Coleção pessoal de PensamentosRS
Com uma frequência sempre maior, a vida do trabalhador é transformada num inferno, porque as organizações das empresas se preocupam em multiplicar a quantidade de produtos, mas não dão a mínima para a felicidade de quem os produz.
Eu acredito que os executivos de meia-idade sejam, sob um certo aspecto, pessoas doentes. E o que é pior: a agenda deles é contagiosa.
Estamos desabituados de uma tal maneira a fazer as coisas com calma, que assim que dispomos de uma hora livre a enchemos de tantos compromissos ou tarefas, que o tempo acaba sempre faltando.
A Coca-Cola é uma substituta da água da fonte, o ecstasy também é substituto do amor, a heroína é uma substituta da viagem.
Uma pessoa que passa a vida toda, todos os dias, dez horas no trabalho, acaba por sentir-se indispensável aos propósitos da organização. Se dispõe de tempo para si, não sabe como usá-lo.
As pessoas não estão mais habituadas a ficar em casa, a ter tempo para si. Só conseguem ficar longe dos respectivos escritórios quando são obrigadas a isso.
A empresa, por sua própria natureza, é uma instituição total, onívora, que gostaria de absorver o trabalhador o tempo todo.
O uso de drogas é uma admissão tácita de uma verdade proibida. Para a maior parte das pessoas, a felicidade encontra-se fora do alcance. A satisfação é encontrada não na vida diária, mas em fugir dela.
A busca tecnológica da imortalidade não é um projeto científico. Ela promete o que a religião sempre prometeu — libertar-nos do destino e do acaso.
O ser humano mais livre não é o que age de acordo com razões que escolhe para si mesmo, mas o que nunca precisa escolher. Em vez de se agoniar entre alternativas, responde sem esforço às situações tal como surgem.
O tempo e o lugar em que nascemos, nossos pais, a primeira língua que falamos – isso são acasos, não escolhas. É o fluir casual das coisas que molda nossas mais significativas relações. A vida de cada um de nós é um capítulo feito de eventos acidentais.
Não foi Deus que nos transmitiu a moralidade. Fomos nós que criamos Deus para personificar nossos instintos morais.
Assassinato em massa é um efeito colateral do progresso tecnológico. Desde o machado de pedra, os humanos têm usado suas ferramentas para trucidar uns aos outros.