Jean la bruyère
Quando a gente era criança
E brincava de se esconder
E subia lá no alto, ia só de brincadeira...e ria
Ria, de incauto que era
E pulava de lá, por prazer
Pelo puro prazer de poder ouvir o ar que zunia
Uma vez fui encontrar lá em cima
Um pássaro que tinha desistido de voar
Daqueles, que quando dói, nunca se lastima
Não chora, não pede ajuda
Se recolhe no seu lamento. Finge morto, finge mudo
Se tinge de esquecimento
Enfim, nada escolhe na vida
E mesmo assim
Teve a escolha de sofrer calado
Eu conto essa passagem
Num poema bobo e sem rima
Porque desde pequeno
Eu também não podia chorar, nunca tive coragem
E jamais me ensinaram o jeito certo de falar com Deus
Pra dizer-me arrependido e nem pedir perdão
Nunca aprendi pedir nada pra Deus
Mas o certo era que o pobre pássaro
Pode ser que ele só fosse igual a esse que eu sou agora
Daqueles que quando chora...é só por dentro
Num lamento mudo
O pássaro caiu lá de cima
E nem me deve ter ouvido pedir perdão
Quedou-se no chão
Num tombo quase tão breve quanto uma vida
E ele também deve ter sentido
O ruido leve que zuni no ouvido
Que só ouve quem cai
Mas naquele momento
Como quase que tudo na vida
Não deu tempo pra nada
O pássaro mudo, morreu sem chorar, não deu tempo
Pode ser que eu, depois daquele dia, o tenha tido
Mas eu não chorei, nem naquele dia e nem nunca mais
Ajuntei todas as lágrimas que tinha pra chorar na vida
E quando vi que o pássaro ia subir pra Deus
Eu pedi pra ele levar.
Edson Ricardo Paiva.
toda mulher sabe o quantitativo de seus medos experimente estiga-la .seja apaixonante demostre experiencias maturidade ate momento ainda não temos .toda ela deve ser respeitada não devemos subestimar a natureza em ação .
Mencioná-la
Mencioná-la me fez sentir tua presença
Tua silhueta não se fazia visível, ao mesmo que tua voz, alguriava meu interior, tremulava meu ser ao contemplar um outro lado.
Mencioná-la me fez sentir tua presença
E olhar ao redor a procurá-la, enquanto teus dedos macabros tocavam minha pele fria, agoniava-me pela sensação de não mais estar só.
Os algozes de minha paz eram em ti, pois tirava-me do conforto da crença: "estará tudo bem". Tua presença, nada além anunciava, do que um vindouro desespero.
Mencioná-la me fez lembrar de ti, e a forma invisível que habita o negro de minha vasta imensidão, agora olha por teus olhos.
Deus tenha por mim piedade, para que nada além de devaneio, tu sejas, mas imaginá-la, parada a observar-me pela porta, já torna-se suficiente para fazê-la o temor, o medo real neste mundo de devaneios, ou esse medo de devaneios, em um mundo não suficientemente real.
Hoje lembrei de ti, e mencioná-la, me fez crer que sempre esteve presente. Sempre estarás.
Você só deve ouvir quem já chegou lá...
Pessoas que dão cursos de como ganhar dinheiro mas vivem no limite do cheque especial não merecem nem um segundo do seu tempo!
É um caminho sem volta começar a amar a sua cama...
De verdade mesmo, chega lá e ela tá lá linda te esperando!
Topo ir ao abismo para aprender o topo
Pela virtude a atitude que me faz ser melhor
Chegar lá mesmo que só espinhos inspirem
Ver o oco que nos olha de volta e nos profana
Mostra cara a cara o que de nós é pior
A dor de amar quem se ama
Pois a alma é de nós soberana
Ao contemplar o lago das profundezas
A lindeza está na suprema fidúcia
Na escrita do poema a astúcia
Na verdade a filosofia mais bonita
Brilha feito a constelação Ursa
Entender o mistério e do tudo fugaz
Que para sempre os hemisférios
Inspirem o coração que pulsa
Acordado no peito.
A Miragem
vejo la no fundo onde não posso enxergar;
uma miragem de apreço singelo;
que de certa forma mexe com meu ego;
que me faz suspirar de uma forma jamais pensada;
que me faz rugir de uma forma jamais escutada;
que me faz transcender da terra de uma forma infinita;
isso é o que eu exerço quando começo ver a miragem que há em mim;
não é algo subjetivo no qual no possa ver;
só é algo interativo no qual consigo sentir;
isso é algo que me afeta interinamente, tanto no brilho quanto na escuridão;
é uma forma de eu poder ver aquilo que só sinto.
o espelho faz coisas que todos os momentos duvidamos, odiamos,adoramos, más ele está sempre lá, é sempre o mesmo esse espelho, que te fez achar feiura, te fez fazer você ficar com frescura, e de pensar que você não é perfeito..
