dominar o alter ego da arrogância, e mesmo apoderado da verdade, na marga e infeliz verdade, peco como Estrela Dalva, subestimando todos carnalmente presentes, enfim, tolerância, ser tolo e fugir da arrogância a sina dos humildes, minimamente racionais que bloqueiam diariamente a metamorfose maldosa do "adultecer".
Sou transitório, mimético, inconstante...
Sou o andarilho, tenho asas de viajante.
Vibro nessa dança de subir e descer, liberdade ritmada.
Mesmo quando não enxergo o caminho, continuo a jornada!
Não é que eu viva de migalhas, mas aprendi a catar cada pedacinho meu que os tombos e batalhas tiraram. Guardo meus cacos para me refazer.
Ninguém nasce inteiro, somos fragmentados!
A cada momento nos moldamos e não importa o quão completo a gente sinta ser, um corpo sempre será um templo pequeno para nossa alma!
A Lagarta e a Borboleta.
Era uma vez uma Lagarta. Bem pequenina e verde.
Porém, não se engane, ela era pequenina mas a sua fome era grande.
Ela gostava muito de comer folhas verdes como couve, alface e almeirão.
Um dia, rastejando por alguns alfaces em uma plantação a lagarta encontrou uma borboleta que costumava voar pela imensidão.
-Olá Borboleta -disse a lagarta
-Oi Lagartinha, tudo bem?-perguntou a borboleta
-Não, não, Borboleta. Eu estou muito triste. Hoje é só mais um dia comum, como todos os outros da minha vida de lagarta. - Falou a Lagartinha com uma carinha tão, mas tão tristinha.
-Oh não, pobre Lagartinha- disse a borboleta batendo as suas asas toda cabisbaixa e solidária a dor da amiga pequenina.
A Lagarta quando percebeu que tinha a atenção da Borboleta desatou a falar:
-Desejo ter asas tão bonitas quanto as suas desde muito tempo.
Sonho em poder voar tanto quanto aguentar só para conhecer toda a beleza desse mundo que é tão grande. -Ao dizer aquilo os olhos da Lagartinha brilharam só de imaginar como seria voar como uma borboleta.
A borboleta porém não pensava igual a lagartinha, ela não conseguia entender por que a lagartinha queria tanto ter asas se poderia aproveitar a vida que tinha.
Então, resolveu alertar a amiguinha dizendo:
-Lagartinha, não se engane. Ter asas não significa ter a felicidade.
A Lagartinha ficou olhando para a borboleta sem entender o que ela queria dizer.
De onde estava, a lagarta via a borboleta toda linda batendo as suas asas coloridas e só conseguia pensar em como queria ter aquelas asas para sair voando pela imensidão.
A Borboletinha percebendo que a Lagarta não havia entendido o que ela queria dizer, resolveu então se aproximar da amiguinha rastejante para falar:
- Lagartinha aproveite a sua vida como ela é, não fique pensando nas mudanças que poderiam ou não acontecer. Neste momento você pode comer quantas folhas de alface aguentar e, veja só, você também pode sentir a textura das folhinhas quando rasteja sobre elas. Apenas aproveite e seja grata pelo que você já tem. Quando isso acontecer você conseguirá ir muito mais longe do que as minhas asas jamais foram.
A Borboletinha depois de dizer aquilo se despediu e voltou a voar pela imensidão da plantação. Porém, a Lagartinha não lhe deu ouvidos e continuo tristinha, sempre pensando em como seria bom ter asas como as da Borboleta.
Anos depois, bem velhinha rastejando por uma plantação de almeirão a Lagartinha já bem cansadinha decidiu parar para respirar.
Ela respirou bem fundo uma vez, depois outra vez e depois outra. Depois de respirar bem fundo três vezes a Lagartinha percebeu como aquela plantação era cheirosa e gostou daquele aroma. Ela então lembrou do que uma borboleta tinha falado para ela anos atrás e decidiu rastejar um pouquinho sentindo a textura das plantinhas...
Depois de um tempo a Lagartinha percebeu que as folhas das plantas faziam cócegas no seu corpinho e começou a dar risada. Foi nesse momento que ele se deu conta de que o que a borboleta havia falado era verdade.
