Coleção pessoal de Rochi
Joguei fora as fotos, os e-mails, as mensagens, as cartas, os presentes. E descobri que meu coração é um lixo.
''Eu treinei viver sem você, eu treinei porque você sempre achou um absurdo o tanto que eu precisava de você para estar feliz. De tanto treinar acostumei.'
Quero apenas ver você, sentir você, pegar em você como se pega num objeto precioso. Ter mais uma vez (a última?) a sensação de que você é uma admirável criação da natureza ou do demônio, uma coisa diferente de todas as coisas.
Eu não procurei, não insisti. Contive tudo dentro de mim até que houvesse um movimento qualquer de aceitação. Quando houve cedi.
Seu amor não me toca nem comove, sua precisão de mim não passa de fome e você me devoraria como eu devoraria você. Ah, se ousássemos.
É verdade… Existem cerca de cinco bilhões de pessoas nesse planeta. Mas a gente acaba se apaixonando por uma pessoa determinada e não quer trocá-la por nenhuma outra
Só eu sei que cheguei à humildade máxima que um ser humano pode atingir: confessar a outro ser humano que precisa dele para existir.
- Eu te amo!
- E por que você me ama?
- Eu te amo porque você é meu.
- Eu te amo porque você precisa de amor.
- Também te amo.
- E por que você também me ama?
- Eu te amo porque… para entender o nosso amor é preciso virar o mundo de cabeça para baixo.
- É pra sempre?
- É pra sempre mesmo.
Eu te amo.
Ela sorriu, tímida.
- Você me ama?
- Não.
Respondeu ele sorrindo.
Todos os que amo vão embora.
- Eu não suportaria te ver partir.
Na verdade eu não me impressiono com mais nada. E quer saber duma coisa? Se acabou mesmo dou a maior força. Acho maravilhoso ter acabado. Do jeito que estava só podia mesmo era acabar.
Mas não te procuro mais, nem corro atrás. Deixo-te livre para sentir minha falta, se é que faço falta… Tens meu número, na verdade, meu coração, então se sentir vontade de falar comigo ou me ver, me procura você.
Pensando bem, acho que o problema está em você que vê todo o meu sacrifício pra estar contigo e mesmo assim vive fugindo de mim.
(...) Ouvir umas histórias. Contar algumas também. Botar a conversa em dia… Falar sobre nós um pouco, talvez. Contar umas estrelas. Fazer uns pedidos. Quem sabe realizar alguns meus. Rir um pouco. Sentir-se leve. Esquentar um pouco os pés frios… O coração vazio. Se não quer sentar e relembrar o passado. Matar essa saudade. E essa vontade. Quem sabe sentir alguma vontade. Não sei…
E ficamos nessa de vai e não volta, nessa indecisão de uma certeza, na negação de uma vontade. Eu te amo e você me ama, mas o nosso amor não é o suficiente para nos unir. Precisamos de algo que ainda não temos, e talvez nunca venhamos a ter. Preciso ser minha antes de ser sua, e você precisa ser seu antes de ser meu. Mas você é da menina que mora na rua atrás da sua casa, e eu sou do cara que conheci em uma balada qualquer da vida. Somos tão diferentes, mas tão completos quando estamos um ao lado do outro. Poderíamos ser tão felizes, poderíamos ser tão amor… Mas simplesmente hoje somos apenas distantes.
Era sábado à noite, quase verão, pela cidade havia tantos shows e peças teatrais e bares repletos e festas e pré-estreias em sessões de meia-noite e gente se encontrando e motos correndo. É tão difícil renunciar a tudo isso para permanecer no apartamento lendo, espiando pela janela a alegria alheia.