AVINDO (soneto) Pálido, o luzir do... Luciano Spagnol - poeta do...

AVINDO (soneto) Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio Chave lá fora, cá dentro o peito chora Embalsamado no tempo que implora Por afago, neste dia de um céu... Frase de Luciano Spagnol - poeta do cerrado.

AVINDO (soneto)

Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio
Chave lá fora, cá dentro o peito chora
Embalsamado no tempo que implora
Por afago, neste dia de um céu bravio

Sobre o leito do meu olhar a aurora
Em lágrimas escoadas do verso vazio
Melancólicas, com suspirar e arrepio
Que consola com a lua, branca senhora

E nos olhos rasos d’água, palpitando
A saudade, que dá aflição se abrindo
Em lembranças, que ali vai resvalando

Não te rias de mim, ó agrado findo
Por ti, no rancor eu velei chorando
Mas, no amor, paz e renovo avindo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020, 04’37” - Cerrado goiano