Joseni Caminha
O pior da ansiedade da busca
é a cegueira que impede,
a quem dela se empreende,
perceber o que se perde
enquanto se busca.
Enquanto a política não deixar
de ser um horizonte atrativo,
não haverá espaço para
uma legítima representatividade,
pois o interresse que move
os que nela estão,
não é pautado no altruísmo.
A verdadeira representatividade
só se apresentará para o povo,
quando este aprender
que a sua submissão lhe
impede de enxergar que
é mais forte do que a força
que o subordina.
O mundo só será melhor
quando o homem
conseguir enxergar
os outros seres vivos
como um integrante
de um ecosistema
do qual ele faz parte,
portanto, merecedor de respeito.
A própria existência
de um representante do povo
para lutar pela garantia de seus
direitos, expõe o negacioismo
existencial da sociedade,
pois evidencia a ausência
do estado gregário e
da colaboração mútua.
A experiência do viver enclausurado
nos faz perceber o quanto é egoísta
a vaidade humana de encontrar prazer
no confinamento de animais em gaiolas
e aquários.
Não procure ir além
do que você seja capaz de entender,
pois as incertezas
pode conduzí-lo á insignificância
do que você conseguiu compreender.
Faça o que você encontra
sentido em fazer,
pois todo o resto
não passa de obrigação
do nosso viver.
Ninguém consegue ser bom,
pois quando alguém busca
ser bom, é porque não o é
na sua essência.
E bondade não é algo
a ser adquirido, mas inerente
do próprio ser.
Logo um ato de bondade,
necessariamente, não significa
que seu feitor seja bom.
O altruísmo não é uma
questão de decidir sê-lo
ou não, porque o ato
não legitima o seu feitor
como altruísta, portanto, ser bom
não é um ato de querer,
mas simplemente ser.
Quando o assunto é pautado
em posicionamento e concepções políticos ou religiosos,
em época de polarização nacional,
é melhor ignorar a fala de um amigo
do que perder o prazer
de poder falar como ele.
Não procure por muito,
busque apenas o que realmente
é essencial para você,
pois ao ignorar o limite
dos nossos desejos,
deparamos na infelicidade
oriunda da decepção.
A infelicidade encontra-se também
na lembrança de não termos cedido
um pouco do nosso tempo para
fazermos o que não podemos mais
fazer, porque o tempo passou.
Principalmente se o que queremos
está relacionado com uma pessoa que amamos.
A religião pode ser um conforto
ao crente que a utiliza para
aliviar as dores inevitáveis da vida,
mas pode ser uma nuvem que
ofusca a visão daqueles
que depositam na crença
a responsabilidade do seu viver.
Infeliz daquele que faz de suas decisões
reflexos do pensamento de outro, pois
a ação que não é pensada por quem
a pratica, não é atitude.
É apenas execução a um comando dado.
Viver harmoniosamente em sociedade
não é apenas cumprir os seus deveres
e usufruir dos seu direitos,
é ter a capacidade de enxergar
que você tem que parar onde
o próximo tem o direito de começar.
O Deus que é rogado pelo adversário
é o mesmo para qual roga o aliado,
a diferença entre ambos não está na fé,
mas na superioridade
que um exerce sobre o outro, pois caso fosse diferente, cabendo a Deus decidir, não haveria justiça divina, ou a mesma estaria em favorecimento ao superior, logo o destino de um conflito estaria traçado na ação do cervo e não na decisão do criador.
A ignorância pode não está na falta de conhecimento,
mas no excesso de egoísmo ou na ausência de humildade
que o impede de perceber
que a verdade poderá ser diferente
da que você acredita.
O educador que nao luta
pelos seus direitos
não está habilitado
a mediar no processo
de ensino e aprendizagem
na construçao de um sujeito
crítico capaz de contribuir
na transformação da realidade
na qual está inserido.
O professor que desconhece
o seu papel social
na mediaçåo dentro do processo
de ensino e aprendizagem,
não educa para a transformação,
contribui para a formaçåo
de uma docilidade que faz o
oprimido enxergar a opressão
como algo a não ser transformado,
mas aceito como normal.
O professor que tem medo
de lutar pelos seus direitos,
não educa para a criticidade,
apenas contribui para a
manutenção da docilidade
que faz o oprimido se sentir
o único responsável
pelas desigualdades sociais,
as quais ele é submetido.