Linhas
Sempre me assusta escrever as primeiras linhas, cruzar o limiar de um novo livro. Depois de percorrer todas as bibliotecas, quando os cadernos explodem de notas febris, quando não consigo mais pensar em desculpas razoáveis, nem mesmo tolas, para continuar esperando, ainda retardo vários dias durante os quais entendo o que é ser covarde. Simplesmente não me sinto capaz.
meta é não complicar a vida, que por si só já vem cheia de emaranhadas linhas pra si encontrar as pontas.
Suas escolhas são o padrão para as linhas do gráfico de sua vida, que poderá mostrar crescimento ou variáveis?
Existe uma ficção no espaço entre
As linhas nas suas páginas de memória
Escreva-as, mas isto não significa
Que você não esteja apenas contando estórias
[Tracy Chapman]
Um porta lápis cheio de canetas
Que com elas escrevo em preto, azul e vermelho
Linhas de minha vida,
tão prazerosa vida
sem recursos econômicos,
mas com vários motivos para contar
a felicidade de estar vivo.
O poeta de alma, só redige linhas ao compor de suas emoções, essas sendo ápces na variável da dor, ou alegria....
Sou poeta de raiz, me movo pelo nada realmente intangível, constantemente na ausência do abstrato...
Queria nas linhas e entre elas falar, apenas de alegrias, quem sou eu?...
Para em minha pequenez viver delas...
Vivo de pequenos flexes, do que poderia ser e o que pode ser...
Na dor já encontro rotina, essa me chama pra dançar todo dia...
Na alegria digo sejas bem vinda, fique mais ela é visitante rápida que insiste em não voltar...
Há visitas que não desejamos retornos e outras que gostaríamos que fizessem morada...
Te peço fique, te peço não vai...
Apesar de nessas linhas falar de dor as entre linhas são de muito amor...
A poeta resta o tecer, que é notável basta a quem ter, na infância a mesma aprendeu que “você é diferente”, Sou! Somos!
Mais que poeta, que em um emaranhado de sentimentos, sou eu e isso pode ser...
SOBRE LINHAS, CORES E OUTRAS COISAS QUE SE ENCONTRAM
(Franciele Reis Messias)
Somos uniões de experiências
Estamos em entrelaçamentos
Nós e laços policromos
Pigmentadas e Invisíveis
Preparação.
Entre opções, inúmeras
Cromáticas e acromática
Linhas várias
Quentes e frias
Experimentações.
Ao destino, apenas oportunidades
Paletas de solidões
De uma ponta a outra
Ligações.
O tempo cruzado
esticado ou emaranhado
Gostos em apuração
O que fica
Predileções.
Enfim, a favorita
Apreciação particular
A junção de tudo
afeições.
Linhas paralelas
Rotas entre paraísos
Sob a faísca de metal, a aquarela
Uma sincronia de sorrisos.
As cores? Moldadas
Pela chegada e pela ausência
Pelas respirações desequilibradas
De ambas carências.
A ciência e magia
Circulam sob a pintura
Nem dormindo sonharia
Nem chorando sentiria
Com uma troca de olhares tão pura..
Se Deus escreve certo por linhas tortas, talvez as linhas tortas são os altos e baixos da vida, a balança de Deus para diminuir o homem que quer se achar o próprio DEUS.
Descrevendo um desenho.
Esboçado, como seu corpo.
Sim, eram um encaixe perfeito de linhas sinuosas.
Apagado, como cada erro feito por você.
Refeito cuidadosamente com um grafites de ponta fina.
Sombreados, detalhadamente como a
noite de teus olhos.
Escrevi o teu nome nas linhas que definem o céu, mesmo não tendo caneta apropriada para o efeito, por isso, somente os nossos olhos, conseguem contemplar a maravilha das letras que formam o teu nome nas estrelas.
DESENHOS
Seus traços delicados e suas linhas pensadas, fazem querer ir e ficar, olhar até cansar, tocar até gostar, amar até colar e se formar um.
Esta Página -
Quando um dia,
se um dia, tu chegares
até esta página e leres estas linhas,
saibas que eu terei te amado
a cada dia:
De sol ou de chuva ou naqueles em que há de tudo um pouco, e
nada de mais há.
Terei te amado a cada noite escura
ou de luar, e, quem sabe, nos
sonhos das madrugadas
mais solitárias.
Terei te amado sempre que tu sorriste ou choraste, ou não fizeste nem uma coisa nem outra.
Terei te amado a cada falta tua,
a cada lembrança tua, a cada
saudade da gente,
Pequena.
Sim,
eu terei te amado, inevitavelmente,
a cada segundo antes que tu
chegaste até aqui — nesta página,
com estas linhas, estes versos.
E,
talvez
continuarei a te amar
mesmo depois que tu enxugares
o rosto, fechares o livro e
esqueceres-me numa
noite de um sábado
qualquer da tua
vida.
Há qualquer coisa -
Há qualquer coisa d'infinito
nas vagas linhas do horizonte
uma quimera sem sentido
ou uma saudade sem fonte ...
Há qualquer coisa que nos negam
os olhos fechados de quem parte
um não sei quê d'águas sem arte
onde os barcos não navegam ...
Há qualquer coisa permanente
que nos injecta mágoa e solidão
uma visão errante, um senão
ou uma vontade de ser diferente ...
Há qualquer coisa dita em vão
nas bocas que maldizem o amor
inveja, dor, mágoa e solidão
que vai matando sem pena nem pudor ...
Há qualquer coisa que não sabemos
oculta no tempo que nos castra
talvez seja a distância que nos arrasta
da juventude que perdemos ...
Há qualquer coisa, muita, tanta coisa
inerente à vida sobre a Terra
a ausência de paz é guerra
mas o destino é a pedra de uma lousa.
Nada é o que parece. Há muito mais histórias por trás de quadros, concretos, linhas e pálpebras do que a gente imagina.
As ladainhas desentoadas,
o latim mal sabido,
a batida seca da máquina de costura,
as linhas de bordado,
os papéis de seda e os velhos riscos de ponto cheio,
cheio de amor, cheio flor e ramos de tudo que é cor.
A janela e a roseira branca.
Oh mãe! Oh minha mãe!
Linhas desoladas -
Se a vida tivesse sido outra
outra teria sido a nossa história,
agora, a memória é tão pouca,
triste, permanente, obrigatória.
Meus olhos de mágoa e leite
cheios de chuva, silêncios e cansaços
e a sombra do teu corpo num tapete
aconchegada nos meus braços.
A solidão ardendo ao pé do lume
o espelho sem reflexo nem paisagem
e a vontade de subir, chegar ao cume,
contemplando a tua imagem.
Que saudade de estarmos sempre assim
vestidos de paixão - doce, intacta,
hoje, escrevo versos sobre ti
nas linhas desoladas de uma carta.
"Deus escreve certo com linhas tortas.
Eu tento escrever certo, mas erro na pontuação, acentuação, grafia, etc…”
Xadrez
As torres que se movem em linhas retas
protegem e atacam de forma discreta
Os bispos que passam desapercebidos
As vezes pelo oponente é esquecido
E os cavalos atacando por detrás dos que o escondem
Pisoteia de surpresa como se viessem de longe
A rainha sim pode ser letal
Ela pode tudo, causa estragos, traz o mal
O rei protegido espera sua vez
confiando em peões que também querem ser reis
Nessa guerra só pode haver um vencedor
A morte do rei só revela
Que neste jogo não existe amor.