Viniscius de Moraes Mulher Geminiana
Quando os meus pensamento me levam a desacreditar nos sonhos que Deus me deu; então lembro que só preciso de um pouquinho mais de fé para acreditar que simplismente é possível.
Só vai à lona quem sobe ao ringue, mas apenas estes poderão celebrar vitórias. Aos demais restará vaiar ou aplaudir.
Minha pele ficará enrugada, flácida e manchada, meus cabelos (ou o que resta deles) brancos assim como todos os pêlos do corpo, minhas costas se curvarão, minha voz se enfraquecerá e minhas vistas não terão mais o mesmo alcance. Mas meu espírito? Meu espírito é eterno e não está sujeito à decadência seja ela física, intelectual ou moral. Porque devo me preocupar com o efêmero se o que realmente sou somente se fortalecerá e amadurecerá a cada dia de minha imortal existência?
Onde não há empatia não há Gratidão
E Gratidão da boca pra fora, não faz jus a sua Missão
Só atrapalha mais sua Evolução
Alba
Alba, no canteiro dos lírios estão caídas as pétalas de uma rosa cor de sangue
Que tristeza esta vida, minha amiga…
Lembras-te quando vínhamos na tarde roxa e eles jaziam puros
E houve um grande amor no nosso coração pela morte distante?
Ontem, Alba, sofri porque vi subitamente a nódoa rubra entre a carne pálida ferida
Eu vinha passando tão calmo, Alba, tão longe da angústia, tão suavizado
Quando a visão daquela flor gloriosa matando a serenidade dos lírios entrou em mim
E eu senti correr em meu corpo palpitações desordenadas de luxúria.
Eu sofri, minha amiga, porque aquela rosa me trouxe a lembrança do teu sexo que eu não via
Sob a lívida pureza da tua pele aveludada e calma
Eu sofri porque de repente senti o vento e vi que estava nu e ardente
E porque era teu corpo dormindo que existia diante de meus olhos.
Como poderias me perdoar, minha amiga, se soubesses que me aproximei da flor como um perdido
E a tive desfolhada entre minhas mãos nervosas e senti escorrer de mim o sêmen da minha volúpia?
Ela está lá, Alba, sobre o canteiro dos lírios, desfeita e cor de sangue
Que destino nas coisas, minha amiga!
Lembras-te, quando eram só os lírios altos e puros?
Hoje eles continuam misteriosamente vivendo, altos e trêmulos
Mas a pureza fugiu dos lírios como o último suspiro dos moribundos
Ficaram apenas as pétalas da rosa, vivas e rubras como a tua lembrança
Ficou o vento que soprou nas minhas faces e a terra que eu segurei nas minhas mãos.
Rio de Janeiro, 1935
Eu me rendo, estou desistindo dessa batalha.
Quero seu cep, seu número, não me dá
Quero foto, muito menos
Quero comunicação, você é monossílabico
Tudo indica falta de interesse
Em se relacionar
Em conhecer algo novo
Em viver novas experiências.
Talvez a distância possa ser esse desafio.
Mas perdi o ar de subir nessa montanha.
Vou dar um tempo até que essa neblina se dissipa, olhar ao redor e tentar outro caminho.
Vou pedir um café para um.
Apreciá-lo vagarosamente
no tempo de aproveitar sua temperatura. Pela janela, olhar para o nada. Pois isso me traz de volta tudo.
Tudo que vivi, tudo que senti, tudo que entreguei e recebi, dos amores, da vida.
E enfim, sorrir em gratidão
Somos todos Achiles.
Heróis de nossas batalhas pessoais.
Aclamados e também objetos de cupidez, laureados muitas vezes. Mas não devemos nos enganar.
Por mais rebelde, sempre haverá o momento de nos entregarmos à docilidade, pois não há alma, que não a deseje em seu íntimo.
E o Universo,
em Sua Sabedoria Suprema
conhecendo nosso espírito
e nossas fraquezas
criou a Música
para nos fortalecer
e manter viva
a chama que existe em nós
Somos navegantes.
Planejamos a viagem,
traçamos as rotas,
prepararamos a embarcação.
Mas quem de fato determinará
a que destino chegaremos
são o mar, o tempo e o vento.
Estes sempre parecem saber ler melhor nossos corações que nós próprios.
O Universo é regido por uma Lei Suprema.
Não há apelação, chicanas ou subterfúgios.
É A Lei.
Pode chamá-La como quiser.
Até ignorá-La.
Mas viverá sob Ela.
Não importa afirmar conhecê-La, proclamá-La.
Ela não necessita de ti, mas tu dependes Dela.
Será sábio quem apenas vivê-La.
Se somos superiores aos demais animais, por que não agimos da mesma forma, se cada animal tem seu papel na natureza, qual é o seu Homo erectus? Tenho tudo que quero não, mas com certeza tenho tudo que necessito, tuas reclamações são realmente necessárias? Não seja singular e sim pluralista. Difícil evoluir? Então quebre seus conceitos, cresça e evolua o mundo necessita, vale a pena.
A Dança da Felicidade
Na vida, a felicidade se apresenta de diversas formas, como uma dança que nos envolve e nos faz sentir vivos. É como se cada momento de alegria fosse um passo nessa coreografia da existência, onde os sorrisos são os movimentos que embalam nossos dias.
A felicidade pode ser encontrada nas pequenas coisas: no calor do sol acariciando a pele em uma manhã tranquila, no abraço apertado de um amigo querido, ou no sabor do café quente em uma tarde chuvosa. São esses instantes simples que nos lembram que a felicidade está sempre ao nosso redor, esperando para ser notada e apreciada.
Mas a felicidade também pode ser desafiadora. Às vezes, ela se esconde por trás das nuvens escuras da tristeza e da incerteza, exigindo de nós coragem e perseverança para dançar mesmo nos momentos difíceis. É nesses momentos de superação que descobrimos a verdadeira força da nossa alma e a capacidade de encontrar alegria mesmo nas adversidades.
Assim, a felicidade se revela como uma jornada interior, um constante equilíbrio entre os altos e baixos da vida. Cabe a nós aprender a dançar essa dança com leveza no coração e gratidão pela oportunidade de experimentar cada passo desse magnífico espetáculo chamado existência.
Que possamos dançar a dança da felicidade com graciosidade e sabedoria, celebrando cada momento como uma dádiva preciosa que enriquece nossa alma e ilumina nosso caminho.
"Amor mentiroso"
Em meio ao eco das promessas vazias,
Meu coração se desfaz em pedaços frios.
Palavras falsas que ecoam como lamentos,
Despedaçando a confiança em mil tormentos.
Um amor que se revelou como ilusão,
Deixando minha alma em desolação.
A dor cortante de uma traição ardilosa,
Deixa cicatrizes na minha alma amorosa.
O peso da mentira é como um fardo pesado,
Que dilacera a esperança em pedaços rasgados.
Meu coração partido clama por cura e alívio,
Enquanto tento recompor o que restou do meu cílio.
Mas no meio da escuridão, um raio de luz surge,
A promessa de dias melhores, a esperança que urge.
Pois mesmo com o coração partido e cansado,
Ainda há espaço para um novo amor verdadeiro e honrado.
Natureza
A tarde em sua pagela
A natureza os pássaros
Uma flor tão bela
Cheiro de mato brisa suave
Perfume de jasmim
Completamente me invade
Chegando a noite
Os grilos estridulam
Ao brilho do luar
As lagartas acasulam
Enfim nasce o sol
Os campos brancos com orvalho
Insetos caminham pelo trio
Desenhando seus atalhos