A Lagartinha voltou para casa toda feliz, sentindo a textura das folhas e os cheiros das plantações.
Ao chegar em casa ela se sentiu muito cansada depois de um dia tão longo então resolveu dormir para que no outro dia pudesse aproveitar tudo que a natureza tinha para lhe oferecer.
No dia seguinte...
Assim que a Lagartinha acordou sentiu que algo estava diferente, ela se sentia mais leve e bonita mas ainda não sabia por quê., Resolveu então começar a fazer o que havia prometido no dia anterior.
Ela se preparou para sair da casinha rastejando como sempre fazia mas, dessa vez ela teve uma surpresa!
Ao invés de sair da casinha rastejando a Lagartinha saiu voando... Agora ela havia se tornado uma BORBOLETA.
Outras borboletas esperavam por ela fora da sua casinha e quando ela apareceu as borboletinhas voaram para perto dela todas animadas com a nova amiguinha.
A lagartinha que agora não era mais lagarta, não entendia o que tinha feito para se tornar uma borboleta mas, uma das suas novas amigas tratou logo de explicar.
- Quando você parou de se importar tanto com o que não tinha e começou a valorizar tudo o que já tinha acabou mudando a sua essência e isso fez com que você se tornasse uma borboleta. Não por que queria muito ser uma, mas, por que compreendeu que o que importa não é só o SER e sim o VIVER a vida aproveitando,valorizando e desfrutando de forma responsável de tudo que ela tem para lhe oferecer.
Moral da história: Aproveite a vida que você já tem, seja mais feliz e grato pelo que já conquistou, trabalhe pelo que você quer sem diminuir, destratar ou humilhar os seus semelhantes. Quando isso acontecer talvez você saia do casulo, vire uma borboleta e comece a voar pela imensidão que é a vida.
Desejo a todos boa sorte nessa jornada.
Texto de uma lagarta que quer ser borboleta mas que ainda está passando pela metamorfose.
Agradeço por terem acompanhado a pequena saga da lagarta e da borboleta até o final.
Muito obrigada.
"Constantemente,passamos por várias transformações e através delas ,podemos sentir e perceber a impermanência agindo na nossa vida a todo momento."
---Olívia Profeta---
Dossel
Um denso dossel cobriu meus olhos, e a noite caiu.
Foram-se as vozes, as cores, o toque, e no silente de um só; resvalei em mim nas lembranças que se esfumaram no tempo.
Na urgência do destino, a selfie ausente do poente não vivido. O adeus roubado.
Caminhando de olhos fechados, uma vida esvaiu-se por entre os dedos. Cansado, adormeci nos escombros de mim mesmo, a duras penas conformado.
Despertei à luz do sol, quando o vento soprou o dossel. Nesta altura, conheci — desconhecendo, as rugas na pele e os fios brancos, nascidos na dormência de quem fui.
Na esperança, sigo lutando no presente, a guardar memórias na epiderme; trapaceando o incerto blackout.
Quanto tempo me resta, não sei!
Cá dentro, é a dor no vazio da minha metamorfose que perdi.
Sem ver, envelheci!
Algumas pessoas saem do casulo e se transformam em borboletas, outras ficam fechadas dentro da sua própria metamorfose por não aceitarem a sua evolução...
TRANSFORMAÇÃO
Está no espaço
sai de dentro
ramifica por fora
inquieta minha mente
toma forma
isso é metamorfose ou mutação
que se esvai por todo canto
em busca de uma direção
um processo de reprogramar e aprender
o que eu ainda não sou
mas quem irá saber
pode ser boa, talvez contrário
mas que tenha o pensamento
que seja visionário
transforma sem entender
pois a mudança só é falida
pra quem sabe vencer
Toda borboleta um dia se arrastou, se enclausurou, se contorceu. Em meio a muitas dores desistiu do viver de lagarta e assumiu o viver de borboleta.
A vida de fato me impressiona, dos momentos mais duros nascem pessoas pessoas mais fortes.
