E ele veio. Chegou como um coala:... Bibiana Benites

E ele veio. Chegou como um coala: querendo todos os carinhos e todos os afetos que alguém pode receber. Que alguém merece receber. Aberto à. Ele era ele mesmo. Mera distração não captar todos os detalhes daquela noite. Mesmo que eu quisesse, os ponteiros do relógio me avisavam que a hora de partir estava próxima. Foi tudo tão assim... Conversado, sentido, bebido, ouvido, olhado e abraçado, que deixei passar a pretensão que tinha - desde o início - de olhá-lo mais atentamente. Observar seus trejeitos, seu modo de pegar o copo, de pedir cerveja na mesa do bar, de falar do seu passado, de brindar o presente momento comigo com tamanho encantamento e de sonhar com o futuro. De tocar meu rosto, massagear minhas costas, segurar minha mão. Um modo tão dele, essência dele, particular dele quando falava, gesticulava, se pronunciava a mim. Atento, inteiro, intenso, entregue ao que fosse, ao que viemos a ser, ao que aquela noite fez de nós. Junto da vontade de me tomar nos braços e eu ser tomada por ele, veio a vontade de apenas Estar. Junto, ao lado, perto. Estar simplesmente. Eu, ele e nosso silêncio. Lugar bom. Incenso bom. Presença e ausência ali, captados numa mesma frequência.