Jaci Parvati

51 - 75 do total de 155 pensamentos de Jaci Parvati

⁠Sensações

Quando me tocas o corpo dissolve,
Só sinto os contornos quando teus dedos macios
e longos acarinham-o.
Encho-me de gozos.
Não ouço sua voz,
Só uma canção de glórias
A todos os deuses do Olimpo.
Estremecida, rejubilo-me.
Sinto-me nada, e tudo.
Nada de mim,
E tudo de nós.

Jaci Parvati

⁠A beleza existente
nos transporta
Com asas abertas
Ao nosso interior
Descobrimos outros mundos
Onde somos rainhas e reis
Sonhos e pensamentos
Moldados ao prazeres
Com desejos comandados
Pela vontade de imortalizar
A beleza exterior.

Jaci Parvati

⁠Sentido.
Palavra nunca define.
Chega-te bem perto,
Ao pé d´alma, dance com o coração
uma música como uma Louca Retardada
Ao luar, cobrir-te com as nuvens
Abraçar a lua, tocar as estrelas,
e deitar no céu.
Somente nessa sinfonia
O enigma pode surgir
No horizonte na noite escura
Sobre o mar.

⁠Escurece o olhar,
Acinzentou.
Necessito respirar.

⁠O beijo

O amor ilumina,
Desabrocha,
Colore,
Perfuma,
Cria,
Alimenta,
Sensibiliza,
Enrique a alma,
Com virtudes,
Escondidas
A chave
No baú
do esquecimento.

O beijo do amado!
Oh! O beijo,
Esse simples toque.
Encostar uma
Boca na outra.
Diz tanto...

Podes fingir em tudo,
Jamais no beijo.
Nunca engana
Uma boca apaixonada.
Toca a boca,
as frequências alinhadas.
Bocas amando.
Toca ou não toca.
Os castelos edificam?Desmoronam.
Senão, é apenas
Um beijo.

⁠Momentos

Momentos eternos
trazem múltiplas reações,
breves abrir dos lábios.
esvoaçar de um sorriso,
arrepios que te consomem,
arrebatam o coração,
A procura do outro
que se unem
num elo,
entrelaçados,
mas não unidos.
Dilatados de vontades,
irrigados de prazeres.
alimentados de esperanças.
Essência de sonhos
imortalizam todos desejos

⁠Ser ou não ser, eis a questão?"

Vivemos num mundo de desenganos.
A procura de nós mesmos, pelos
Quatro cantos da nossa existência.
As aparências nos consomem,
Às vezes até nos emparalham.
A vida é simples, mas isso é pouco?!Quem foi que disse que para ser feliz é preciso complicar?
E que felicidade é vitalícia?
Andamos pelo caminho do rio, o sol acima, os campos floridos aos lados, a terra abaixo dos nossos pés. Isso já bastaria, mas queremos mais, mais, sempre mais.
E nossos desejos vão além das nossas forças, entam minguamos.
Cada ação por mais simples que seja tem que ser dividida em partículas minúsculas e tirar a essência. Só assim saberemos dar valor ao acordar, abrir os olhos, sentir o ar que entra e sai do teu corpo. O movimento ao andar, o teu coração a pulsar . O resto é acessório. Não fazes do supérfluo a essência da tua vida Você é a razão da tua vida, e nada mais.

A um pulo...
Sentada ao banco de pedra,
Olhando o rio, que corre pelo
Seu leito, naturalmente.
Penso, o que é ser nada?
São pensamentos que exigem
Uma certa profundeza de alma.
Na superfície não pensamos
Nada disso, apenas existimos,
Mas para quem?
Se nem consegue sentir-se?
O que é nada? É a pedra que se coloca no seu caminho, chuta-a, e nem sente.
Mas, é apenas uma pedra, não tem sentimento.
Nada? É o espaço vazio no galho da árvore com o levantar do vôo do pássaro, sem deixar rastro.
Nada? É o sol que pousa no cimo da montanha ao crepúsculo, avançando a escuridão.
Nada? São pessoas que passam por ti , não te vêem. Até supõe que és invisível?
Nada? Quando tuas palavras não chegam a ouvido nenhum, se perdem no espaço e no tempo.
Nada? Quando teus passos seguem um ritmo igual, dia após dia.
Nada? Quando teus sonhos são só sonhos.
Nada? Quando a luz do sol insiste aquecer a terra, que germine as sementes, mas as lançou ao vento.
E o vento só trás horas a mais a essa vida que não é Nada.

⁠Paixão e amor

A paixão reflete no corpo
Movimento,
energia,
furor,
dor,
aquece,
incendeia.

O amor incandeia
Nos olhos,
na boca.
Um leve sorriso,
no canto dos lábios,
Faceiro e å toa.
Eleva.

Olhares magnetizados,
Atrai a alma
Une, resplandece.
Carisma telepático,
Sem palavras,
No silêncio,
Cantam o amor,
Vivem intensamente,
O imaginário envolto
em sentimento
Que dispersa pelo vento
Encontra dois corações
Sincronizados, atados,
Perdidos no amor.

⁠Sinfonia

Acordo às cinco,
explosão de sons,
surpreende-me.
Sinfonia de cantos
em vários tons.
A beleza da música
da natureza,
sem instrumentos nenhum.
Poucos são os sortudos,
que tem o privilégio de ouvir.
Somente quem desperta
ao perder à noite
pela aurora do dia.

