Branco
Confissão de um mago
Destruí muitos brancos
Pela existência de abismos
Entre uns e outros tempos;
Destruí muitos tecidos
Pela existência de cores
Entre a natureza viva e morta
Destruí muitos pentagramas
Pela existência de magias
Entre realidades e fantasias.
Todo dia recebemos uma nova página em branco para escrever nossa história, que nesta possamos redigir apenas as coisas boas que a vida tem a nos oferecer.
Na verdade, estou sentindo algo novo. Quando estava no fundo do poço, na mais obscura solidão, esperando que outra pessoa me salvasse, aparece você, um príncipe encantado no cavalo branco sobre o luar.
Hoje minha vida é o branco e o preto
sem ser em preto e branco...
dias cinza... nuvens carregadas
céu desazulado,
coração desesperançado.
Um alvo manto
era o que eu procurava
uma luminosidade por toda parte
só escuridão eu encontrava.
Foi tudo o que você me trouxe...
uma vida branca e preta sem ser em preto e branco...
mas é como se fosse...
Carrega as verdades dentro dum saco preto e as mentiras num saco branco, transparente, e deixe as pessoas afundarem na própria ingenuidade.
Um espaço em branco não significa um espaço em branco,apenas uma nova oportunidade de se criar algo novo .
Na sala fria está o centro de tudo
Olhares únicos como um arranjo
O grupo chega , admira e sai mudo
Um manto branco envolve um anjo.
Angústia , desespero e esperança
Daquela visão inesperada e terna
Um choro coletivo e dolorido avança
A mão do anjo sossega a alma materna.
O meu tosquenejar será o meu acordar nas teias do diabo, quando a espada do meu cavalheiro branco, não poder cortar nem uma teia sequer, da aranha dos meus pesadelos...
Tem vezes que está tudo preto e branco né?
Pra todo o lado que você olha está preto e branco. Aí você respira, suspira e fecha os olhos por alguns segundos.
Fechou?
Sim, muitos dias são assim...
Dias com sabor de tangerina, outros nem tanto.
Quando o seu coração disser: amanhã as cores voltam!
Espere.
Relato Tupi
Fui guerreiro, no passado
da grande "Nação Tupi"
Um tronco dos mais fortes
na grande terra de Pindorama
Não lutei contra a opressão
aceitei a dominação
Os jesuítas, "homens bons"
me ensinaram a rezar
Orei a seu Deus
e me esqueci dos meus.
Eu bebi do aguardente
e livrei-me do cauim.
Minha lingua esquecí
nem sei mais o que é "JACI".
Não quero tangas de sapé...
quero é terno de cetim.
O chão desta terra era sujo
botaram sandálias em mim.
Meus cocares e colares
troquei por um crucifixo
pois, com ele sou cristão
fora isso...sou pagão!
Sei que pago até hoje
pelos erros do passado
pois, naquele dia lindo
quando avistei as caravelas
eu devia é ter corrido
lá pro meio da floresta
reunido o meu o meu povo...
e ter conquistado o branco!
GINO PEDRO
Me visto com retalhos de papel crepom multicoloridos, pois se vier a chuva consigo passar despercebido, com a pele de todas as cores.