Você não é perfeito, pelo simples motivo de você ter um espelho porem, e ele é exterior não interior, pois o espelho interior é aquilo que te faz você ficar com calor, com temor e com o amor, é aquilo que te faz ser, e fazer , é aquilo que te faz ser você
AVINDO (soneto)
Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio
Chave lá fora, cá dentro o peito chora
Embalsamado no tempo que implora
Por afago, neste dia de um céu bravio
Sobre o leito do meu olhar a aurora
Em lágrimas escoadas do verso vazio
Melancólicas, com suspirar e arrepio
Que consola com a lua, branca senhora
E nos olhos rasos d’água, palpitando
A saudade, que dá aflição se abrindo
Em lembranças, que ali vai resvalando
Não te rias de mim, ó agrado findo
Por ti, no rancor eu velei chorando
Mas, no amor, paz e renovo avindo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 04’37” - Cerrado goiano
Permanecemos ali a vê-la ir passando sobre nós, ir-se indo para longe, para lá distante, onde havia a cidade, sacudindo seu imenso corpo com grande rumorejo, muitos relâmpagos, arfar de ventos e abundância de chuva.
(Russland 4: O ninho das trovoadas, 2016)
Meio que sei lá, ainda tá tudo meio mexido aqui dentro sabe?
Tive que tentar me afastar.
Para poder acertar as coisas e tentar entender tudo.
Mas é que faz uma falta danada teu sorriso, seu cheiro, toque, olhar, nossas conversas de 1 em 1seg.
O “ boa noite, dorme bem “ “ te mais que tudo tá?”
É uma soma de coisas e ações que deixam um buraco sabe?
Eu tento não pensar, em você ou em nós.
Muito dos dias tento não pensar em nada, mas é mais forte que eu.
Vem de dentro, não foi superficial.
Foi sentido!
E nosso sentimentos. Nem sempre entendemos e controlamos.
Faz eu me lembrar o quão era bom amar e se sentir amado.
Meu coração chama pelo “nós” mesmo só existindo “eu”.
Eu errei em não te ouvir, você errou em não tentar.
Nos presentes ainda tem o amor, e o carinho!
Em meu dedo tem nossa Aliança, que me traz alegrias dos momentos vividos.
E é só um anel simples de prata, que ambos optamos em usar. Anel esse que usávamos pra sentir um mais perto do outro, quando longe estávamos...
no meio de tudo isso, já não sabemos mais quem errou, ou quem está certo.
Na verdade, isso não é o peso que necessitaríamos.
Mas foi o peso do qual nos afastou.
Meu coração dói, pois mesmo longe ainda quer cuidar de você.
No dia 19/07 meu sorriso estava completo, pois você estava ali do meu ladinho, apenas me abraçando e vivenciando aquele momento gostoso.
No dia 23, fiz algo que nunca havia feito, e te pedi em namoro. Era meu aniversário, você organizou uma festa, e foi um dos momentos da minha vida que mais me senti amado.
Não pelo fato de ter tido uma festa, mas pelo fato de alguém ter se importado.
Aquele dia me senti tão amado de um jeito, que vivenciei da melhor forma possível.
Eu tenho saudade de ti, de nós, e da gente!
Tento ser forte, continuar pois você sabe, é só eu por eu.
Mas já momento que doí.
Isso é um desabafo, pois com as palavras eu posso dizer que sou bom...
Necessito focar em mim, e no que desejo.
Eu quero te ver bem e com aquele olhar que no dia 15 me ganhou.
Mas também quero me ver bem, com saudades te escrevo..
- 4 de março, sentimentos na rede!
Flutuando uma pandorga livre no ar com seu colorido rebolando pra lá e pra cá, observo a criança feliz com seu brinquedo, que em outros tempos me pertenceu.
Hoje foi o Bargadinho,
um bom bezerro de cabeceira.
O encontrei lá,
deitado à beira do malheiro,
inturgescido,
rodeado dos casacas pretas.
Dona cascavel cuidou de lhe dar
o derradeiro beijo.
Jeito que teve foi arrastá-lo para
o canto dos finados.
Um cortejo fúnebre me seguiu,
num farfalhar aéreo,
flap, flap, flap.
Pelo carreadouro,
um passante que vinha
me confirmou o dito
dos antigos:
'só perde quem tem', meu amigo!.
Me lembrei doutra feita,
na mesma vira...
O Bargadinho se foi
e o meu coração
é que ficou embargado.
Coisas da lida,
da morte e dos percalços
lá nas bandas
da Vertentinha.