Jaci Parvati
-------------------

Por viver muitos anos dentro do mato
Moda ave
O menino pegou um olhar de pássaro -
Contraiu visão fontana.
Por forma que ele enxergava as coisas
Por igual
como os pássaros enxergam.

Manoel de Barros

⁠Ânsia de viver

Passa...tudo passa!
O tempo é amigo.
O fogo apaga sem ar.
Porque essa dor
no peito aumenta.
Onde está a razão
De tudo... de todos
Os sentimentos.
Os sonhos consumiram-se
Na angústia do desejo.
A realidade pulgente,
Inflada de vontades,
Mas existe algo mais
Forte que o querer
Uma força que dilacera,
Deixa-te em partículas,
pulveriza,
transforma em pó.
E a leve brisa te embala,
No vento,
No tempo,
Na espera.

⁠Ideal

Somos frutos
das nossas vontades
e realizações.
A vida embala-nos
como o vento as folhas no outono.
Muitas caem, outras nem a força
das estações conseguem derrotar.
O galho vazio se renova
na próxima estação,
O outro estático,
continua cheio de folhas,
uma vez e outra
deixa cair uma folha
e nasce outra.
Experiências que temos que viver,
quando o desejo domina a razão.
Não somos feitos só de lógica.
Temos também sentimentos.
E vivê-los intensamente,
É o sentido da vida.
Fugir? Não é a melhor opção.
Queimar a lenha,
apagar a chama,
Até virar cinzas,
Lançadas ao vento.
Guardam na memória
a lembrança doce e colorida
de dias bons.

⁠intensidade

Teus olhos contêm os meus,
Aquece o corpo,
Ilumina a alma.

⁠A natureza é o mais perfeito amante.

⁠Metamorfose II

Quando meus olhos
encontram os teus,
Buscam no olhar profundo
A essência dos sentimentos.
O formato da alma.
A força do amor.
Enche-se,
Transborda
Os males extinguem-se,
As virtudes petrificam-se.
Nasce um novo ser,
Mais humano
Pois o amor
Transforma.

⁠Possessão

Respiro, absorvo-te.
Sinto a penetrar-me,
Pêle adentro.
Possuir-me.
Como um demônio,
Apodera-te do meu corpo,
E da minha alma.
Sou tua, inerte, muda,
Resignada, balbucio
Últimas palavras
Ainda pensadas sã.
Depois sigo como zumbi
Pela vida que já não é minha,
Vagando em busca do teu sangue
Vivendo na sombra dos teus passos.

⁠O tempo

O tempo avoluma tempo
Transforma;
Um ponto numa reta.
Abismos em planícies.
Angústias em certezas.
Carências em afetos.
Dependências em necessidades.
Desencontros em encontros.
Distâncias em presença.
Mentiras em verdades.
Medos em coragens.
Paixões em amores.
Perdas em ganhos.
Razões em loucuras.
Ritmos em vidas.
Você e Eu em Nós.

⁠o tempo

Ás vontades gritam,
enganam a realidade,
Tudo é querer
Muda-se o vento,
Corta-se o tempo,
Pinta-se os dias.
O sol brilha.
A flor desabrocha,
Os pássaros cantam,
Amantes se amam.
Romance sem prosa,
Poema sem rima.
Uma obra de arte incompleta.
O indefinível!
A beleza bruta e abstrata.
O inconcebível é pensado
Ideias serpenteiam ao vento.
A procura de verdades.
Enfrentam os vazios
Oescuro da noite
Respostas mudas das estrelas.
E os silêncios sempre que calam
Os vazios se enchem.

⁠A morte

A morte rompe o abismo,
a existência emerge.
Tudo virá presente,
E a dor explode.

⁠Tudo são emoções,
Até os pensamentos sentem.
Eis o nascimento do poeta.

Imaginação

Uma força
pulsa intensa.
A vida corre certa,
Às vezes sem cor.
A imaginação alimenta.
Luzes a se compor.
Colorir as paisagens,
Alma nasce nos personagens.
Emoções enchem o palco,
O tempo curto dos sonhos,
a cena acontece.
A saudades aperta o coração, quando acordamos.
Olhamos o horizonte,
Vimos uma linha reta,
Difere dos sonhos,
Que não é reta, certa.
E sim, uma espiral infinita
conforme nossas emoções.
E nesse gráfico onde as linhas
se encontram,
caminhamos a procura do
ponto final.

⁠⁠

Necessito


Necessito de ti,
o ar que respiras,
o cheiro,
o toque,
a tua presença,
que equilibra-me.
Tua voz é uma música,
Trás energia,
e embala-me.
O tempo que nos separa
são picos de loucura.
Invadem meus pensamentos,
Põe-me à pícaros da razão.
Mergulho num abismo
de buscas e desencontros,
e perco-me em mim.

⁠O perfume

Aspiro profundamente,
Intensamente absorvo.
Penetra-me
Em aspiral, serpenteia-me
Entra pelas narinas
Percorre todo o corpo
Descompassado
o ritmo do coração.
Os músculos flexíveis
A carne inflamada.
Os pensamentos adormecem
A alma se perde.
Já não és.
Só estás.
E entorpecida,
Pelo perfume
Morre,
Nasce,
Tantas vezes,
Até a névoa enebriante
Se desfazer no espaço.

⁠Emoções

Explodem
Deixam-te:
Cego, surdo e mudo.
Toda sabedoria,
Volátil.
Os instintos brutos,
Dominam.
Só desejos,
Vontades.
São momentos
Transgénicos
Cria-se
O que não era
para Ser.

⁠A distância encurta os caminhos, e o silêncio grita.