Coleção pessoal de bibianabenites
Hoje de manhã ao acordar,
percebi que você havia acordado comigo.
Sei lá... Ficou teu cheiro, tua magia, aquele encantamento.
Talvez seja esse ‘caso de amor’ pelas palavras
que fazemos juntos.
Nossos escritos compõem a mesma nota,
o mesmo tom, nosso som.
Juntas, nossas Almas se fazem Uma,
e ela canta, ela entoa encantos,
bem-querer, essência tua e minha.
Fica mais um pouco...
Só pra que teu cheiro
fique mais tempo na minha blusa,
no meu corpo, na minha pele, sentido meu.
Fica mais um pouco
pra eu te contar os sonhos que faço na ausência tua.
Fica... Pra ser mais ainda o que é esse nosso sentir,
essa ‘coisa’ sem nome ainda que nos convida a ficar.
Quero acolher você com meu olhar,
sempre atent(a)o aos teus detalhes e doçuras
que me encantam, que me fazem ser mais tua/teu,
mais a gente mesmo.
É uma vontade de querer você
do que qualquer outra promessa,
outra vontade, outro sonho.
Que seja outro, mas contigo.
Viu, a gente dá poesia.
Desde o início essa foi à promessa,
e aqui ela se cumpre.
Palavra Minha, sentimento Teu, querer Nosso.
A única certeza que tenho sobre o amanhã,
é que vou sentir saudades.
Digo isso,
não ‘apenas’ por você ser
uma constante em meus momentos,
me refiro ao labirinto
que um dia entrei quando te conheci,
e que hoje não ouso sair
por mais que eu possa.
O (com)partilhar com o Outro é mais doce quando existe a sintonia. É o mesmo que um sentir de olhos fechados, coração acariciado, alma leve, tomada por uma vontade de seguir, mesmo sem saber para onde.
Ir apenas. Deixa que vá então. Eu deixo. Deixo que meu sentir brinque e se una ao teu nessa ciranda de Dois. Invólucro desinibido, amanhecer diário. Carinho e cuidado teu e meu, pedaços de nós.
Quando juntei pedaços de mim que ficaram expostos ao sol, aprendi que tudo o que vai, deixa de ser por alguma razão. Eu mesma, deixei de ser outras tantas vezes, quando apenas queria ser. O que guardei comigo, era preciso que ficasse. Ah! E ficaram, ficou tanto de ti. Foram tantos que criaram raiz, que caminharam junto comigo, que me foram (e são) caros.
Ouço a pressa com que os ponteiros se movimentam. Os segundos tornam-se minutos numa rapidez, rispidez, sem dó alguma de mim, de nós, dos nós que nasceram junto conosco. Os minutos fazem-se horas como num passar de mágicas. Numa tentativa de resgatar o tempo, eu contrario a órbita do mundo. Fecho os olhos, respiro fundo, me transformo em flor, recupero o fôlego, brotam pétalas, reinvento-me. Volto inteira, volto juntando os cacos que ficaram, jardins floresceram naquele lugar.
Num gesto de delicadeza e entrega, tua mão vem ao encontro da minha, e se estende um laço, acontece a troca, energias que se formam uma. Tua presença traduz sensação de bem-querer, aconchego, lugar bom de morar. Entre braços e abraços, te encontro ao meu lado. Entre carinhos e afetos você se manifesta pra mim. Entre palavras e canções, você é melodia bonita.
Que a nossa alma respeite o tempo, o mesmo do início, das conversas longas e primaveris. Da doçura do encontro, do afeto, dessa 'coisa boa' que paira no ar, no mar, na sala, no quarto, na cozinha, nos sorrisos desprendidos, no entendimento, por vezes mal entendido.
Que o nosso caminhar possa desenroscar os nós, e que, se o vir-a-ser deseja ser (com redundância), comece desde já a tecer o inesperado tão esperado. Que você entenda meus silêncios, meus momentos, essa peregrinação, busca, encontro de mim.
Respiro fundo - mais uma vez - solto o verbo, a voz, dou vez ao sentir, perfume de dentro que se expõe. Que coisas boas cheguem a mim, a ti, e que juntos saibamos bordar nossas almas naquele instante, tecido do tempo. Que o cafuné, as rimas de Amor e os versos prontos, tão inusitados como se fossem, percebam que a delicadeza não está apenas na nudez dos corpos, quando nús se reconhecem, mas no coração, que reveste vontade bonita de crescer, de estar ali, lúcido, florido, exatamente como ele deve ser. Que o compasso do meu passo encontre o teu andar, e que este propicie o encontro dos dois.
