Coleção pessoal de Madasivi

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⁠⁠Pau que canta,
Árvore de outono,
Folha de asa,
Galho carregado,
Frutos verdes,
Maitacas maduras,
Pé de aves,

⁠Tofana possui admirável perdão,
De suas mãos,
Chegava a salvação,
Saciou com água tofana muita sede,
Inebriou toda gente,
Seus eflúvios de incomparável liberdade,
Distante das torturas medievais,
Que revelaram como somos infernais,
Inimagináveis horrores brutais,
Igualmente letal, mas Tofana de forma precisa,
Tinha a fórmula calculada,
Do misterioso, silencioso e jeito sem dor da ida

⁠Uma pandemia inimaginável,
Horror pandêmico,
Que contamina o pânico,
Deste isolado mundo assustado,
Que está acometido por um tempo ínvio,
Que adoece, mata, castiga, escabuja,
Coronavírus maldito, sorumbático, nefando,
Arranca pedaço para além-mundo,

Mas tudo pode ficar tão fácil,
Com um pouco de mel e colo,

⁠Um confidente reluz,
O caminho das aflições,

⁠Barguzin e sua força,
Leva tudo para o nada,
O chocalho da morte,
Não silencia em sua sorte,
Fica aquele gosto,
De mais um pouco,

⁠⁠Coragem de tentar, errar, de ter medo e sobreviver,
Coragem pra ter bravura,
Coragem, só um pouco,
De coragem da coragem,

⁠Em um instante revoa um pensamento são e desatinado,
Tão doce quanto maduras mangas,
São sabores de um bom papo quase embriagado,

⁠E vem todo lânguido,
Chorando suas tristes façanhas,
Azedo como limão ele balbucia seu desespero,
Tenta fugir desse labirinto de Creta e mutretas,

⁠Lua graúda,
Lua cheia,
Noite nossa,
Noite luminosa,
Lua clara,
Lua rara,
Noite boa,
Noite toda,
Estrela Lua,
Lua Super,
Super Santa,
Santa Estrela,
Que ascendeu,
Esta ofuscante noite,
Que nos veste,
Ingente,
E, luzente,

Só escrevo,
Letras, palavras, frases,
Com o propósito,
Da desordem, discordância,
Desobediência e dissonância,⁠

⁠⁠De preto,
Ela vem toda graciosa,
De preto,
A passarela é toda dela,
De preto,
Ela tira meu sono,
De preto,
A festa se alegra nela,
De preto,
Suas belas pernas vestidas encantam,
De preto,
Minha vontade se apaixona por ela,
De preto,
A elegância da sua sombra marca presença,
De preto,
Vejo minha atenção presa nela,
De preto,
Ela fica linda e eu fico sem fôlego,
De preto,
Quero novamente apreciar a obra-prima da formosura vestida de preto,

⁠⁠Centenas de nuvens fartas no teto do céu,
Festa escura com lua, brisa e um cheiro de sossego enorme,
Por um instante tudo aquieta este papel,

⁠Saudade apanhando,
Falta batendo,
Coração de papel rasgando,
Olhos marejando,

⁠Café pra estancar bem cedinho,
Almoço bem quentinho,
Cabeça pra baixo no escurinho,
Palavras escritas pra tocar devagarinho,
Aquilo que não posso ter de pertinho,

⁠Tu ali num cantinho,
Desenhada num pergaminho,
Alma sangrada faz um ninho,

⁠Seu não que diz sim,
Meu sim que ouve não,

Noite que se alimenta de ambrosia,

Seu beijo de avelã com chocolate,
Meu beijo que desde então te pertence,

⁠Seu corpo pintado de vermelho e seus lábios vestidos de escarlate,
Meu coração sem cor de tanto pulsar nesta noite rubente,

⁠Suas cócegas misturadas no céu desta boca-noite,
Minhas mordidas que se tornam risos escondidos,

⁠Que precipício,
Faminto que devora,
Não só o amor,
Meu absoluto Amor,