Leonardo Dourado Sande
O presente é mal contemplado, por causa da limitada percepção humana. Ainda sim, há quem atreva-se a narrar fatos. O passado testifica que não há imparcialidade na história. O que foi dito a respeito das coisas passadas não condiz com o que, de fato, aconteceu. Na ausência de pressupostos passados, não há conclusões presentes. Na ausência da contemplação plena do presente, não se forma pressupostos válidos no futuro. Ainda que alguém reúna mil fontes sobre um mesmo fato, não achará concordância no parecer delas. Alguém homem conheceu a verdade?
Mas de Deus procede todas as coisas.
Tolo! Como pode dizer: não creio em Deus, se não pode provar sua própria crença?
Tornam-se nulos em seus próprios raciocínios, todos os que, segundo aquilo que, pela limitação de sua própria natureza, concluem a respeito do Criador que se oculta dos sentidos naturais do homem.
Pode a carne compreender o Espírito?
Pode o Espírito se revelar ao que crê, somente, pelo que vê?
É insensatez viver tentando provar que não há Deus. Ora, se tu crê nisto, repense a forma como usa seu tempo nesse mundo. Porque o fim do ateu é segundo aquilo que ele mesmo afirma. Certamente, a morte põe termo ao tempo, e não é razoável perdê-lo neste caso. Abrir mão do tempo, como o vemos, é um privilégio dos herdeiros da verdadeira vida, ou seja, dos que creem em Deus.
Aquele que vive segundo a própria natureza deve ter um rei que o governe. A natureza humana conduz o homem à satisfação de necessidades e desejos. Aquelas são naturais e saciáveis, estes últimos são ilimitados e levam a humanidade a uma guerra, interminável, onde uns batalham contra os outros. Bom mesmo, é ter o domínio próprio, mas isso é dom de Deus, reservado aos que vivem em Espírito e verdade.
A natureza carnal do homem se opõe à liberdade, que é o pleno domínio sobre a seleção de algo que atenda a um propósito. O homem livre vive em Espírito, no pleno exercício da razão, e isso é dom de Deus.
Não há liberdade, segundo a natureza humana. A liberdade é inerente ao espírito, quando não somos submetidos à vontade de homens. Ser livre é dom de Deus.
Pela falta de conhecimento, o povo é destruído. Pela confiança do homem no próprio homem, sobrevém sobre o povo a calamidade. Não é isso verdadeiro?
E é ensinamento de Deus.
Se uma lei não une, não cumpre o seu papel. Cada homem anda segundo suas próprias intenções e, vivendo nesse estado natural, não há lei que possa regê-lo. No entanto, aquele que vive em Espírito, servindo à Lei de Deus, une-se, em paz, com os seus semelhantes. O Reino de Justiça e Paz está dentro de cada um que, abandonando seus próprios desejos, vive no serviço de uns pelos outros.
O Senhor abolirá da face da terra todos os instrumentos usados para o que se chama guerra "Santa". Toda sorte de falsa religião, inclusive daqueles que se denominam servos de Cristo, contudo adulteram contra o Senhor. Eis que a raiz de todo mal está na contenda e na divisão, no julgamento precipitado e na injustiça. Muitos dizem: Senhor! Senhor! No entanto, não o clamam em Espírito e verdade, pois como diz a Palavra: "este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim."
A verdade era, é e sempre será. Trata-se daquilo que não pode ser contraditado. É a declaração antecipada dos fatos, antes que estes aconteçam. É a confirmação do que fora dito por fonte fidedigna. É o cumprimento das razões e afirmações atemporais e imutáveis. A verdade é proveniente de Deus, aquele que está acima de tudo e todos, pois é de domínio exclusivo do Senhor que, através do Espírito falou, fala e falará por meio das sagradas escrituras. O que se cumpriu diante dos olhos dos homens já havia sido dito, de modo que não se extinguiu seus efeitos, pois que isto mesmo que se foi ainda se cumpre no presente e se cumprirá no futuro. Considere inclinar o ouvido e o coração ao que está escrito. Não seja pelo pensamento e concepção do que diz o homem, mas pelos que falaram em nome do Altíssimo, porquanto tudo está diante de nossos olhos. O homem vê muitas coisas, mas não as compreende. Ouve, mas não guarda. Para as coisas de Deus, os sentidos espirituais devem ser exercitados para que compreendamos o visível por meio do invisível. O justo viverá pela fé!
Deus é o soberano que estabelece e destitui governos. Ora, contra Jerusalém foi levantado o rei da Babilônia, contra o qual resistiu o rei Zedequias. Este rei se rebelou contra a vontade do Senhor que já havia determinado sua sentença contra Israel, a qual determinava que o povo, assim como o rei deveriam se entregar aos caldeus.
De igual modo, vivemos hoje, e não nos questionamos a respeito disso: O que mudou, segundo a Justiça de Deus?
Absolutamente nada, pois no Senhor não há variação.
Quem governa, senão aquele a quem o Eterno estabeleceu?
Por que, então, o povo se rebela contra o governo?
Porventura não está a resistir ao domínio de Deus?
