Madasivi
É Mercúrio diante de mim,
Aqui no largo dos curros,
Mesmo em repouso,
Me traz de volta,
Aqui estou,
Escrevendo,
De teimoso,
Voltei,
Asas nos pés tristes,
Testemunham,
Eu casmurro,
Atravessando pontes,
Camuflado como os peixes,
Nos sujos lagos,
Piedade de mim,
Que meus olhos sejam abertos,
Piedade de mim,
Que minha fome seja matada pela boa comida que sacia a alma,
Nuvens de raça,
No alto cavalgam,
E soltam pancadas,
Descargas equinas,
Todas no céu relincham,
Éguas voadoras sem couraça,
Nuvens cavalas coiceiam,
Corvo,
Rasante voo,
Olhos espelhos,
Admirado mistério,
Presente encontro empático,
Intrigante momento negro corvo,
Corvus oculum corvi non eruit,
Aquele nórdico corvo,
Borboleta flor,
Voa,
Leve,
Colore,
Brinca com o espaço,
Envolve o tempo,
Humaniza meu olhar,
Flor borboleta,
Nossa pátria adorada,
Nossa terra amada,
salve o Pau Brasil,
Salve,
Ei,
Viva o Pau Brasil,
Salve a vergonha nacional,
Salve-nos,
Flor vermelha, meus momentos aromáticos da vida vividos intensamente e agora guardados no ramalhete das lembranças,
São Paulo,
Concretos e mais concretos,
Pessoas ocupadas, agitadas,
Carros estacionados, parados,
Ruas e Avenidas lotadas,
São Paulo,
Tráfegos aéreos intensos,
Linhas subterrâneas carregadas,
Luzes e Semáforos acesos,
Sirenes e Buzinas barulhentas,
Ânodo danado,
Me faz perder,
O juízo,
Cátodo safado,
Me faz ganhar,
O paraíso,
Condutividade da paixão,
Eterna menina para uns,
Breve mulher para outros,
Mas para todos que te encontram,
És a dona do olhar que inflama tudo,
Tristura inabitável,
A certeza da minha pequenez amplifica meu grito insuportável,
Que ouço amiúde,
Adoeço com minha ausência,
Essência insensível,
A contaminação da minha rudez prolifera este padecimento incurável,
Que anestesio virtude,
Adoeço com minha ausência,
Inércia lastimável,
Prato egoísta da minha mesquinhez que alimenta este gosto intragável,
Que engulho solicitude,
Adoeço com minha ausência,
Inumano, silêncio indecifrável,
Tempo calado, minuto medonho e mudo,
Penso no que restou desse estado inabitável,
Nada mais que um imoto corpo quieto,
Defunto, frio, mais uma vez vazio,
Onde a morte fez morada,
Onde o fôlego foi lançado ao perpétuo obscuro,
A vida fugiu sem deixar sequer leve pegada,
Inaudito, fato inexpugnável,
Passaram dias,
Muitas horas,
E quando reencontrei,
Os dias voltaram,
As horas pararam,
Passaram olhares,
Vontades milhares,
Dos muitos beijos,