Coleção pessoal de MariaAlmeida
Saudades de ti…
Quero-te hoje. Como te quis ontem. Como vou querer-te amanhã.
Vivo-te todos os dias dentro de mim, como se estivesses a um milímetro do meu toque. Os meus olhos afundando-se nos teus. A tua mão enterrando-se na minha. Os dedos numa carícia. O abraço surgindo. O carinho que brota. Tranquilo. E tão urgente. Lágrimas de alegria. Gratidão. Dentro e fora de mim. No nosso mundo. No nosso espaço. No nosso infinito. Amor. Amizade. Companheirismo. Compreensão mútua. Nas palavras sussurradas. No grito ao mundo. No riso espontâneo. No silêncio de nós. No nós de tudo.
Quero-te hoje. E em todos os hojes do amanhã. Como és. Como sou. Como somos. Adultos, crianças, loucos, meigos e selvagens, mas de nós. Para ser. Para sermos. Sem limites. Tão bonito hoje. Maravilhoso amanhã. Por mais de mil anos. Eu sinto. Vivo a certeza. A tua cabeça descansando no meu colo. O meu rosto pousado no teu peito. Não temas. Eu não receio. Deixo-te estar. Deixa-me ser. Vem. Ou deixa-me ir. Acredito em ti. Só quero amar-te. Cuidar-te. Proteger-te. Estar contigo. Sempre contigo. Até Deus nos chamar. E muito mais além disso.
Sou grata pelas situações e dádivas que a vida me proporcionou e continua a proporcionar, assim como sou emotivamente grata pelo prazer simples de viver e de amar, pela família, pelos amigos, pela natureza, mas, sobretudo, pela verdade infinita e inexpugnável de Deus.
A lenda dos Três Macacos Sábios, do Santuário Toshogu, na cidade de Nikkõ, Japão, ilustram a porta do Estábulo Sagrado, um templo do século XVII, e baseia a sua origem num provérbio japonês, com uma simbologia vinda de uma lenda Tendai – budista, a qual transmite o ensinamento de não ouvir, ver ou falar mal, pois, só assim, evitando-se fazer o mal e impedindo que este se espalhe, se pode viver pacificamente em paz e harmonia, como uma oportunidade para se olhar para dentro e se respeitar o mundo dos outros, funcionando como um melhoramento espiritual a cada dia.
A sua máxima “não ver, não ouvir e não dizer nada de mau” foi adotada por Gandhi.
Kikazaru, o macaco que tapa os ouvidos, adota a postura interior de não querer ouvir certas palavras, a fim de preservar o seu equilíbrio (“não ouvir o que leve a fazer maldades”).
Iwazaru, o macaco que tapa a boca, revela a sabedoria de não transmitir o mal, boatos, julgamentos e críticas destrutivas (“não falar mal”).
Mizaru, o macaco cego, convida ao que é útil e faz bem, sem deixar, contudo, de combater o mal com o bem (“não ver as más ações como algo natural”).
Três máximas a considerar no nosso quotidiano, com a finalidade de protegermos a nossa integridade e a de preservarmos a nossa felicidade, pois, como estabeleceu paralelamente Sócrates, com a história dos seus três filtros - Verdade, Bondade e Utilidade - precisamos ser, acima de tudo, sãos de espírito.
O amor deverá ser entendido na sua forma pura e deverá ser sentido e vivido sem modificar a maneira de ser do outro. Deverá ser entendido como o desejo de viver o sentimento despertado. Ninguém deve ser obrigado a amar alguém e ninguém se deve obrigar a amar alguém. Isso seria uma imposição. E não é válido o amor que apenas quantifica e precifica, como se este fosse uma moeda de troca. O amor pode amar alguém sem que esse alguém ame o outro de volta. Esse é que é o amor puro. E, como puro, difícil de acreditar, uma vez que, na sociedade em que vivemos, é quase impossível aceitar que alguém sinta algo verdadeiro e diferente do que é normal ao senso comum defender. Claro que a reciprocidade, quando verdadeira, espontânea e livre, torna esse amor muito mais profundo, eterno e único. Claro que se compreende que, por terem sofrido muito, algumas pessoas parecem ter perdido a capacidade de identificarem algo sem interesse, assim como a capacidade de reconhecerem quando algo é sincero, partindo do princípio que só devem dar quando receberem. É lindo viver e amar. E é totalmente gratificante sentir-se ternura por quem, mesmo não retribuindo o nosso amor, nos leva a sentir que a vida já valeu a pena só por o termos conhecido, sem arrependimentos e conscientes de que depositamos o nosso melhor e de que fomos verdadeiras em todas as nossas palavras e em todos os nossos atos. Existem amores e amores. E o meu respeito é por todos eles. Existem pessoas e pessoas. E são poucas as que nos marcam.
Escolhi levar a vida com bom humor e decidi transformá-lo numa forma de existir, afastando os pensamentos negativos e adotando os positivos, controlando a parte sobre a qual tenho controlo e aceitando a parte sobre a qual não exerço poder algum.
Sei, porque sinto, que os anjos te protegerão.
Sei, porque vejo, que o céu uma noite se salpicará de estrelas, porque ouvirás a minha voz das profundezas da alma… dizer-te, na clareza de um único verso, que foi Deus.
E um dia compreenderás. No mais estranho dos pensamentos, compreenderás que foi o crepúsculo e a aurora que me fizeram amar-te, assim, simplesmente assim, dentro e fora de mim, orando pela tua felicidade e pelo milagre da tua paz.
Não ouse desistir do seu sonho.
Vá até onde conseguir ir, e, depois disso, continue a ir até onde imaginou chegar.
Em todas as coisas que faço existe a totalidade de nós e em todos os pensamentos que não expresso, é o contigo em mim.
Não podemos amar toda a gente e não podemos ser amados por toda a gente, mas sempre podemos praticar o certo e desejar o bem a todos de toda a gente.
Se sentisses a sentir-me, sentirias que sinto e que não minto. Sentirias o tempo fixado dos meus olhos em cada pormenor em que eles demoram mais, sentirias a repetição de cada detalhe na minha retina quando o que ela contempla a faz brilhar e chorar de ternura e de saudade.
Nascemos sem opção e sem opção morremos. Entre o princípio e o fim, vivemos, agradecemos e tornamos-nos louca e amorosamente humanos.
Gosto de passar de forma pouco apressada e de parar assiduamente para ver, depois de olhar, ainda que um lado distraído se transforme em amigo ou em inimigo.
Admito não ter muito jeito para cumprir regras, mas nunca duvides do meu amor.
Os meus olhos tocam-te sempre que te sinto e é o teu nome que os meus lábios murmuram quando leve e espontaneamente se entreabrem.