David Hume
"O espírito se eleva gradualmente do inferior para o superior: por abstração, forma, a partir do imperfeito, uma idéia de perfeição, e lentamente, distinguindo as partes mais nobres de sua própria constituição das mais grosseiras"
"Mas muito mais frequente é os homens serem distraídos de seus principais interesses, mais importantes mas mais longínquos, pela sedução de tentações presentes, embora muitas vezes totalmente insignificantes. Esta fraqueza é incurável na natureza humana"
Todos os planos de governo que implicam uma grande reforma dos costumes da sociedade são totalmente imaginários.
Raramente se perde qualquer tipo de liberdade de uma só vez.
Os sentimentos de nosso coração, a perturbação de nossas paixões e a impetuosidade de nossas emoções, dissipam todas as conclusões.
O homem é um ser sociável do mesmo modo que racional. No entanto, nem sempre pode usufruir de uma companhia agradável e divertida ou conservar o gosto adequado para ela.
Todas as nossas ideias ou percepções mais fracas são cópias de nossas impressões ou percepções mais vivas.
Todos os argumentos derivados da experiência se fundam na semelhança que constatamos entre objetos naturais e que nos induz a esperar efeitos semelhantes àqueles que temos visto resultar de tais objetos.
Um homem que raciocina sem experiência não poderia raciocinar se olvidasse inteiramente a experiência.
Crença é qualquer coisa sentida pelo espírito, que distingue as ideias dos juízos das ficções da imaginação. Ela lhes dá maior peso e influência; as faz parecer de maior importância; as reforça no espírito e as estabelece como princípios diretivos de nossas ações.
As ideias complexas podem, talvez, ser bem entendidas por definição, consistindo na enumeração das porções ou ideias simples que as compõem.
Causa: um objeto seguido por outro e cuja aparição faz convergir o pensamento sempre para aquele outro.
Toda ideia é copiada de uma impressão ou de uma sensação precedentes; se não podemos localizar a impressão, podemos assegurar-nos de que não há ideia.
A humanidade é bastante parecida, em todos os tempos e lugares, e a história nada nos informa de novo ou estranho a este respeito.
As decisões humanas mais irregulares e inesperadas se explicam com frequência quando se conhecem todas as circunstâncias do caráter e da situação humanas.
Quando inferimos alguma causa particular a partir de algum efeito, devemos proporcionar uma com o outro, e não devemos jamais atribuir à causa outras qualidades senão as estritamente suficientes para produzirem o efeito.
Se a causa, atribuída a um efeito, não é suficiente para produzi-lo, devemos rejeitar a causa ou acrescentar-lhe qualidades que a proporcionarão rigorosamente ao efeito.
Ninguém que raciocine corretamente jamais ousará fazer inferências, partindo de um só fato, e alterar ou agregar em qualquer aspecto os fenômenos.
Destruir a razão mediante argumentos e raciocínios lógicos pode parecer uma tentativa muito extravagante dos céticos; todavia, esta é a principal finalidade de todas as suas investigações e debates.
Os ignorantes devem refletir acerca da situação dos sábios que, embora usufruindo de todas as vantagens advindas do estudo e da reflexão, se mostram geralmente desconfiados de suas afirmações.
Se raciocinamos a priori, qualquer coisa pode parecer capaz de produzir qualquer coisa.
É raro que a liberdade de qualquer tipo seja perdida de uma só vez.
Opiniões opostas, mesmo sem qualquer decisão, proporcionam um entretenimento agradável.
Olha o mundo à volta: contempla a inteireza e cada parte sua: descobrirás que ele nada é senão uma grande máquina, subdividida num número infinito de máquinas menores que também admitem subdivisões até um grau além do que sentidos e faculdades humanas podem traçar e explicar.