Não há poder no homem para escolher quem há de dominar, pois quem rejeita a justiça de Deus sofre pela injustiça das mãos do ímpio, e até mesmo o intento do coração deste, o Senhor é quem estabelece.
Cada homem representa em si mesmo um universo de interesses que militam contra o próximo. Essa é a ordem do mundo que deve ser superada a fim de que sejamos favoráveis uns aos outros. Ora, se cuido do interesse do outro, e se ele age de igual modo, nessa nova ordem não há mais conflito de interesses, pois todos cuidam de todos. No entanto, é preciso Fé de que o Evangelho de Cristo é verdadeiro, afinal, Ele foi o primeiro a se entregar por todos nós. Quem crê nessa justiça e age como Ele agiu, já não é mais inimigo do seu próximo, mas tudo quanto faz é a ele favorável.
Se, mutuamente, buscássemos o bem dos outros antes do nosso próprio, haveria paz. Mas o que vemos ao redor do mundo?
Cada um buscando o que lhe convém, ignora o bem estar alheio, e disso nasce toda forma de conflito.
Amemos uns aos outros, então haverá verdadeira paz.
Escrevi o que ouvi e vi no verbo da vida. A Deus seja a Honra!
É sábio ouvir tudo com muita atenção. Considere sobre os interesses de quem fala, e responda com poucas palavras, para que não venha a assumir um acordo comprometedor. Um aperto de mão pode criar uma obrigação desastrosa.
A sinceridade precede a palavra de sabedoria. O desonesto usa argumentos sedutores, mas desonestos para convencer alguém.
O ser humano é capaz de construir uma ilusão absurda a fim de convencer a si mesmo de sua má escolha.
A repreensão é mais valiosa que o elogio. Repreende um sábio e ele te amará. Use de palavras lisonjeias com ele, e ele se afastará de você. Repreende um tolo e terá um novo inimigo, elogie-o, ainda que sem causa, e terá o poder de manipulá-lo.
A sabedoria não tem valor algum se quem a ouve é insensato. A moeda de comércio entre os ignorantes é o engano que farta-lhes o íntimo do ser.
Teus segredos serão revelados, ó nação que a si mesma se chama Israel. Teus negócios, teu domínio e tudo quanto fizeste entre as nações está, devidamente, documentado. Certamente, muitos são os teus poderosos credores. Contudo, ainda que tenha feito alianças com povos estrangeiros, ainda sim sobrevirá sobre ti o juízo. Não atentaste ao Deus que te tomou pela mão todos estes tempos, tão menos à disciplina do Senhor.
As tuas alianças estão a ponto de se romper, pois não são alianças com Deus, mas com homens.
Converta-se de seus maus caminhos e ouça a voz daquele que voz chama ao arrependimento.
Ó povo que tem por bandeira o nome Israel, ouve o que diz o Espírito: "Porventura não atentaste ao teu próprio passado?"
De todas as tuas quedas, a maior de todas foi devido ao teu tropeço na Rocha que sempre te guiou, o teu Rei, o Santo de Israel.
Que sinal poderia o Deus Todo Poderoso te dar ainda, nação incrédula?
Já não suportou o suficiente?
Eis que vem a Luz, e o que está nação fará quando os segredos de seus negócios forem expostos, publicamente?
O tempo está no fim, e toda obra está sendo consumada, mas quem de vós atentou?
Povo insensato!
Atenta para essa advertência, convertam seus caminhos e reconheçam o tempo da visitação do teu Deus, pois o Dia vem sem demora.
Certamente as Palavras de Deus, o Senhor, chegarão à nação que se chama Israel. Assim diz o Senhor: "Eis que é mais sábio que Daniel, e se faz a ti mesmo por príncipe das nações. Mas que sabes tu, que Eu, o Senhor não o tenha dado?"
Ainda sim, não atenta para o fim destas coisas, tão menos para o teu próprio passado. Veja agora e contemple. Olhe teu passado. Há algo que Eu, o Senhor, o disse e não tenha se cumprido?
Todas as maldições que determinei contra ti no livro da Lei te feriram por causa da tua arrogância.
Não conheceu o dia da tua visitação, desprezou o Santo de Israel, teu Rei. Desta forma, diz o Senhor, te lancei fora e estabeleci tiranos sobre todo o povo.
Não lembra de onde tua nação caiu?Certamente, não! Pois que no lugar de arrependimento, a nação multiplicou seu comércio e com a sabedoria que Eu, o Senhor, te dei, logrou grande proveito próprio.
Contudo, de que te serviu toda essa riqueza, se em nenhum lugar teve paz?
Fez aliança com homens e voltaram para o lugar do qual te arrojei.
Todas as tuas alianças serão quebradas, porque as armas secretas com as quais tem controlado as nações do mundo já não têm mais força. O Senhor revelará todas as suas vergonhas.
Volta o rosto ao teu Deus, e pratique a justiça e o juízo, pois desse modo, pode o Senhor teu Deus curar as tuas feridas.
Se alguém partilha os tesouros espirituais que recebe de Deus com o próximo, não seria razoável que este suportasse os defeitos carnais daquele?
Se o primeiro ajuda a carregar fardos espirituais alheios, não é merecedor de alivío quanto aos seus próprios?