Alexander Lowen
Quando vencer é mais importante do que jogar, a atividade ou o esporte não são mais um jogo, mas um trabalho.
"Uma árvore cresce mais alto quanto mais suas raízes se afundarem em extensão e profundidade. (...) Na terapia, cada deslocamento para trás confere a energia necessária ao salto para frente. Regressão e progressão andam lado-a-lado."
A força de vontade depende da força do ego. Podemos dizer que a pessoa com um ego forte tem uma vontade forte.
As pessoas que não têm medo de viver, não temem morrer.
Na qualidade de adultos, não podemos ser traídos a menos que sejamos ingênuos. Se somos ingênuos, traímos a nós mesmos, negando nosso passado.
O herói é mais caracterizado como ele vive do que como ele morre.
Numa cultura em que o progresso é um valor importante, o conflito entre as gerações irá inevitavelmente se desenvolver.
Os seres humanos são os únicos animais capazes de ações ditadas pela vontade. Através de sua vontade, o homem transcende sua natureza animal e cria cultura mas, neste processo, afasta-se da natureza e se torna vulnerável a doenças.
O pai se ressente da ideia de que o filho tenha uma vida melhor do que a que ele teve. "Por que você deveria ter uma vida melhor do que a que eu tive?" – eis aí uma sensação ignorada por muitos pais com respeito aos filhos.
Em nossa cultura, quando uma criança não vai bem na escola, o pai considera geralmente o fracasso do filho como sinal de seu próprio fracasso. Pela mesma razão, o êxito do filho infla o ego do pai.
Racionalizamos o impulso de poder falando de segurança, de confortos materiais, das conveniências asseguradas pelos mesmos mas, quando todas essas necessidades estão satisfeitas, o impulso para ter mais dinheiro e mais poder prossegue.
Ter êxito significa vencer o pai, e, portanto, ter a mãe.
O vidente pode prever o futuro porque ele não consegue ver o interior da natureza das coisas. Mas Tirésias era cego: a visão do profeta não é uma função de consciência do ego, como a visão comum, mas sim do inconsciente, ou da função divina do hemisfério direito, (...).
Um terapeuta ideal seria como o profeta Tirésias, capaz de ler o caráter e predizer o destino.
As pessoas que não são envolvidas com seus egos, que conservam uma forte identificação com sua natureza animal, não temem a morte.
O dilema humano emerge porque o esforço para superar a natureza ou o destino podem levar a um destino mais terrível do que aquele que a pessoa está tentando evitar. Assim, parece que quanto maior for a segurança externa que o homem construir para si mesmo, maior a sua insegurança interior. Da mesma forma, parece que quanto maior for a liberdade externa que conquistar, menos liberdade interna terá.
Somente quando se tiver perdido a liberdade é que se poderá ter consciência do que é liberdade. A consciência se desenvolve através da identificação de oposições.
Toda reação depressiva tem como base a perda do amor da mãe.
Parece sensato aprender a sofrer colapsos em situações apropriadas e desistir de conflitos desnecessários. A queda devolve a pessoa à segurança sólida da terra e permite que ela renove suas energias e forças nas fontes de seu ser. Pode-se lembrar da estória da luta entre Hércules com Anteu, o filho de Gaia, a Mãe Terra.
Não se pode construir nem uma fé sustentadora nem uma autoestima verdadeira com um interesse limitado pela vida.
Se nenhuma raiva for sentida em uma perda, nenhuma tristeza real poderá ser experimentada e não terá lugar uma lamentação adequada. É da natureza dos seres humanos protestar contra sua dor e não sufocar o protesto masoquisticamente. Logo, parece estranho que nossa cultura admire tanto um indivíduo que consegue encarar a morte estoicamente sem mostrar nenhuma emoção. Qual a grande virtude que há na repressão das emoções? Este comportamento pode revelar que o ego da pessoa domina e controla o corpo, mas também indica que um aspecto importante de sua humanidade está perdido.
Os protestos de massa que estão se tornando parte do cotidiano norte-americano são uma reação contra a submissão emocional que atrela o homem à máquina.
O amor não pode ser separado da liberdade e do prazer. Ninguém ama verdadeiramente alguém se limita a liberdade dessa pessoa ser ela mesma, de se expressar e de agir por si mesma. Por esse mesmo prisma, não se devia falar de amor e causar dor. (...) As ações do amor são ditadas pelo coração, e não pela cabeça.
Quando os pais assumem o direito de punir, colocam-se no lugar de um juiz. Devem julgar o comportamento da criança para decidir se ela merece ser punida e quanto. O próprio ato do julgamento quebra uma relação baseada no amor. O amor exige compreensão, enquanto que o julgamento exige onisciência.
As pessoas fortes têm fé e as pessoas que têm fé são fortes.
Tanto para a sociedade como para o indivíduo a fé é a força que sustenta a vida e a faz movimentar-se para diante e para cima. Portanto, é a força que relaciona o homem com o futuro.