Álvaro de Azevedo

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Logo... ser livre não existe! Aqueles que se dizem libertos, são os próprios prisioneiros da liberdade...

Inserida por AlvaroAzevedo

Os primeiros não são exatamente melhores que os últimos, apenas tiveram mais tempo para ser piores

Inserida por AlvaroAzevedo

Métrica assimétrica

Sobre a demasia das palavras transcritas de minha mente, percebo o quão falho é, ser humano!

E dessa falha eu retiro as tentativas, o desespero, e o alvoroço de ser escritor.

Continuo a escrever em versos simples, não moldados pela fôrma nominal.

Não gramaticalmente puros! Mas em essência de esplendor, se fazem mais que os que dizem demais!

Então prefiro assim, do meu jeito, sem muito requinte ou trejeito... Nem muita rima, porém muito proveito!

E faço do imperfeito, do disléxico, a beleza, “irredutível”! No mais, somente bela!

Logo então eu termino mal feito, não muito bem entendido, mas termino escrito! E pra mim já basta...

Inserida por AlvaroAzevedo

Por hora, me encontro são! Mas dessa minha sanidade, não tiro o absoluto… tiro o movimento, a oscilação, a incerteza! Então por hora me encontro incerto, porém certo de que tudo pode acontecer...

Inserida por AlvaroAzevedo

Canto do sábia

Meras palavras
conjugadas,
erradas!

Trazidas e levadas…
perpetuadas!

Palavras arremessadas,
amordaçadas!

Sintaxe amedrontada!
Fonte sem fim!
Enclausurada...

Desenfreadas sentenças…
breves desavenças…

Martírio da doença,
palavras destroçadas!

Por fim reescritas,
retomadas!

Mais um leque!
Mais uma alvorada!

Ditas então,
como métricas sábias!

As novas sentenças
emolduradas…

Que se venha então
o encanto!
Canto dos sabiás...

Inserida por AlvaroAzevedo

Para Lucas Tenório

Que fazes aqui? Mestre dos cânticos perdidos… porque parou? Esteve aqui todo este tempo?

Olhei por ti a cada momento... e espelhava a mão da sua euforia…
Por que andas só velho amigo?

Onde está teu rumo? Teu destino?
Não ouço mais teu suplício, nem teu cantar, nem teu sorriso…

Porque se escondeste? Temes ao que? E quem? Onde está Tenório, que em tempos de lei, seguia e redigia o bem?

Para onde foi a glória, a revolta de se revoltar… para onde foi a poesia, e a poetisa em seu altar?

Onde Tenório? Onde tu se escondes? Mesmo te vendo, não te recordo, nem te comento… e o soneto que fizeste a tanto tempo?

Onde estão as palavras e versos, a métrica, a fôrma, o inverso? E o desafio Tenório?

Onde está o sufrágio do tempo? A cadeia que liga o homem ao tormento? Ao sentimento...

Não deixes se levar pela chuva… não encontre na enchente a penumbra…

Reescreva a alvorada Tenório! Refaça seus versos! Me mostre seu credo! Seu paradigma, seu paradoxo…

Então mestre dos cânticos… te peço de volta o som do silêncio… o absoluto após tanto tempo! Te peço somente, escreva novamente…

Inserida por AlvaroAzevedo

Nada é pleno, até que tudo seja absoluto… logo, de plenitude só vive a morte, e nela morre...

Inserida por AlvaroAzevedo

Somente só

Jogo o baralho, sem naipe, sem número… o jogo do nada absoluto…

Jogo a incerteza na frente! Ao túmulo… todavia, não contava com um certo moribundo…

Jogo então a certeza irrefutável! De que tal moribundo ajoelhado, é certo do incerto em seu estado...

Inserida por AlvaroAzevedo

É triste dizer que o nada não é nada, além do nada que há de ser...

Inserida por AlvaroAzevedo

Cada texto em suma, é como um diamante bruto! Não vale muito mais que uma pedra... Porém, quanto mais lapidado, moldado e refinado, mais valioso e com mais esplendor se forma.

Inserida por AlvaroAzevedo

Você pra mim é como o tempo...
Indescritível, inexplicável e indispensável!

Inserida por AlvaroAzevedo

Até logo

Sonolento, poeta? Deixe fluir! Deixe ir embora! que fuja... Que se vá em busca da frase, e que se volte com o verso!

E a folha poeta? Onde foi parar? Onde está escrito teu poema? E onde estão tuas poesias?

Cadê o teu lápis? cadê tua borracha? cadê teu entusiasmo?
Para onde foi tua sede?

Tua fonte secou? Bebeste do veneno que criaste? Não culpo a letra, nem o compasso… culpo o descaso!

Deixaste atingir-te pelo que tanto descreveste em fuga... Levanta! Faz-se presente novamente! Ergue tua mão, e monta da escrita tua corrente, tua alma...

Não se esqueças quem tu és! Não se valha de um pobre moribundo… apesar de tal, ser um retrato de teus contos oriundos.

