Chinelo
Aprenda enquanto pode:
nada é teu.
Nem a gravata, nem o chinelo
Tudo é vago.
Do homem só brota o tempo.
Chinelo sujo
Estávamos em uma noite vazia
Aquela que eu tanto aguardei
Ela se aproximou ao meu lado
Da mesma forma como sonhei
Bem-vestida, um odor exalando
E eu, num chinelo sujo de barro
Por vezes deveras me preocupei
Que de sua boca saísse o escarro
Mas com sua boca ela me beijou
Daquela noite para a eternidade
Alguns minutos e o telefone tocou
Sorriu-me, então, com sinceridade
Nós éramos bem diferentes, eu sei
Por um instante, ficamos tão perto
Desfrutando da brisa do amor puro
Nunca me esquecerei, isto é certo.
Dô nó em pedra, no aço faço laço, ponho Einstein no chinelo e sô mais inteligenti qui muito doutô, mas rapaz vô te contá que tá difíci incontrá a fórmula do amô. Já fui States, Canadá e Salvador e num acho o elemento dessa forma não sinhô. (Trecho do Texto '' Lascado Apaixonado'')
OS ENCANTOS DA SIMPLICIDADE
Chinelo de dedo...
Branco de correia azul claro
Pra calçar anonimatos e humildade...
Pra experimentar esse momento raro...
Que é lembrar quem a gente é de verdade!
Sem medo!
Coador de pano para o café
Feito de afeto encorpado
Expresso de fé
Pra se manter de pé
Mesmo pra aquele dia puxaado...
E Gargalhar...
Tem sensação mais deliciosa?
Sorrir solto... sem preocupar com nada!
Mas com essa vida ocupada...
Estamos sem tempo pra muita prosa...
O simples hora ou outra vai aparecer
Como um lembrete, um resgate
Do automatismo, das crises do “ser”
Pra que se possa saber
Um pouco mais sobre o que é “autenticidade”
Meu chinelo
Acordei hoje e não achei o meu chinelo
Desci as escadas até a caixa do meu gatinho
E o bicho ainda estava dormindo
Dessa vez ele não roubou
Dei-lhe um cheiro e voltei
Voltei para o quarto
Sentindo nas solas os pelos do bichano
Procurei nas caixas de sapato
E na casa em todo canto
Achei moedas, remédios e pirulitos
Em sigilo dirigi ao quarto de mamãe
Forçando a porta para cima enquanto empurrava
Senão ela dava apito e minha mãe gritava
Caso perdido
Tropecei num tamanco e caí na cama
Mas ela acordou foi com o próprio espirro
Era pelo de gato aquilo!
Então bem rápido perguntei:
-“bom dia mãe, viu o meu chinelo?”
-“se cê num sabe eu que sei?”
Ok... Agora sei que está perdido
Se nem minha mãe viu, sumiu! rsrsrs’
Fui para a cozinha
Esquecendo que descalço estava
Um pão, tomate, mussarela e azeitona
Um café bem forte e fico à tona
Subo pulando para o terraço
Lá chego e piso numa poça d’agua
Que cocegas nos pés mais engraçada
Sinto o leve vapor subir
De uma geada que passou (de novo) de madrugada
E o Sol aquecendo me lembrou de espreguiçar
O vento leve batendo me fez assoviar
Os pombos juntando me fizeram migalhar
Alguma coisa de tudo me fez sorrir
Meu gato veio, espantando os pombos
Depois ficou bem no meu pé esquerdo
Achei que precisava de um calçado
Mas só fui acordar naquele terraço
Descalço
E hoje o príncipe transita pelas ruas dessa cidade.
O seu velho chinelo, seu caderninho de poesias e um Facebook, pra sanar a vontade de gritar pro mundo inteiro.
"Ombros cansados"
De camiseta pink amassada
atravessa a praça
Um par de chinelo de dedo
levava a mão
A cidade parecia estar no lugar errado
Levava nas costas todos os pesos
De palavras não ditas
Das imagens vistas
E de todas as lágrimas escondidas
Tão, mais tão serena
Quanto aquele dia de passos leves
Como na época de criança
fazendo traquinagens
Só ali percebeu...
Que não era a cidade no lugar errado
O tempo todo era ela
Não queria mais nada
Apenas sentar-se no chão
Contar desenhos no céu
Ouvir o som do vento
e dos passarinhos
E aquilo teve um poder
imenso na vida dela
Era como se lavasse sua alma
E por um momento saiu
do seu próprio corpo
e flutuou leve no vento
E foi então que ela aprendeu a voar
Depois desse dia ela foi tão dela
Que nada mais prendeu sua paz
Autoria #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 19/06/2020 às 19:30 horas
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Aliviar o stress
Quero um chinelo ao invés de um par de sapatos que só me calejam os pés
E desse modo a vida se fez de louca
Desdenhou da realidade com um doce na boca
Pés descalços,
Calçados,
Com chinelo, coturno, tênis, tamanco,
Sapato de salto alto, sandália, e bota de falso couro,
E o que mais se tem nestes metros quadrados,
É pé rapado meu senhor dos desafortunados,
Sujos, soltos, cansados, presos e amarrados,
Me socorre de tanta pisadura dura,
Que nossa alma quase desgraçada,
Está descalça e sem doçura,
Na Paraíba tem canções
por do sol brilhando o mar
tem amor nos corações
tem chinelo pra arrastar
mesmo se tiver milhões
julgue só minhas ações
e não meu jeito de falar
Para vida, mil vezes sim
Desdobrei-me de segunda a segunda
Gastei-me a sola do chinelo
Andando de um lado para outro
Engoli choro e palavras sem nexo
Plantei sementes de coragem no meu quarto
Dediquei sonhos ao vento
Rabisquei sorrisos nos meus olhos
Abracei o sol com toda minha alma
E prometi nunca mais solta-lo
A vida é cheia de incertezas
Num dia em pé, noutro sentada
Mas em todos eles...
Posso organizar o espaço
Quando perco o chão
Vem Deus e me oferece asas
Como uma águia confiante
Enfrento meus próprios caos
Para obter mudanças;
É preciso encarar grandes tempestades
Em fragmentos,
mudo de acordo com os fatos e me refaço
Porque a vida só espera da gente, coragem...
Poema autoria #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 13/03/2021 às 12:00 hrs
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
Já caminhei muito
Em chão de barro e no asfalto,
Sapato baixo ou alto
Chinelo de dedo ou descalço
No conforto ou no percalço.
Andei de pressa, andei mansinho
Quando fazia calo
Era hora de parar
Cuidar das feridas
E voltar a caminhar!
A vida é continuidade
Nunca para
Tudo se aprende no caminhar
É só observar!