Emil Cioran
O conhecimento arruína o amor: à medida que desvendamos nossos próprios segredos, detestamos nossos semelhantes precisamente porque se assemelham a nós.
O próprio discípulo só respira e se emancipa com a morte do mestre.
Implacáveis, os filósofos são “duros”, como os poetas, como todos aqueles que têm algo a dizer.
Quando conhecemos o equilíbrio, não nos apaixonamos por nada, não nos apegamos nem à vida, porque somos a vida; se o equilíbrio se rompe, em vez de identificar-nos com as coisas, só pensamos em subvertê-las ou em modificá-las.
Em si mesma, uma ideologia não é nem boa nem má. Tudo depende do momento em que é adotada.
Que orgulho descobrir que nada nos pertence, que revelação!
A harmonia, universal ou não, não existiu nem existirá jamais.
Ninguém se recupera do mal de nascer, chaga capital entre todas. É, no entanto, com a esperança de nos curar dele um dia que aceitamos a vida e nos submetemos às suas provações. Os anos passam, a chaga permanece.