Voltei Amigo
MESA 11
Voltei pra ela dessa vez vai ser pra sempre, quem me dera.
Seu jeitinho de criança, e aqueles olhos verdes de esperança.
Me deixava feito bobo só te olhando, pensando em nossos planos!
Que ficaram guardados na minha lembrança.
Ao anoitecer, saímos pra comer.
Depois de tanto amor, para todo mundo vê!
Ainda lembro daquela mesa, seus dedos entres os meus.
Bateu coragem de dizer, que com você quero viver!
Nas minhas mão um buquê e de joelhos eu fiquei;
Lhe dei um anel de noivado, pois não quero ser só seu namorado.
De repente o mundo parou, quando o Djavan tocou.
Lhe perguntei o que foi, também gosto dele sou fã!
Ela me pediu meu celular, e pediu pra ligar.
Fiquei sem entender, o que estava pra acontecer.
Ela ligou e disse vida, te amo já estou resolvida.
Peguei meu celular, perguntei o que era aquilo?
Sem saber comecei a chorar!
Ela disse vou logo lhe contar, eu com você não vou casar!
Tem outra pessoa em seu lugar!
Perguntei quem era ele, sorrindo me falou.
Que não era ele era ela, o amor da vida dela!
O meu mundo desabou, o garçom me segurou.
Nem a conta eu paguei.
Ainda chorando eu à deixei, e pra casa eu voltei!
E mesmo hoje não superei!
Ela seguiu a sua vida, deve estar com sua marida.
E eu ainda na esperança, chorando feito criança!
Até tatuagem com seu nome eu já fiz!
Fala alguma coisa, por favor me diz.
O tempo está passando tão rápido, que amanhã fui no colégio e de noite voltei da faculdade com o meu neto, que se formou em medicina e cuidou de mim - quando eu era vivo.
Permitiste-me um abraço
deixaste-me em êxtase,
fui ao vento
voltei no tempo...
me joguei em passos
rodopiei,
corpos colados
juntos,
dancei !
Bateu saudade, bateu... voltei no tempo e lembrei ! Lembrei de músicas e toquei, cantei teus olhos e vivi...
07/11/2017
Ruas Caminhadas.
Dez anos se passaram desde que deixei a cidade,
Recentemente, voltei pra lá, meio por saudade.
Poucas mudanças, quase nada alterado,
É até engraçado, parece que o tempo ali foi parado.
Em uma década, só o mato foi aparado.
Andando por ruas onde, quando criança, corria,
De bicicleta, subia e descia sem ter medo do dia,
Percebi que cresci, mais alto fiquei,
O que era gigante, agora, miniatura enxerguei.
Por cada esquina e praça, um eu antigo eu via,
Uma fagulha do que fui, que hoje em mim renascia.
O filósofo, o questionador, o inventor esquecido,
O artista enterrado, que eu mesmo tinha reprimido.
É triste e feliz ao mesmo tempo esse reencontro,
Essa dualidade que me deixa viver sem confronto,
Revisitando o passado e o que nele deixei,
Descobrindo, de novo, os pedaços de quem sou e serei.
Lembranças
Voltei ao lugar de infância
Lembrei de diversas alegrias
Lembrei que a vida era simples
E inocente
Como é bom lembrar
Que a vida é bela
em simplicidade
Mas dado momento
É preciso viver e crescer, navegar
diferente
Mesmo na vontade de voltar no tempo.
Em Monchique nasci e ali vivi.
Aos cinco anos para Alvor desci.
A Monchique depois voltei...
Quando enfim casei! ...
Depois fui a Évora histórica terra,
Fui também a Monção terra do "vira"!
Depois de conflitos e guerra...
Para Lamego me mandaram com muita ira.
Então fiquei doente, com esta doença,
Vim para Alcobaça, terra linda,
Onde estive cinco anos ainda.
Ali aumentou esta doença. de forma imensa.
Assim a Alvor voltei, muito cansado,
Mas não de modo nenhum acabado.
Hoje em Albufeira estou neste tempo,
Onde também não ficarei, para sempre!
Sim! Voltei!... Voltei!... Voltei...Aqui!... Pois.
Sim, porque ainda que morto, qu'estou...
Esta é uma morte de vida... Pois vida eu sou.
Sabei então, o porquê, de ter voltado hoje!
Mas eu não o sei! Eu nada entendo...
Não sei... Pois nada compreendo!
Quereis saber mais?!... Mas, eu nao o sei.
Nem, eu sei nada! Nem mesmo vós, da lei...
Mas uma cousa sei, enfim: Voltei...
Sabeis porquê?! Nisto, em verdade, sei...
Porque eu vos amo... Tanto!...Tanto!...
Com este amor, meu. Só meu... Meu...
Qu'é vida!... Mas, não é igual ao teu...
Este!... É meu! Com o qual, eu ainda, canto!
