Galáxia
Caindo o temporal
sobre as araucárias
do nosso destino.
Centáureas pétalas
pairam na campina
lembrando estrelas.
Sentindo por dois
o quê há de incrível:
amar é indestrutível.
Viagem sidérea
interior em lunar rito
silente na haste peito.
Teus olhos lindos
feitos de Andrômeda
os quero comigo.
Como filha dos tambores
desta América do Sul,
não sei amar discretamente.
No espiral do destino
venho pressentindo
que encontraremos
o caminho que irá
nos levar ao encontro
nesta Terra onde muitos
(que com os códigos
da vida acham que
têm o poder romper).
Nem o tempo, a distância
e a falta céu aberto,
dispersam sentimento,
Há mais de um batimento
nesta pastagem sideral
onde a Estrela-de-Belém
e notícias de libertação
esperam por alinhamento.
Gira a Galáxia de Bode
com a força do Universo
nenhum homem pode,
as estrelas têm riscado
o mapa astral que levará
o meu coração encontrar
(a tua paixão muito além
do que os luares imaginam
e alguns poucos acreditam).
A cada noite brasileira
a tua paixão será eterna e derradeira,
não haverá desistência
ou caminho de volta,
e por cada uma não se cansará de se render.
És o meu hipnótico
secreto que me põe
em delírio de amor
certo mesmo sem
nenhum diagnóstico,
e assim te carrego.
Há dança dos astros
nos nossos quadris,
no olhar os sinais
que só os apaixonados
fazem por merecer,
a viração das horas
hão de nos pertencer.
És o meu único ilustre
cidadão do meu peito,
Galáxia do Cata-Vento,
te amo além do tempo
que nos coloca todo
o dia à prova e rebento.
Os arquitetados beijos
em reserva especial
permanecem do jeito
como devem estar,
para plenos serem
quando você chegar
numa linda noite de luar.