Nos últimos meses passei por momentos tão difíceis, que achei que nunca mais saberia o que é sorrir novamente, houve noites que pensei não mais iria acordar viva pois havia uma angústia em mim que me corroía por dentro de tal forma que achei ser impossível ver a luz do Sol novamente e só pensava em dormir e nunca mais acordar, a morte seria meu alívio. Estava em sofrimento profundo, grande amargura e infelicidade tomava de conta do meu ser, não estava feliz com a faculdade, com as amizades que possuía, achava que era incompreendida por todos e que ninguém me amava além dos meus pais é minhas belas irmãs, infeliz com um relacionamento medíocre e que me trazia intensa angústia. Sabia que devia dar um basta nisso só não sabia como fazer tal coisa e não sofrer, tinha medo de fracassar, tinha medo da dor.
A dor da perda muitas vezes pode ser irreparável, e cada vez parecia mais difícil lidar com esses pensamentos, pior de tudo pensava eu é perder alguém que está vivo, doía imaginar que teria que matar dentro do meu peito os mais belos sonhos, planos e expectativas que eu havia criado, perder alguém por motivo de morte é uma coisa, mais perder alguém que está vivo e do nosso lado ah é uma dor terrível. E dia após dia eu vivia infeliz, morrendo por dentro, sorria durante o dia e a noite eu chorava desesperadamente, oh! Como chorava. Precisei sair do lugar que estava para dar um ponto final no sofrimento e começar reescrever minha história📜, e decidir dar um ponto final na parte ruim, decidir recomeçar, me renovar, reiventar-me, reconstrui-me fui em busca de um reecontro comigo mesma, precisava mudar o rumo das coisas, uma jovem de 23 anos não podia vegetar, precisava viver. Viajei, conheci novas pessoas, novos lugares.. Viajei por lugares lindos e encantadores, sair do barulho do mundo, dei uma pausa e sentei para ouvir o meu mundo, quis saber o que meus pensamentos diziam afinal fazia tempo que eu não me escutava, era uma boa ouvinte para os outros mas, meu corpo gritava e eu mal o ouvia. Precisei parar tudo e me ouvir, desabafei comigo, e comecei uma construção em mim, comecei viajar pelas minhas memórias e relembrei quem eu era, minhas origens, meus objetivos primários, as rotas que estava seguindo, que rumo e proporção as coisas haviam tomado, pensei quão distante do meus ideais eu havia ido, perguntei por quais causas eu vivia, me fiz perguntas duras de responder, outras simples. Depois de horas conversando comigo, econtrei a raiz do problema e decidir arrancá-la. Fiz algo que a muito tempo não fazia, fui até o criador a quem carinhosamente chamo de pai e me rasguei diante dele, ah como chorei...lhe contei todas desilusões que havia sofrido nos últimos anos, meus fracassos, como me sentia um nada e chorei como uma criança sem mãe, decidir voltar a me relacionar de forma intensa como nunca mais havia feito, pude ouvi-lo, e então ele disse como me amava, que eu não devia sofrer tanto e que comigo estaria todos os dias, que eu sou linda e muito preciosa pra ele, que tem um amor inexplicável por mim que ninguém, ninguém me merece mais que ele, oh querida vc é a menina dos meus olhos! Exclamou ele, EU TE AMO não sofra tanto, confie em mim, eu te darei tudo que vc precisa pra viver até eu ir buscar-te apenas confie, quanto a suas dores, mágoas e medos deixa-as em minhas mãos eu irei cuidar disso, trocarei teu fardo por uma imensa paz. Oh! Quão leve fiquei depois de chorar nos braços do meu papai, e disse pra ele que uma nova mulher estava surgindo mais forte e resistente, e determinada a nunca mais permitir que nenhuma pessoa entrasse em minha vida para fazer bagunça, disse das desilusões amorosas e de outras que já tive e que agora eu queria que ele escolhesse quem de fato iria me fazer feliz, que daquele dia em diante chorar por alguém seria somente de emoção, nunca mais de decepção, pq eu estava escolhendo confiar tudo a ele absolutamente tudo. E aos poucos fui me reconstruindo