Zelo
POR ONDE AGORA FOR
Que sua rua encha de flores
Enquanto continuo em zêlo
E que todos os seus valores
Prossigam como modelo.
Que sua cota de amores
Seja muito bem preenchida
E que dos tantos sabores
Leve a nossa guarida.
Que alcance cada sonho
E os que tivemos guardados
Deixa, deixa que eu ponho
Nos meus mais lindos lembrados.
Que não pudemos mais ir por onde
Não houvesse buraco e peso
Mas não pense, você, visconde
Que meu pulso saiu ileso!
Doendo, chora de vez em quando
Dia outro inda será rio
Não de tristeza urrando
E sim do nosso desvio.
Só que quis assim a vida,
A caneta e o maior
E o que sobrou mordida
Foi coisa linda que só!
Lembrarei, para sempre e reticências
Das boas partes e bons dias
Desejando com toda eloquência
Que ganhe de cada "seria".
Sempre daqui em reza forte
Para com o seu caminho
Juro que desejo sorte
E que arranquei espinho.
Aceite, por favor, não amassar papel
E dê a esperança, um quarto de hotel
Que seu norte vai ser lindo
E o meu sul também,
A cada novo bem-vindo
Seu nome um pouco tem.
No zelo de sua ignorância eles permanecem vivendo rascunhos, aproveitando retalhos apenas daquilo que convém, na ilusão de um dia chegar ao final que tanto buscam.
Com amor
quanto ao zelo do amor
sendo uma grande pesca afim de encontrar a sorte
quanto ao ofício de obedecer a paixão
mantive em silêncio
respeitando a ordem, a origem
e tudo que se relaciona a forma mais sutil de chegar ao coração
também tive medo, receio, que esse amor pudesse ser grande
e que não coubesse dentro das minhas expectativas
fui surpreendido, arrebatado, querendo me livrar de algo que já me possuía
então, como todo ser que deseja o amor
amei, o amor
com amor
Que inveja eu tenho
Do teu espelho
Ele te viu em dias ruins
Dias de zelo
Dias de coragem
Dias de medo
Dias sem maquiagem
Dias chegando cedo
Outros, tarde
Dias no aconchego
Os dias sem eu
Os dias com teu ego
Dias que estive perto
Dias que estive longe
Dias que me quis perto
Dias que me quis longe
Falando sozinha
Ou no silêncio de um monge
Teu espelho
Que inveja
Cada momento embaçado
Cada momento na tua mesa
Às vezes jogado
Como eu e esta cerveja.
Com tal zelo eu te dei meu endereço
Com apreço você decorou a rota
Com desprezo você fechou a porta
E foi entrando sem pedir licença
Com meia luz você sorriu fraquinho
Com inocência pediu um vinho
Com olhar baixo meio tristinho
E foi descarrilando meu coração
Com certeza arranjou desfecho
Com dúvida sussurrou um fim
Com tranquilidade sorriu pra mim
E foi desenterrando a minha aflição
Com convicção você foi embora
Com pesar mudou de sentido
Com tristeza segui sorrindo
E foi saindo sem pedir desculpa
Com o teu mal eu fiz um poema
Com desgosto foste a última linha
Com pena gargalhei sozinha
E foi assim que te eternizei
A meu amor? Todo zelo... Para exaltar-te,
Admirar-te-ei com todo o meu amor,
Pois a tua face é o meu maior encanto...
Desejo vivê-la cultuando-a de todo louvor...
Porque hei de cantá-la em versos e prosas
Para enxergar-te com os teus olhos,
Sorrir com os teus sorrisos e amar-te com o meu coração;
A alma quer plateia, zelo, nada de estar sozinha. Ela quer que outros olhos curtam seu curto vestido decotado, o sorriso do rosto com duas covinhas e todos, mas todos, os seus pelos eriçados.
A família deve apoiar os filhos nas suas investidas pela vida. Sempre com certo zelo e, evidentemente dentro das regras da razoabilidade. O suporte familiar guiará os filhos lhes proporcionado sentido e segurança – para que possam alcançar seus objetivos.
Onde o amor toca,
Tudo Floresce,
Você só sabe se é amor,
Se houver zelo em ser,
Não há Jardim que resista a falta de cuidados!
Assim é amor.
MÚLTIPLA DE TI
Meu amor,
Não tome meu zelo como autômato
De quem crê portar o visto
Do que, alheio a tudo,
A tudo viu.
A começar por ti
Estréia concebida apenas na usura fantástica
Da minha imaginação.
Não...
Essa assimetria toda combinada
Calhou de me emudecer
E na ausência de um tipógrafo
Prefiro não tipificar cadências
Tímidas
Tão pouco
Avassaladas
Em mútuo estado de contingência.
Mas me diz
Conter por quê?
Se cada letra que cravo na vida
Me parece ter sido bem disposta
À tua espera?
E não que não seja
De perecer
O usufruto do nosso tempo
Disparado e vertido de ausências
Mas não posso
(nem quero)
Viver de cronometrar despedidas
Ou derreter a parabólica
Dessa nossa curta metragem de amor sem medida
Assim tão óbvio
Erguido em terreno inóspito
E entregue em cada (tão terna)
Premissa!
Não hei de estender o poema
Pudesse amplificar paradigmas recortados
De realidade
Não penso
Que quero
Ao que sintas
Desejar-te
Posto que já te tenho
Curvo e aliterado
Sem sombra
Suor
Ou sílaba
(Saussure)
Que sussurre...
Ou Sartre
Sorte
É estar
E eu
Estou na tua
Nu(n)ca
Repartida
Em todas as outras infantes
- Tuas musas de antes -
Mas eu sou
A branca
- Bem rubra -
Eu sou a única
Que fica.