Coleção pessoal de joseni_caminha
A distância maltrata, por isso penso que ela deveria existir somente para separar coisas e lugares, não as pessoas que se amam.
A felicidade numa visão histórico-crítica é relativa, não absoluta, logo, não é algo que pode ser conquistado e sim vivido, portanto, há um erro quando se diz: "eu sou feliz".
Imaginar a felicidade como algo a ser conquistado é assumir uma visão positivista de encarar a vida.
Crê com racionalidade é paradoxamente confiar em um criador capaz de gerir os destisnos das suas criaturas, porém, com sabedoria para não se alienar de forma que perca a razão em suas ações.
O nascer não é o início de uma vida, mas uma evolução da mesma, pois vida já existe antes dele, para que o mesmo possa ser concebido.
Vivemos uma era do narcisismo dependente, pois o sujeito necessita da aceitação do outro para legitimar o seu desejo de se exibir.
Vivemos uma realidade no século XXI, na qual o estar feliz não se concretiza apenas na conquista, mas, principalmente, no reconhecimento do outro ao que foi conquistado.
A educação que concentra suas ações na conquista da excelência imposta, deixa ser de educação e se transforma em instrução.
A incerteza deve ser o motor propulsor de nossas ações em busca de conquistas, pois o que pode vir, não nos permita fazer diferente e o tempo foge ao nosso controle.
O insubstituível é aquele que se engana quanto a sua importância no contexto ao qual está inserido.
Não se segure na ideia de que você é especial para alguém, porque nada é eterno e por isso, o que você representa para esse alguém hoje, pode não significar nada amanhã.
Em um mundo capitalista é hipocrisia dizer que o estar feliz é uma questão de opção, pois como imaginar a felicidade em um ambiente onde suas necessidades básicas não são atendidas? Como encontrar prazer em um mundo de privações? O discurso dos insensíveis a essa realidade é que a felicidade está atrelada ao aceitar a sua situação, como se o fato de se acomodar com as suas limitações fosse a solução para a sua vida desprovida de prazeres.
A felicidade no mundo globalizado é uma ideia construída na comparação entre uma forma ou outra de viver. Sendo assim, quem é mais feliz? Uma pessoa que vive submersa às diversidades sufocantes de uma metrópole ou outra que encara as limitações de um lugarejo, sem perspectivas de progresso? A dificuldade em responder a referida pergunta está na complexidade em definir felicidade, pois sendo um sentimento, logo é singular, portanto, imaginá-lo dentro de um padrão é um erro e esse erro aumenta quando teorizamos a possibilidade de alguém ser feliz, porque isso é impossível, justamente, por sermos portadores de uma falibilidade que não nos permite sermos perfeitos, pois somente com a perfeição poderíamos dizer: somos felizes.
Felicidade é apenas uma ideia que se concretiza por intermédio da realização de desejos, logo ela é efêmera e não eterna, então, não podemos dizer que somos felizes, mas que estamos ou não felizes.
Quanto mais caminho, mais tenho consciência de que preciso continuar
firme no desejo de caminhar, pois é nisso que encontro o sentido da nossa caminhada.
A ideia distópica de excelência na educação
é o retrato de um modelo educacional que se caracteriza pela realidade distorcida entre o discurso e a ação.
O sistema de ensino que se auto declara eficiente, dentro de um modelo neoliberal de ser, ignora a falibilidade de qualquer processo diante de uma diversidade que compõe a realidade ao qual ele é submetido, logo, a excelência é uma máscara que os seus sujeitos agentes utilizam para receber os aplausos que cobre as carências com que os sujeitos pacientes continuarão a sofrer.
Quando falamos em educação e focamos na excelência, ignoramos a falibilidade de todo processo educativo, que está na incapacidade de ser unânime na obtenção seus propósitos, considerando a diversidade que constitui a realidade que o envolve.