Joseni Caminha
Enquanto buscamos um sentido para vida estamos perdendo a oportunidade de viver, pois a busca demanda gasto de energia que pode ser utilizada de uma forma muito melhor: vivendo a vida.
Quando procuramos uma solução para os nossos problemas, fugindo do real motivo que os ocasionam, não só não conseguimos resolver o que queremos, como podemos ser conduzidos a um mar de demônios inavegável.
Enquanto a escola não desconectar com o passado que a estrutura, não irá conseguir transformar a realidade de ineficiência que a mesma adquiriu ao longo da história.
O exaustivo discurso que ouvi, quanto educador, durante toda a pandemia foi que "temos que nos reinventar". Na verdade, acredito que a educação nunca saiu do passado porque estamos apenas nos reinventando e mantendo a práxis distorcida da fala.
Perdemos mais tempo querendo entender o que não conseguimos compreender do que vivendo para usufruir do que nos já conhecido.
O amor que une uma família não é algo que se deva ser conquistado, mas inato. Quando ele é real, não há barreiras que não seja possível a união.
Infelizmente só conseguimos enxergar, na maioria das vezes, o quão estamos errados sobre o que verdadeiramente importa para nossas vidas, quando temos gasto muito tempo dela procurando o que nos faz sentido na vida. Tudo na vida tem a sua particularidade motivacional e isso que a torna dinâmica.
Não vejo sentido passarmos pela vida sem deixar marcas, então, o importante é procurarmos saber de que forma pretenderemos marcar as nossas vidas.
Na busca por respostas que inexistem, as que procuro pelo sentido da vida são as que mais me incomodam. Não por saber que nunca as terei, mas pela certeza de que as mesmas me mostrariam que eu não encontraria sentido no que busco.
Como educar para a humanização, se o sistema não é humanitário? Logo, os problemas educacionais de nosso país é estrutural.
Quando penso em um paradigma humano contemporâneo, concentro-me no narcisismo egocêntrico em busca do poder, que irracionalmente o conduz a autodestruíção no sentido macro da espécie humana.
Um grande erro é supervalorizarmos momentos de nossas vidas, pois os mesmos são apenas parte de um todo que nos compõem ao longo dos anos, logo, cada um tem a sua importância devida, não havendo maiores ou melhores, sendo assim, ao atribuirmos atenção demasiada para um determinado evento, podemos estar desmerecendo outros quão importantes eles possam ser para nós.
Se abrirmos os olhos para além dos movimentos das pálpebras, enxergaremos que a verdade das coisas pode estar desfocada pela fonte de luz que a emite.
Não há nada melhor do que esoerar a confirmação de que a tempestade tenha passado, para sabermos se ela foi realmente devastosa, do contrário é aumentar o sofrimento.
A saúde é a mestra de todos os sentidos, sem ela a vida resume-se à insignificância dos seus possíveis desejos anteriores.
O que verdadeiramente importa?
Uma resposta que determina o seu viver, a qual se modifica a cada momento vivido.
Uma dor deixa de ser sentida em duas situações:
Quando o tempo atua sobre a mesma sanando-a, ou quando outra dor maior surge concomitantemente.
De forma análoga, a dor de um amor perdido se extingue de duas maneiras: Ou sofrendo até que o tempo reduza esse sofrimento a nada ou substituíndo o amor pedido por um novo amor.
A cada ano vivido, os questionamentos resurgem mais intensificamente:
Qual o sentido de tudo?
Qual a importância de obtermos essa resposta?
...e novamente retorno a viver ignorando-os, pois enquanto focamos na busca de entender algo, deixamos de vivê-lo.
Não controlamos sentimentos,
eles simplesmente nos cercam
Interferindo nas nossas decisões,
o que podemos fazer é unicamente
procurar controlar nossas ações.
A dor, como tudo na vida, é passageira. O que dificulta superá-la, às vezes, é o fato de não enxergarmos que para tudo existe uma solução e o que estava nos afligindo não é merecedor da atenção que estávamos dando, por isso, somente o tempo é capaz de nos ajudar a percebermos o quão poderíamos ter sofrido menos.
Se ficarmos martelando sobre a mesma ferida
ela se agrava e demora sarar, então, o melhor a fazer
é procurar curá-la da forma menos dolorida possível.
A fórmula é pessoal, cada um encontra a sua,
uns mais rápido que outros. Cabe a nós encontrarmos
a melhor e ela será aquela que nos faz perceber
que o referido ferimento jã não faz parte
de seus pensamentos, pois o mesmo é passado.