Não é porque caíste em mera desgraça, que dela deva fazer teu fardo!

Tira-se do imundo o intuito, e do passageiro a direção! Ainda te lembras como se faz? Montas de novo em tua montaria!

E dela redija novamente o teu caminho. Desistir poeta? Para que? E por que? Sonolento ainda poeta? Que pena...

Inserida por AlvaroAzevedo

Novamente não sei responder… Mas se está, nem sempre esteve! E nem sempre estará! Se veio, então também irá! E sendo assim, eu como ser físico, não sei se de fato sou! E em essência de ser? talvez… Talvez eu seja em essência... Mas se eu for, então sempre fui e sempre serei! Logo, torno-me criador, e criatura…

Inserida por AlvaroAzevedo

Um soneto preciso


Um soneto só, um soneto somente
Uma frase, um verso, uma vertente...
Delirante regozijo, um solene
sorriso!
Entres aspas, dois pontos e um improviso.

Porém, pobre soneto… ainda indeciso!
Mergulhado em sua métrica indiferente...
Sufocado pela fôrma em sua mente!
Mesmo assim fluindo! Se fazendo conciso!

Distribuí seus versos enfileiradamente!
Cataloga cada um, como uma forma de aviso...
Que a rima e o sentido, não são uma corrente!

Disfarça as palavras, faz-se incisivo..
Do disfarce, o último verso chega finalmente!
E com ele o fim do sentido! Um Soneto preciso...

Inserida por AlvaroAzevedo

A maior fraqueza do homem, é enaltecer o próximo, ignorando a si mesmo...

Inserida por AlvaroAzevedo

O que entristece aquele que se diz sábio, é que conhecimento nenhum o tornará de fato sábio... Apenas a noção de que a sabedoria que procura, não se alcança! Quando houver a certeza de não saber de nada, ai então, você será sábio.

Inserida por AlvaroAzevedo

Moda do caos


Propícias são
as situações fatais...

Indefinidas são
as respostas de tais...

Irreversíveis são
os danos gerais...

Indestrutíveis são
os que se dizem reais...

Inserida por AlvaroAzevedo

Em suma, todo poeta, que faz da palavra um sentido, é um filósofo! E todo filósofo, que faz do sentido a palavra, é um poeta...

Inserida por AlvaroAzevedo

Pensando em meio a lógica presente, procurando motivos, me deparo com um raciocínio interessante: O ser humano prende-se por medo de estar preso, e liberta-se pela vontade de estar livre! Não há correntes, grades ou trancas... Somente o homem, refletindo sobre si mesmo, o problema que o próprio criou, e que somente ele, pode extinguir...

Relevância é relativa... O que é irrelevante para um, é relevante para outro. Até mesmo um tijolo feito de pedra tem sua relevância, quando reunido formando uma construção. Tudo depende da situação e de quem vê...

Inserida por AlvaroAzevedo

Salve Bandeira


Não faço versos, e nem mais choro… não há mais desalento, nem desencanto…

Meu livro já não se abre... Não há motivos!
Somente prantos…

O verso secou! O sangue coagulou, a volúpia se extinguiu, o remorso ficou…

Me resta apenas poeira! Não me doem mais as veias… não sinto a amargura do coração…

Nestes últimos versos silenciosos, até a própria angústia se foi…

Sobra-me apenas, o tal acre sabor, o cheiro da terra, e o traje a rigor...

Inserida por AlvaroAzevedo

O pensador, que pensava sem saber, de repente reparou em seu pensamento. Olhou para dentro de si mesmo, e pela primeira vez refletiu sobre o que pensou…
Agora, pensará todas as manhãs! E um dia irá relembrar, como foi o seu primeiro ato de pensar...

Inserida por AlvaroAzevedo

Quanto mais ando, e menos ensaio, percebo quantos procuram a tal “liberdade”.
Outros são ousados! Estão sempre agindo em função de seus sonhos, na eterna busca por “felicidade”.
Porém, não vêem, é que o que os faz felizes ou livres, não é o objetivo alcançado, nem almeja-lo! É simplesmente dizer a si mesmo, “Agora sim!”
Somente agora posso ser feliz, e somente agora posso ser livre!
Pobre daquele que quando acha que é feliz, percebe que tudo que fez por vontade, não bastava de caprichos da sua mente. E que, apenas estava em demasia extasiado!
No mais, com o passar do tempo, sua “felicidade” se vai… e novamente, o homem se prende a buscar, o que ele mesmo mandou ir...

Inserida por AlvaroAzevedo

Se você tentar analisar a mente de forma abstrata, só encontrará abstração! Mas a base de toda ciência humana é concreta, e se chama cérebro...

Inserida por AlvaroAzevedo

O ser humano vive por sensações!
Motivadas pela busca do prazer, gerando assim uma "recompensa". Sentimentos são quimicas do cérebro...

Inserida por AlvaroAzevedo