Coleção pessoal de PensamentosRS

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⁠A ação nos consola de nossa inexistência. Não é o sonhador ocioso que escapa da realidade. São os homens e as mulheres práticos que buscam, numa vida de ação, refugiar-se da insignificância.

⁠Chegamos a um ponto em que a máxima "vote no menos pior" já não tem nenhum significado, porque não há um menos ruim.

⁠A grande maioria das pessoas não sabe como se distrair nem como descansar. Quando tem tempo, se entedia.

⁠Se há cem anos a idolatria do trabalho era indispensável para liberar-nos da miséria, hoje, na maioria dos casos, é apenas uma inútil escravidão psicológica.

⁠Quanto mais as pessoas são ricas, mais são cínicas e amedrontadas.

⁠Em outros tempos os ricos repousavam e os pobres se esfalfavam. Hoje isso se inverteu: os ricos correm como doidos para cuidar dos seus negócios e os pobres são condenados à inércia do desemprego.

A mentira é o manual do departamento de comunicação de todo governo, a mídia profissional sempre manipulou conteúdos.

⁠Com uma frequência sempre maior, a vida do trabalhador é transformada num inferno, porque as organizações das empresas se preocupam em multiplicar a quantidade de produtos, mas não dão a mínima para a felicidade de quem os produz.

Eu acredito que os executivos de meia-idade sejam, sob um certo aspecto, pessoas doentes. E o que é pior: a agenda deles é contagiosa.

⁠Estamos desabituados de uma tal maneira a fazer as coisas com calma, que assim que dispomos de uma hora livre a enchemos de tantos compromissos ou tarefas, que o tempo acaba sempre faltando.

⁠A Coca-Cola é uma substituta da água da fonte, o ecstasy também é substituto do amor, a heroína é uma substituta da viagem.

⁠No Brasil, a diminuição da violência é utopia, porque nada se faz de inteligente para combatê-la.

⁠Uma pessoa que passa a vida toda, todos os dias, dez horas no trabalho, acaba por sentir-se indispensável aos propósitos da organização. Se dispõe de tempo para si, não sabe como usá-lo.

⁠Toda organização, grande ou pequena, tende a ser conservadora, sofre de compulsa à repetição.

⁠As pessoas não estão mais habituadas a ficar em casa, a ter tempo para si. Só conseguem ficar longe dos respectivos escritórios quando são obrigadas a isso.

⁠A empresa, por sua própria natureza, é uma instituição total, onívora, que gostaria de absorver o trabalhador o tempo todo.

⁠O uso de drogas é uma admissão tácita de uma verdade proibida. Para a maior parte das pessoas, a felicidade encontra-se fora do alcance. A satisfação é encontrada não na vida diária, mas em fugir dela.

⁠A busca tecnológica da imortalidade não é um projeto científico. Ela promete o que a religião sempre prometeu — libertar-nos do destino e do acaso.

⁠O ser humano mais livre não é o que age de acordo com razões que escolhe para si mesmo, mas o que nunca precisa escolher. Em vez de se agoniar entre alternativas, responde sem esforço às situações tal como surgem.

⁠O tempo e o lugar em que nascemos, nossos pais, a primeira língua que falamos – isso são acasos, não escolhas. É o fluir casual das coisas que molda nossas mais significativas relações. A vida de cada um de nós é um capítulo feito de eventos acidentais.