Compreensão, atenção, coração, emoção, imaginação, pretensão e todos os ãos (hoje) tão presentes, fizeram morada nessa casa que chamo Eu-Lugar. Aqui habito, aqui me permito sentir. Agrido, regrido, abandono, busco. Lugar meu onde encaixo, desembrulho, tomo forma, perco o sentido, desassossego. Escorrego quando quero, me derramo quando posso, me pertenço quando Sou. E sou... Tantas, todas e nenhuma, sou eu mesma; mesmo quando não pareço ser. Brindo a companhia e me debruço-entregue nesse espaço tão meu, tão Eu-lugar, Eu-amar, Eu estar. Eu. Antes de qualquer coisa, sem negação. Eu quero sem ãos, no sentido mais literal da palavra.
E ele veio. Chegou como um coala: querendo todos os carinhos e todos os afetos que alguém pode receber. Que alguém merece receber. Aberto à. Ele era ele mesmo. Mera distração não captar todos os detalhes daquela noite. Mesmo que eu quisesse, os ponteiros do relógio me avisavam que a hora de partir estava próxima. Foi tudo tão assim... Conversado, sentido, bebido, ouvido, olhado e abraçado, que deixei passar a pretensão que tinha - desde o início - de olhá-lo mais atentamente. Observar seus trejeitos, seu modo de pegar o copo, de pedir cerveja na mesa do bar, de falar do seu passado, de brindar o presente momento comigo com tamanho encantamento e de sonhar com o futuro. De tocar meu rosto, massagear minhas costas, segurar minha mão. Um modo tão dele, essência dele, particular dele quando falava, gesticulava, se pronunciava a mim. Atento, inteiro, intenso, entregue ao que fosse, ao que viemos a ser, ao que aquela noite fez de nós. Junto da vontade de me tomar nos braços e eu ser tomada por ele, veio a vontade de apenas Estar. Junto, ao lado, perto. Estar simplesmente. Eu, ele e nosso silêncio. Lugar bom. Incenso bom. Presença e ausência ali, captados numa mesma frequência.
Por ser ele. Apenas isso.
Simplesmente pela forma
como apareceu.
Pelo jeito tão dele,
tão meu, tão assim...
sem explicação.
Ele chegou de leve, e de-li-ca-da-men-te
mexeu com minhas funduras,
desbravou espaços, marcou território
aonde as palavras não conseguem chegar.
E ele foi. E ele veio. E ele vem.
Ele sempre aparece quando
tudo se faz ausência,
é quando minha
sensibilidade está a flor da pele
que ele se derrama sobre mim.
Mesmo sem saber, mesmo sem querer,
ele me aproxima de mim mesma
quando eu me perco
no meu labirinto de existir.
Para aquele que é sinestésico e musical.
Buscador; contraditório; intenso. Vasto..
Ele.
Sinto orgulho em saber
que meu passado me permitiu
ter mais sensibilidade.
Hoje me sinto menos tempestuosa e
mais, bem mais pronta, próxima de mim,
do que fui, do que sou, dessa pessoa
que o tempo me fez.
Hoje, sou mais compreensiva
diante desse futuro que me brinda
com gentil delicadeza.
Surpreendo-me quando
me pego espalhando flores
no caminho que cruzo.
Quem sabe essa não seja
a confirmação de que preciso continuar.
Acho que isso é o que me salva todos os dias.
É essa esperança de vida que me consome.
Mais parecia um namoramento de anos.
Ela, eterna apaixonada, fixara seu olhar ao do homem
que havia escolhido para (com)partilhar.
Ele, convicto do que sentia pela mulher a sua frente,
traduzia no zelo daquele abraço e no calor das mãos,
que unidas se envolveram por dedos e carinhos,
a pretensão de tê-la sempre assim.
E será. Tenho certeza.
Digo isso, não apenas por
essas e outras formas de companheirismo
que tive a chance de presenciar,
mas porque Eles não precisam mais
de palavras para demonstrarem
o que sentem um pelo outro.
Eles são o próprio AMOR,
todo maiúsculo.