Coleção pessoal de bonecadepano

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VIDA

A vida entra por minhas janelas
e com seus pregões e pássaros vai tingindo a casa.
Devassando os sonhos, desmanchando as teias,
desarrumando as sombras,
a vida com seus pequenos objetos fúteis.
Entra por minhas janelas em vento cheio de gonzos
e senta-se à minha mesa partilhando
comigo o café.

Adagas

há os que na vida
se sentem confortáveis
como se a vida fosse
uma velha conhecida
uma vitrine eternamente posta

eu por mim sou daquela
tribo errante
dos que já nascem
com as veias cortadas

atravessar planetas e horizontes...
e domesticar adagas

Para caminhar sobre a delicada ponte que leva aos olhos do outro, todo silêncio é pouco.

Poema das Bruxas

Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorri;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.

Quero asas de borboleta azul
para que eu encontre
o caminho do vento
o caminho da noite
a janela do tempo
o caminho de mim

Tateando Caminhos
passo as mãos no rosto
debaixo da minha pele
quem é esse ser que me habita
tão envolto em penumbras
qual cigana em seus panos?
que mulher é essa
fazendo de mim labirintos
como um peixe no oceano?
passo as mãos no rosto
feito um louco em seu passado
e nem me decifro nem me devoro
abro a janela e bebo a manhã
em grandes goles

Cada partido compreende que interessa a sua própria conservação não permitir que se esgote o partido contrário; o mesmo ocorre com a alta política.

A confiança é como uma linha parcialmente queimada, bastar encostar que ela se rompe.

⁠Não precisa falar a verdade, bastar fica em silêncio

As luzes multicoloridas da felicidade estão dentro de nós. É preciso nos bastar, nos devorar, nos amar, nos nutrir de nós mesmos.

Para enxergar claro, bastar mudar a direção do olhar.

Baste a quem baste o que lhe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta;
Ter é tardar.

As vezes quero ser pura, mas sou

pedreira, concreto,

Linhas duras, ângulos ...

Paralelas infinitas, pontos sem finais...virgulas
reticencias...

Vez ou outra, sou janela aberta,

com cortina de seda, esvoaçante , transparente

onde o vento me percorre...

As vezes um banco vazio,
a espera da mudança das estações...


Muitas vezes me confundo
entre folhagens, relva e a própria chuva...
e fico a esmo, sem saber bem o que sou...

Ninguém nasce mulher: torna-se mulher.

Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.

Além Alma
(uma grama depois)


Meu coração lá longe
faz sinal que quer voltar
Já no peito trago em bronze
NÃO HÁ VAGA NEM LUGAR
Pra que me serve esse negócio
que não cessa de bater?
Mais parece um relógio
que acabar de enlouquecer
Pra que é que eu quero quem chora,
se estou tão bm assim,
e o vazio que vai lá lá fora
cai macio dentro de mim?

Quero colo

Exatamente assim. Pesada, sufocada. Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções.

Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros ... quero parar de me doar e começar a receber.

Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre virgulas, aspas, reticências... eu vou gostando... eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou... e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos... e vou... dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.

A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.

Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável.

As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade.