Coleção pessoal de tania_junia_soares

Encontrados 14 pensamentos na coleção de tania_junia_soares

⁠UM SOL PRA CADA DIA

Amanhece!
E todas as manhãs o sol vem
Dia após dia ele aparece
E pra todo tipo de clarear, sol tem

Tem sol recomeço
Que vem depois de um tropeço,
De uma noite “cumpriida”
A refletir sobre a vida

E tem sol continuidade
Que é esperado com ansiedade
Por quem já criou o seu amanhã ideal
E que acredita e deseja torná-lo real

De sol a sol, na correria
Que a gente possa algum dia
Pelo sol agradecer
Por além de luz ser sinal
De que amanhã, apesar de hoje
Tudo volte ao seu normal

⁠ESCONDERIJO EM SI MESMO

É...foi na infância que tudo começou!
Quando eu te via e depois não te via
E que alívio era quando você dizia:
“Achooou!”

E era só uma brincadeira
Que durava a tarde inteira
“É pra esconder!”
“Xiiii...barulho não pode fazer!”

E hoje, pra me sentir protegido,
Pra passar despercebido
De me esconder precisei
“Me cansei!”

E nesse esconde-esconde me perdi
E tentando me encontrar já me percebi
Será que sou mesmo assim?
“É que me escondo até de mim!”

Talvez falte só resgatar
Da criança o brilho no olhar!
Brincar de viver é pesado!
A regra é se encontrar, se aceitar
E no escuro, escondido, fica ainda mais complicado!

⁠Ficar só “INTEIRAMENTE”

É ao mesmo tempo
Angústia de perder-se
E oportunidade
De olhar pra si
E cuidar-se!

SOBRE ADIAR O SEU REENCONTRO

O cuidado demasiado com o outro
Pode ser na mesma medida
Fuga de si

Por vezes... o peso nos ombros da demanda alheia
É mais suportável
Que a carga pesada do cuidar-se!

E sobre o autocuidado
Adiar pode parecer viável paliativamente
E é ilusão que se cria
Pois o que não dá pra se evitar
É vivenciar esse encontro um dia!








⁠TARDEZINHA NA CIDADE

O dia já está indo
E quem está lá fora
Logo se apavora
Hora de ir embora
Depressa a rotina seguindo...

Trajetória programada
De forma cronometrada
Tem que se apressar!

Corre-corre que nunca chega
Com o tempo desajustado
Relógio acelerado
Seja onde quer que esteja

As rotas vão se atualizando
Sem precisar de comando
E passivamente...
E não foi de repente!
A vida vai passando!

⁠QUEM ENSINA CLAREIA

É luz que vem...
Na mágica conversão
Das letrinhas em um clarão
E onde era escuridão
Agora sentido tudo tem!

É chama pra se libertar!
Questionamentos...
Posicionamentos...
Há que se abrir pra pensar!

⁠SOBRE A FINITUDE

É tabu tal assunto!
Adiamos pra falar...
Postergamos pra pensar...
E incomoda só de imaginar...

Como será não estar mais “junto”?
“Junto”!
Junto de quem
Alguém...
Que antes de sua partida...
Fez algum sentido em sua vida!

E o que sabemos da Finitude:
É que com a sua chegada...
Ficamos de mãos atadas...
Só nos sobra a inquietude!

Só nos resta repensar sobre o nosso “junto” estar:
Se a decisão for de se juntar...
Que permaneça ali por inteiro!
Que em nada além queira pensar...
Que no abraço possa demorar...
E ali queira ficar!
Pra que dessa cena possa se lembrar...
Quando isso um dia lhe faltar...
Já que tudo isso pode ser passageiro!

⁠DEIXAR IR TAMBÉM É CUIDADO

Os corredores compriiidos
Cinzentos ...sem cor
Presenciam apertos no peito sofridos...
Acolhendo todo o tipo de dor!
Dor em busca de paz
De cura pra aliviar
E tem a dor pela dor que também se faz voraz
De quem está a cuidar e acompanhar

O sofrimento é singular...
Não nos cabe um julgamento!
Para o quanto dói cada um tem seu limiar
Sua forma de se expressar naquele momento

Resta a quem está perto o “cuidado”
E o melhor a se fazer pode parecer tão complicado!
Pois diante da ânsia insistente daquela vida zelar
A escolha em algum momento é deixar o apego de lado...
Deixar ir também é uma forma de amar!

Diante do melhor a ser feito
O que se resta a fazer?
Já que a dor agora é forte no peito...
Do vazio que não da mais pra preencher?
E vai ser dia após dia assim!
Até que a dor dê lugar a saudade
E a gente se dê conta de verdade...
“Que pra quem tem fé a vida nunca tem fim!Não tem fim... 🎼”

⁠VIAJEI E PASSEI DO PONTO

Da janela do busão
Ao som de música retrô
Rostos de todo mundo e de ninguém na multidão
A cidade segue seu ir e vir no modo robô
Oferecendo a dádiva da invisibilidade sem sermão

Longe da ditadura dos "modistas" de plantão
Com seus olhares de fita métrica sem perdão
Distante de toda aquela indagação:
Já fez seu mestrado? Será ao menos alfabetizado?
Vai ser mãe um dia? Ou vai ficar mesmo pra Titia?
Já conquistou aquele emprego tão sonhado?
Ou continua a viver de auxílios sociais "acomodado"?
Julgamentos rasos, sem empatia, sem com a realidade do outro nenhum cuidado

A proeza do anonimato
Nos oferta um encontro com a liberdade
Pra ser o que se é de verdade
Já que aos olhos do outro, na Intimidade
Pode ser mais complicado!

Se autorizar a "Ser" sem pedir licença
Não pra ser aceito
Sem filtro...ou frase de efeito
Sem o apontar de dedos... sem ofensa
Pensa!
Dormindo acordada...
Acho até que passei do ponto!

⁠A SERVENTIA DA JANELA

Janela aberta
Para o debruçar da namoradeira
Com olhar de doçura ela flerta
Com a liberdade que a imaginação desperta
De ao menos em seus devaneios poder viver a sua maneira

Janela fechada
Para lembrança guardada
Escolha a adequada fechadura:
Uma velha tramela desgastada
Ou cadeado, trancafiado de forma segura?

Escancare!
Ou se recolha.
Se proteja ou encare!
O modo de usar vai ser sempre uma escolha

⁠OS ENCANTOS DA SIMPLICIDADE
Chinelo de dedo...
Branco de correia azul claro
Pra calçar anonimatos e humildade...
Pra experimentar esse momento raro...
Que é lembrar quem a gente é de verdade!
Sem medo!

Coador de pano para o café
Feito de afeto encorpado
Expresso de fé
Pra se manter de pé
Mesmo pra aquele dia puxaado...

E Gargalhar...
Tem sensação mais deliciosa?
Sorrir solto... sem preocupar com nada!
Mas com essa vida ocupada...
Estamos sem tempo pra muita prosa...

O simples hora ou outra vai aparecer
Como um lembrete, um resgate
Do automatismo, das crises do “ser”
Pra que se possa saber
Um pouco mais sobre o que é “autenticidade”

⁠POR DETRÁS DAS MÁSCARAS

O momento nos bagunça as emoções...

Angústia...
Medo...
Insegurança...
Revolta...

Por tantos aqueles que já perderam a sua vida...e outros muitos que ainda estão a lutar por ela... “Angustia”.

Para aqueles sonhos, projetos interrompidos ou adiados. “Insegurança”.

E sonhar parece luxo para quem não tem nem tempo... já que é acordado diariamente pela realidade de apenas sobreviver. A luta diária é para tentar garantir o pão que não é mais de cada dia...mas pelo menos daquele dia...sem previsões. Para esses o “Medo” é algo real.

A “revolta” chega no momento em que o egoísmo reina e não nos percebemos mais...

Nos descuidamos!
Aglomeração irresponsável
Máscaras no queixo ou na mão
Desencontro de informações e compartilhamento de falsas promessas de cura.
Nos perdemos!

Uma “cegueira política” ...E isso lá é política? Deixou de ser quando os olhos foram vendados pelo ego. E se tem uma coisa que política não é... é coisa de um só.
Talvez isso explique a atual escolha de representatividade. Talvez se trate apenas de um espelho, um reflexo... Já que sua atuação é o próprio “Monólogo da insensibilidade”.

O que resta é acreditar que todo esse sofrimento não seja em vão!
Que a gente volte a se enxergar...
A perceber e acolher o outro em sua singularidade
Talvez o único serviço essencial que falte funcionar seja a humanidade!


FOTOGRAFAR A LUA

A clara ideia de que a realidade

pode sim ser contemplada de uma forma mais nítida e acessível

do que a imagem que se é criada
a partir dos anseios e expectativas...

⁠*O SEXTO SENTIDO* Vivemos no mundo dos sentidos; mas no curso da vida não percebemos o enigma sensorial da existência. Na comiseração dos afetos e afeições, nos agarramos nas materialidades e nos abstraímos da finalidade da vida como apostolado que é. Os próprios sentidos seriam as respostas que precisamos, se os conhecessemos; se os utilizassemos corretamente. Mas, comumente os sorvemos pela consciência tátil; e identificando-os como olfato, paladar, visão, audição e o tato fundamental, nos locupletamos apenas materialmente. Vivemos, portanto, no limite primário das experiências sensoriais que os sentidos proporcionam. E a cada dia que sorvemos a vida, na materialidade sensorial dos sentidos, nos afastamos da plenitude da própria existencia. E assim vivendo, não vemos nada adiante, senão aquilo que nos toca; aquilo que nossas paixões doidivanas estão sorvendo. - Deus: o que é que estamos fazendo com o arbítrio e a inteligência criativa que recebemos da tua criação? (Victor Antunes)