Momentos
De repente tudo voltou a ser como era há muito tempo,
eu voltei a Monchique ao campo de trigo, às vinhas,
no mês de Outubro, aos socalcos de batatas e ervilhas,
À muita chuva na serra e às tempestades de vento.
Tudo voltou a ser lindo, as ovelhas pastavam nas verdes ervas
com seus borreguinhos aos saltinhos, muito branquinhos,
eu muito pequenino ia à Portela do Cano sozinho, sem pressas,
à casa da avó buscar os seus doces e bons bolinhos.
Em Alvor o mar estava calmo, e eu nadava nas águas azuis.
Depois vinha por entre as figueiras de figos de Verão,
e apanhava os figos maduros, com satisfação....
Então chegava a casa e tomava banho no tanque do campo,
sem esperar, que estes meus momentos, voltassem alguns,
quando eu fechava meus olhos, em saudade e em alegre canto!
"Fui a um baile da terceira idade,
e vi cadáveres dançando.
Voltei correndo prá minha casa,
e vi minha vozinha fazendo tricô.
-Acordei!"
Haredita Angel
01.06.18
REGRESSO
Não me pergunte
por que fugi de novo.
Não me pergunte
aonde fui,
por que voltei
nem o que fiz pelos caminhos
de ida e volta.
Não me diga
que minha ausência
provocou saudades,
também não fale
que lhe fiz falta
enquanto estive fora;
pense apenas que voltei
para ficar.
Aperte-me contra o peito
com ternura,
sem cobrança,
e deixe entrar
mais uma vez em sua vida
o homem que a ama
e cujo tempo de fuga
terminou.
Com as minhas mãos
voltei a me envolver
com o véu da noite,
não paro de pensar
em você indelével
na minha memória:
um novo capítulo
nos reserva a história.
Um subtil engendro
mágico anterior
ao próximo eclipse,
para vê-lo em disparo
viajando na suíte
e com a intimidade
requerida pelo intenso
prazer da liberdade
grandiosa e prometida.
Com os meus enleios
todos românticos,
incensos e cânticos,
esbocei caminhos
para não dar pista
do meu brio pronto
inerente ao tempo,
e permitir o inopinado.
Um segredo de estado
criptografado como
tatuagem ao arrepio
do imaginário comum,
assim levo discretado
para não dar pista
e não prestar contas
da fantasia adentro
embarcada no possível
expresso da meia-noite.
BRISA TRAIÇOEIRA.
Gosto de sentir a leve brisa da manhã
pela minha face como quem diz:
-voltei somente pra te beijar...
Beijo mansinho, cheio de carinho.
A ti o amor te dou quero que sintas...
Vem...Suspira, vibra forte
como acorde no meu coração.
Doce sublime do amor que vem
quando sentimos palpitação.
Que meu devaneio
é não sentir esta emoção.
Até que chega a noite tranquila, e já era...
solidão traiçoeira...
eu feitiçeira? quem me dera.
—By Coelhinha
Voltei à poesia
longe dela não há esperança
nem alívio, nem descanso
nem mar, nem praia, nem remanso
falemos pois de fantasia
de futuro, de passado ou de estrelas
já que o mundo perdeu objetivo
palavras não atingem compromisso
a boca que ama é a mesma que escarra
no rosto da inocência, com o mesmo afã
de confessar uma paixão, uma crença,
se confessa ódio e ausência.
Voltei à poesia
enquanto o caos se expande
e o amante esquece o beijo
enquanto um corpo cai do décimo andar
e as guerras alimentam o comércio da paz
calemos diante do absurdo, fique mudo
que importa dos homens justos seus ais
ou das mulheres estéreis o abandono
são todos labirintos esquecidos
sem pão, sem cordão, sem migalhas
sem ariadne...
Voltei à poesia
sigamos os rastros do cometa
não haverá espaço nem palavras
que contestem a ilusão estética de apolo
nenhuma ninfa subirá do lago de Narciso
para chorar a morte do poeta!
Voltei à poesia
a única razão justa de negar
ser mais um estúpido
amante da prata insaciável
e assassina da beleza!!!
Sinto o silêncio
Um vazio
E tudo o que mais quero
É ouvir
Você
Dizer
Voltei....
Esse desespero
Incomoda
E o meu desejo e te amar
Como posso te mostrar
Que eu sou seu amor
O silêncio
A distância
O tempo
O respeito por mim mesma
Um vazio preenchido
Um saudade
Uma vontade
De beijar sua boca
Sentir seu corpo
Mas a necessidade
Em ser eu outra vez
O bater a porta
O abrir
Você entrar
Um sorriso
Uma palavra
Um significado
Você
Em minha vida
Desta vez
Para ficar
Ninguém pode amar
Aquele que não se ama
Islene Souza Leite
Quando eu voltei nem quis acreditar
Aquela casa, o meu lugar
Tudo era igual na aparência
Nosso jardim
O tempo maltratou
Mas ainda havia flores
Que você plantou.