Coleção pessoal de calmila
Eu quero agora, ou nunca mais. Now or never. Oito ou oitenta. Eu quero o Brasil repovoado por indivíduos de bem e paz, de caráter e personalidade, que se preocupem com cultura e não em se enriquecer, de tal maneira.
Eu quero me manter no papel de mulher independente, que dirige seu próprio carro, cuida da sua casa própria e não esquece da vaidade e de si mesma.
Eu quero a sincronicidade dos relacionamentos, umas pistas do destino e ver tudo às claras, tudo às boas.
À procura de amores impossíveis, paixões inalcansáveis e que geralmente estão do outro lado do lago, ou do mar Mediterrâneo mesmo. Viver assim precisa ter fôlego de atleta, e paciência de guru.
A loucura só é possível na felicidade. Às vezes o que nos parece insano é completamente compreensível aos olhos do outro.
A gente sabe ser quase completamente diferentes, e ainda assim se surpreende com os motivos pequenos que nos fazem ter pelo menos uma discordância por dia. Trabalhando essa habilidade de argumentar. Fazendo o outro mudar de idéia. Nessa gangorra, onde estive por cima ontem e hoje fico aqui soterrada, assistindo à todas essas transformações tão rápidas e, rasteiras.
Foi só o pacto de fidelidade que tenho comigo mesma, desde me conheço por gente. De me entregar aos impulsos, deixar consumir essas vontades, arriscar. Sabendo ser o melhor para mim, na sua insistência em contato e proximidade, agi. Meio cega, um pouco maluca, mas uma pena que as explicações não tenham chegado à tempo.
Na minha mente, eu não conseguia entender como você tinha o sangue tão frio de ainda agir normalmente, como se nada tivesse acontecido, e eu ainda destroçada, meio assustada e sem saber como agir. Uma vontade de que aquele dia não tivesse existido, e fosse só um pesadelo ruim. Me belisca, vai. Daí, posso acordar, ler um livro e quem sabe quando dormir de novo, eu sonhe algum dia.
Bem verdade que eu ajo hoje, e me escondo para ler livros de psicologia, ouvir músicas poéticas e ficar sozinha; e amanhã volto com uma super-inovada-nova-solução para o nosso caso de amor dilacerante e pragmático. Talvez por isso, as fugas, e voltas, as idéias mudadas, o sentimento quase o mesmo e os princípios no lugar. E você disse que era inesperado, que tudo ainda estava se arrumando, consertando, e do nada cortei o fio que nos ligava, cordão umbilical desse relacionamento.
Paro por segundos, e analiso toda essa andança defeituosa, minhas últimas ações, os ultimatos, a fuga breve e com explicações capengas. E você, tão injusto, volta à tona com essa questão, num jeito bem rude, grosseirão mesmo, pedindo só uma explicação, no meio de toda essa raiva aparente e que me pegava totalmente desprevenida de ataques pungentes, guerras sem aviso prévio.
difíceis de lidar: porque nem todo mundo esconde seus sentimentos e vontades, deixa de falar o que pensa, ou mascara seu humor apenas para agradar. porque há pessoas que não deixam de lado seus valores e princípios, suas opiniões, seus jeitos, manias ou complexos. porque gritos, bipolaridade, feixes de emoções incontroláveis, idéias fixas imutáveis e pedidos de desculpa minutos depois, fazem parte.
quem não sabe lidar com nosso pior, certamente não merece o que oferecemos de maravilhoso e esplêndido.
reais, geniosos ou insuportáveis: somos difíceis, sim.