Ismael Azevedo
Se quando cair terei uma mão para apoiar e levantar não sei, se quando doer terei um ombro para chorar também não posso afirmar, se toda a caminhada terá que ser solitária não depende apenas de mim, mas enquanto houver as pernas da vontade e determinação, estarei vivo e a frente.
Necessito de um caneta, dessas que falham mesmo por favor, dê-me também esse papel rasgado, e dispenso as borrachas e os corretivos, não precisarei corrigir nada, mesmo quando errar, passo apenas um rápido traço por cima para lembrar de aprender. Ponha tudo aqui por sobre a mesa enferrujada que vou terminar de escrever minha vida
Descobrir nas pessoas seus limites, é o limite para descobrir sua verdade e impor a sua personalidade que seja menos hipócrita e mais ávida, tornando os humanos seres mais honestos
Sei que as palavras que como arpão atirado a baleias não foram as últimas, quero que perceba em meu olhar raios de sangue, meus olhos não são mais apenas aquele mar azul de águas transparentes. As vezes me pergunto se você terá capacidade de reconhecer o homem que esteve em sua frente, de pé. Em suas aventuras eles conseguem ser mais homens para você do que você foi um homem para mim?! Minha outra metade está guardada, apenas para que eu doe a quem merecer, para me fazer um homem. A vida me ensinou que precisamos sacrificar para sobreviver.
Fazer da vida um tubo de ensaio, para àqueles que têm medo aprender a fórmula com minhas experiências. Ser o alquimista de minha própria história, eternizando sua riqueza de detalhes em corações espalhados por onde andei
Na matemática dos dias, com a física do nosso corpo e a química de nossa saliva, aprendi como um alquimista o elixir da longa vida em amor eterno e paixão efervescente, dessas que transforma a pedra de qualquer coração só, em dois corações de ouro, que brilham nos olhos dos enamorados para assim chamar de nós e contarmos dentro da antropologia algo sobre nossa filosofia, de amor sincero sem misticismo e religião, permitindo que até os ignorantes bebam desta fórmula e nos respeitem até nas metáforas.
Fui um jovem que provava a quem queria sobre uma maturidade que estava ainda a crescer, talvez uma tentativa de mostrar-se grande em meio aos pequenos, hoje sou um crescido que busca na imaturidade algumas razões para se manter vivo.
Informo-lhes que aceito a solicitação para ser feliz e sair da vida de muita gente. Outrossim, peço que tomem retirada de minha vida. Ainda sobre meu coração, já me intrigo dele, não temos as mesmas vontades, então não preciso mais do mesmo, leve-o contigo, talvez você esteja mais necessitado.
E chega de outonos, essa estação que folhas caem como verdades mal mentidas. Onde pessoas de uma hipocrisia verdadeira, derruba em invernos de lágrimas suas inverdades, e os crocodilos assim dessecam seus olhos com sangue frio. Quero mesmo é o verão, desses que vem o carnaval junto, vou fazer da vida um colorir em festa de alegria desmedida.
Quando sair feche a porta, bata com muita força, pode estremecer as paredes como um terremoto e deixar tudo gélido com o susto. É para que todos percebam que estou fechado, e preciso de um tempo para arrumar a bagunça que deixastes aqui dentro de mim, quem sabe outro dia abro para voltar a receber visitas. Mas antes preciso varrer as mentiras, pendurar as 'estórias' em molduras, aproveitar o piso molhado de lágrimas para 'passar o pano', deixar tudo encerado, e bem cheiroso, diferente de quando você esteve aqui
Lembro bem dos tempos de rebeldia desmedida, onde tinha razão por não ter razão e assim se fazia. Berrava em bom som palavras absurdas e duras que sem peso para si, toneladas valiam nos ouvidos alheios. Amar era fácil, esquecer ainda mais volátil. Jurava não ter medo, mesmo tremendo provava uma desnecessária coragem. Arrisquei a vida por vezes, e hoje não sei quem fui, sobre quem sou já vou malparando, mas com esperança de felicidade vou nessa constante.
Não vou me apegar a coisa pequena, trago no bolso a carta de euforia para aquilo(aquele) que me detenha ao crescimento. O tempo tá voando, e me falta tempo para coisas que amo. Depois que descobrimos as coisas que amamos, não podemos deixá-las de lado, abandonar por qualquer. É sorriso no rosto, tapa nas costas e vamos lá. Quem quiser vem comigo, quem não quiser é tchau.
Tô mandando tudo pro inferno, tô fazendo faxina na casa, e vou deixar o cadeado em falso. Daquele jeito que só engana os ladrões com menos ensaio, estou de saco cheio desses, no máximo só conseguiram roubar minha paciência, e permitir que os bons ladrões, aqueles mais audaciosos, roubem minhas preciosidades; O carinho, a atenção, o cuidado, a vontade, a esperança, e também alguns defeitos embutido nisso tudo.
Hoje acordei cedo, e quando dei por mim já estava à rua, estava a fazer umas caminhadas matinais. Sobe, desse, ruelas, avenidas, e uma brisa passava, quando bateu uma brisa mais fria, uma saudosa brisa, e ‘flashes’ do passado corriam, fui atrás, quando os passei e via suas faces tomei um susto. O medo andava entre todos bem escondido, a angústia era a mais veloz, a tristeza era mais lenta e corria pouco por que demorava passar, o amor perdido era de uma frieza nórdica, vagamente cheguei a vir outras lembranças porem não menos importantes. Quando fui alcançado por amigos que me ampararam do susto e com um choque em ‘220v’, me acordaram daquilo que por hora se tornará pesadelo, suspirei duas vezes e percebi que andei por meu próprio coração.
Valorizamos mais a morte que a vida. Quando vivos só temos defeitos, mas quando morremos todos lamentam os nossos com suas qualidades que se vão.
Bem, vamos falar de pessoas, afinal de pessoas eu entendo.: Sei o que elas bebem, sei o que elas comem, sei o que vestem, sei como andam, sei sobre sua sociedade. - Eita, não sei o que sentem umas pelas outras, não sei quando falam a verdade, não sei quando amam, desisto, de pessoas eu não entendo.
A melhor parte de mim fica abaixo do pescoço, precisamente ao lado esquerdo, apresenta duas comunicações, e dividido em quatro porções e muitas artérias vascularizam por lá. Não, não é o coração, é o estômago, ele sim é a melhor parte de mim, pois só tendo um muito bom para aguentar alguns seres vivos que frequentam o meio onde habito e sobrevivo
Sai tristeza me deixa sorrir, leva contigo essa dor chata que insiste em ficar. Pede um drink vocês duas juntas e vão beber distante daqui, pode deixar em minha conta que faço questão de pagar, desocupem meu momento preciso continuar sorrindo, não insistam, vão embora.
Pronto, agora que vocês já vão, chama seus amigos, vou ali no escuro conversar com eles, felicidade e amor para mim, a dor deixo por conta de vocês.
Cada minuto pensando no passado são dois minutos do futuro que se perde. Então larga o que passou e agarra o que vai passando!