novamente, li bons livros, fiz bons amigos, entrei em contato com a natureza e me apaixonei cada vez mais pelo meu grande pai. E tou aqui novamente bem, feliz e lutando contra o tal coração para não cometer a loucura de se apaixonar por qualquer sorriso bonito e rostinho bonitinho que aparece, confesso que não tem sido muito fácil, mas estou cuidando do jardim. No meu pior momento, quando achei está no fundo do poço renascir, quando achei que viveria pra sempre naquele terrível angústia eu vi meu jardim florir novamente, sei que a vida nunca será fácil que ainda irei me magoar bastante, perder coisas e pessoas, irei ser ferida e me decepcionar bastante, a vida poderá me dar muitas rasteiras oh sim, mais descobrir também que posso aguentar todas elas e levantar de novo, descobrir que a dor é inevitável mas que o sofrimentoé opcional, descobrir que não importa o que a vida e as pessoas farão comigo, mas o que eu farei de mim, como irei reagir diante das adversidades da vida? Descobrir que as paixões não precisam ser avassaladoras apenas normais, que o amor não precisa ser tão sofrido assim, descobrir que é preciso olhar o macro e não apenas o micro, que a vida é linda a despeito dos problemas, descobrir que é sempre tempo para reescrever minha história. Passei por uma grande metamorfose humana e um ser humano lindo tem surgido, tentando ser melhor, mais eficiente mais simples e mais sábia, descobrir que em Deus eu posso todas as coisas. Me reencontrei, me renovei, me reinventei e RECOMECEI
Fé e coragem lagartinhas e lagartinhos!
Lembrem-se que se retirar de tudo e todos por uns dias e conhecer a solidão mais a fundo é necessário!
Os dias solitários no casulo é quando construímos nossas asas pra voar, é o autoconhecimento, a reflexão do "eu", a aceitação do que não pode se mudado, e o impulso para transformar o que podemos.
Nossa metamorfose acontece nos dias de tempestades onde somos obrigados a ser fortes, quando parece tudo perdido!
Tenha fé e coragem, suas asas estão em formação, seus dias de voos estão próximo, a primavera está preparando as flores do seu caminho!
Jéssica Talevi
Diante da sua evolução como borboleta, a lagarta não apenas adquire um par de asas, mas a consciência de que pode voar.
"Os esforços para transformar uma mentira em verdade, são inúteis. A verdade não têm versões e não aceita metamorfoses".
"E foi após um longo período de dor que notou as mais belas asas, porém pensou: “ Fui feita pra rastejar” então olhou para o céu, sentiu o vento e descobriu que podia voar... nunca mais parou."
"Realizar seus sonhos tem o poder magnético de inspirar outros, assim como sei que "Para Sempre Metamorfose" vai te inspirar a reescrever sua história."
Vento do Sul
Conta-se por aí que um cachorro corria de vez enquanto por um campo aberto e cheio de flores .
Conta-se que nem mesmo vento podia acalmar.
Até que um dia um corredor de nuvem o envolveu e o encobriu .
Parece que a grande nuvem o envolveu por completo mudando a sua cor.
Dias depois só ocorrido havia apenas uma penugem desconhecida no ar.
Como o vento pode acalmar a tempestade?
Como o ar pode trazer novos ventos e contentamento com cores, plumas e sabores?
De noite a brisa mansa, de dia o sol escaldante
Meia lua conta uma história e o poeta parafraseando
Digo isso ao vento e ao mar
Digo isso de noite e ao entardecer
Conta-me o segredo do sol
E as peripécias da lua não me serão escondidas.
Do norte e do Sul
Do vento e do ar
De palavras soltas e desconexas
Comecei a salmodiar
Como era linda a flor do campo
E como os lírios são de encantos mil
Valente é aquele que não tem medo do ar
Forte é aquele que resiste as tempestades
E a inteligência do pensamento se rende a magia intensa do bem querer.
E até quando me vem de noite a lembrança de um mundo desconhecido?
No dia em que a tempestade chegar
Me lembrarei do entardecer suave e gentil
Até que novamente possa ouvir o canto dos pequeninos que me encantam.