Coleção pessoal de poeticos

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⁠Só fico onde sei o que é. Porque etapas sem "é" são tapas.

⁠Se o trem sai dos trilhos é só para que eu possa ir mais longe.

⁠Que só naveguemos no que for-MAR.

Neste mundo de guerras, só ando onde for possível estar sempre amada.
Neste mundo de guerras, só ando onde for possível ficar amada.

⁠O chefe é atendido. O líder é procurado.
O chefe é acudido. O líder é pro(curado).

⁠Você vivia com
meu pavio nas mãos.
E o problema é que esqueceu
que quando tudo queima, eu ascendo!

⁠Só me move o que me e(leva). Só seguro o que for de-colar. E só me derrete o que solidifica.

⁠A saudade me machuca,
mas você me assassina.
A saudade me inclina,
mas você me arranca.
Fico onde
ainda der
para (revi)ver.

⁠— Olha como ele demonstrou
e com-provou o que sente (por você). Que máximo!
Não é?
— Não. Que mínimo.

⁠Nunca aceito que o seco ou o raso tirem de mim o que sei que deve ser. Até porque a cura para tudo é sempre se molhar: no suor, nas lágrimas ou nos mergulhos.

⁠A cura para tudo é sempre se molhar: no suor, nas lágrimas ou nos mergulhos.

Só (de)more onde puder (sempre) estar.

⁠Só me move o que me e(leva).

Nada sabe o tempo sobre a intensidade.

Deixar o tempo passar só adianta para o que já tiver definido seu lugar.

EIS QUE CIMENTO

O tempo nada constrói. O que constrói é a permanência. Permanência sem esforço nada constrói, vira ausência. Ausência nada constrói, não vira saudade, vira esque-cimento. (Esque)cimento... eis que cimento! Este sim, muito constrói, porque é lembrar sem querer voltar. Vira espaço para o adiante, abre alas para o transforma-dor, vira a clara imagem tortuosa de como alguém deixou de ser (ou nunca seria). Porque você pode ir, mas como você foi sempre vai ficar.

Que meu transbordar afaste os secos.
Que meu mergulhar afaste os rasos.
Que minha exacerbação afaste os ilegíveis.
Que meu tanto afaste os quases.
Que minhas palavras me livrem
dos que não querem livros (inteiros).
Que minhas páginas afastem os abreviados.
Que minha sirene afaste os sonolentos.
E minha exclamação, os de fases.
Que minha poesia afaste qualquer copia-dor.
Que meu oitenta afaste os oitos.
Que minha intensidade afaste os mornos.
Que meus vintes nunca voltem pros dezoitos.
Sei que fervo o tempo inteiro, mas só assim se esteriliza,
conserva e faz banquete que dá para cheirar.
Que minhas cicatrizes fechem o que não for para paz dar.
Que meus princípios dêem fim aos sem querer.
Decida se quer ser marca ou mancha.
E se quer ser (res)pingo,
que minha chama afaste você.
(Vanessa Brunt | @vanessabrunt)

Querer reciprocidade não é fazer visando algo em troca. É fazer esperando que valha a pena. É como jogar um amortece-dor no chão para ir até ele em queda libre, esperando apenas que ele ao menos continue ali.

Só demore onde puder sempre estar.
Só (de)more onde puder sempre estar.
Só (de)more onde puder (sempre) estar.

Corrida realmente duradoura não é para o de maior velocidade, mas sim para o que não para de percorrer.