Ndjizas Sabino
Assenhoraram-se do capital e dos meios de produção como autênticos senhores feudais.
E apartaram-se do povo como o Diabo foge da cruz.
Eles são hábeis na arte de venda de sonhos, como se magos da lâmpada maravilhosa de Aladim se tratassem.
Enquanto a plebe morre por causa da fome e da indigência, os arautos do novo-riquismo projectam jantares e galas majestosas na futura cidadela da nobreza.
Se o problema da subnutrição aguda dos petizes não constitui prioridade, então a noção de prioridade foi reformulada negativamente.
Durante toda a infância ouvimos que seríamos o futuro do amanhã; volvidas décadas e até hoje, já na condição de pais, o amanhã tarda à chegar.
São os cidadãos que tornam o Estado forte.
Só com investimento nas pessoas é possível catapultar o Estado na senda do desenvolvimento e crescimento.
Catalogar os cidadãos como de primeira, de segunda e de terceira, é imoral e ilegal.
Todos são cidadãos à luz das Constituições dos Estados modernos; gozam dos mesmos direitos e estão obrigados aos mesmos deveres.
Por mais absolutista que seja o poder, ele acabará mais cedo ou mais tarde.
Nada dura para sempre, excepto, o amor de Deus.
De forma vil e imoral apossaram-se de bens materiais, sonhos, aspirações e, inclusive, da esperança.
Só a simples ideia de que fosse possível voltarmos à infância, sentimos regozijo, alegria e nostalgia.
Voltar a ser criança é o sonho que a vida nos priva em absoluto.
A inocência e a paz interior das crianças não tem preço.