Coleção pessoal de PensamentosRS
Existe uma luxúria na autocensura. Quando nos culpamos, sentimos que ninguém mais tem o direito de nos culpar.
Respeito minha ignorância. Convivo bem com coisas que não entendo, cantos escuros e encontros silenciosos.
Sempre que nos lembrarmos do primeiro beijo, será um beijo diferente. Será sempre outra pessoa, a pessoa que nos tornamos, a lembrar do mesmo beijo.
Não tenho nada a ensinar e não quero que minha melancolia ou minha excitação, minhas crenças ou meu ceticismo, sirvam de exemplo para ninguém.
Será que alguma civilização fez do momento emblemático da alimentação algo solitário e introspectivo? É a hora em que mais nos aproximamos do pó do qual viemos e ao qual voltaremos. Abocanhar, mastigar e engolir matéria para continuar sendo matéria!
No passado, as primeiras experiências sexuais dos jovens vinham acompanhadas de culpa; agora é a vergonha que acompanha a falta dessas experiências.
As pessoas, na sua imensa maioria, são pouco inteligentes, não têm muita memória e estão afogadas num dia a dia horroroso.
Uma cultura grosseira gera um povo vulgar, e o refinamento privado não consegue sobreviver por muito tempo aos excessos públicos.
Levada ao extremo, a castidade deixa de ser uma virtude e torna-se, se não um vício, ao menos um estímulo a ele.
A gente deixa de ser criança quando percebe coisas maiores e mais fortes do que nossos mimados caprichos.