Viniscius de Moraes Mulher Geminiana
GRATO PELO SEU AMOR II
Vi uma vida faceira, a caminhar...
Querendo viver e brincar;
Sozinhos: eu e ela.
Louquinho para amar
Corri pra querer-la.
Esse amor que vislumbrei
Deixou transparecer que me queria.
Fiquei fascinado e feliz...
Quando receptiva, logo me quis.
Gratidão eterna
a Deus, pelo ocorrido!...
Por nos fazer queridos,
apaixonados, e recíprocos.
Graças recebi, e grato estou,
pela vida que agregou-se à minha.
E, encantado, com o que me acontecera:
viver ao lado,e amar essa doce pessoa.
(04.02.18)
Bom dia, tristeza
(com música de Adoniran Barbosa)
Bom dia, tristeza
Que tarde, tristeza
Você veio hoje me ver
Já estava ficando
Até meio triste
De tanto tempo
Longe de você
Se chegue, tristeza
Se sente comigo
Aqui, nesta mesa de bar
Beba do meu copo
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar
MEU CÃOZINHO COR DE FUMAÇA
CRÔNICA
Desde cedo tomei gosto pelas cassadas, naquela época não era proibido isso; em São Raimundo do Doca Bezerra Jesiel,meu irmão mais velho, me levou para “faxear” pela primeira vez; – uma estratégia que consiste em se fazer uma picada na floresta, removendo-se as folhagens usando para isso os ramos das árvores; e, à noite, munido com uma lanterna emparelhada à perna, piscando-a, alternadamente,faz-se muitas idas e vindas - num sentido e noutro do trilho. Até se deparar com animais silvestres tentando atravessar o caminho.
Onde são interceptados e abatidos com tiros de espingardas de variados calibres. Onde meu irmão colocava o pé eu também fazia o mesmo – a lanterna era uma só, para nós dois;se acabasse a carga teríamos de fazermos uma fogueira e esperar o dia raiar. Naquela noite não tivemos sucesso e não levamos o pretendido alimento - a caça - para casa.
Mas as caçadas com os cães,eram mais interessantes e divertidas. E, numa destas, capturamos um filhote de cachorro-do-mato,segundo os colegas mais experientes. Não os deixei matá-lo: levamos para criá-lo em casa. Cor de cinza, ele; o bichinho era uma fofura só! Um xodó da gente.Tinha uma energia!....uma vontade de viver!....e, crescia que era uma beleza. A princípio só tomava leite na mamadeira, mas com o tempo começou a comer de tudo. Era vivedor. Até seu reinado desmoronar de vez; já grandinho ‘mostrou as unhas’ e a que veio: as galinhas começaram a sumir do terreiro e ele fora flagrado matando e entrando em casa com uma delas na boca. Aí o mundo desabou por cima dele e de mim: papai com um porrete na mão e sem um ‘pingo’ sequer de misericórdia, o seguiu; verbalizando: “Nunca criei uma raposa na minha vida e não será esta que vou criar-la no meu barraco”. Fiquei a chorar pelos cantos inconsolavelmente!...com o encantamento daquela pobre alma. Mas ele tinha toda a razão, em termos do bichinho ser mesmo uma raposa. Era a própria!
(14.02.18)
A CONVERSÃO DE JAMIL VIEIRA
CRÔNICA
A conversão desse obreiro se deu no início dos anos 1980. No período áureo da extração de ouro em Redenção no Estado do Pará. Jamil, juntamente com o irmão, Francisco Vieira Filho (Vieirinha), na companhia do pai, Francisco Vieira Sobrinho (Seu Vieira) como era conhecido; deixaram Campos Belos e foram se aventurar naquele garimpo.
Por lá, não demorou muito o pai de Jamil, o tio Vieira, já havia garantido, cinco quilogramas de ouro puro. Mas logo também, esbanjou todas as cifras monetárias proveniente da venda desse minério precioso, com mulheres e bebidas.
Seu irmão, o Vieirinha sofrera um trágico e fatal acidente...
Jamil contraiu febre amarela naquele Estado, e o seu quadro clínico piorava a cada dia; votando a sua cidade de origem, foi internado às pressas na Casa de Saúde em Campos Belos - GO.
“O culto hoje vai ser maravilhoso porque Jesus vai derramar do seu poder...!” – pensei o dia inteiro nesse fragmento de um hino da Harpa Cristã.
E fora mesmo: naquele dia houve pregação genuína, renovos espirituais e salvação de almas...
Depois do término do culto, estando eu com uma condução disponível, convidei a tia Lídia a fazermos uma visita ao Jamil seu filho. Ela de imediato aceitou o convite, e lá fomos nós... Levar também a saúde espiritual para aquela vida.
Fraco e com o amarelão característico da enfermidade, mas, ainda lúcido, falei lhe do amor de Jesus e deixei com ele o “Coração do Homem”; um livreto ilustrado que me acompanha até hoje. Que, com certeza já ajudou a salvar do pecado muitas almas, mundo afora.
Mostra desenhos representativos do coração do salvo em Cristo e do que ainda não passou por essa experiência.
Aparece o Rei Jesus reinando no coração do crente e o Rei das trevas reinando no coração do incrédulo.
Evidenciando que o nosso coração é mesmo um trono: há de reinar nele, um rei qualquer.
Nunca gostei de dizer a expressão: “Ganhei uma alma para Jesus”, como muitos evangélicos dizem. Prefiro dizer: “Ajudei a ganhar uma alma para Jesus.” Porque uma alma é tão preciosa que um só não dá conta de ganhá-la.
Milagres acontecem: Jamil recebeu alta hospitalar logo depois daquele dia que estivemos com ele no hospital, e correu para a igreja... E, nuca mais saiu d'onde o Senhor o chamou. “Bem aventurado aquele servo que, quando o Senhor voltar achar servindo assim”.
Enfim, aquela minha atitude era a ‘gota d’água’ que faltava na vida desse grande ser humano o Jamil, para que ele pudesse andar nos caminhos do Senhor.
A sua permanência, testemunho e frutos, na obra de Deus, é um motivo de orgulho para todos nós da família vieira. Que Deus o conserve no seu Santo caminho! Fazendo tudo aquilo que o Senhor mandou fazer.
(15.02.18)
PAPAI ODIAVA JOGOS DE BARALHO
CRÔNICA
Papai trabalhou como caixeiro ambulante por muitos anos; quando ainda residia no Estado do Maranhão, por volta da década de 50. Sua atividade consistia basicamente na comercialização de jóias de ouro e prata. Como pulseiras, cordões,colares,anéis,alianças,brincos e relógios de pulso e de bolso; Omega Ferradura, Mido... e outras marcas.
Vendia peças novas, e também recebia peças usadas nas transações comerciais que fazia; e como bom negociante não deixava escapar um bom negócio.
Suas mercadorias eram oriundas de uma ourivesaria de Fortaleza - CE. Que fabricava e fornecia tais acessórios a ele.
O trajeto das vendas, acertos de contas e reposição do estoque, e volta para casa, eram feitos em lombos de burros - animais muito resistentes às cavalgadas em longas distâncias. Daí o motivo de papai gostar de possuir bons animais de montaria.
Não é do meu conhecimento, dele ter feito seu trabalho acompanhado de outras pessoas. Exercera essa função, o tempo todo, no fio da navalha, sozinho.
Transportando uma carga valiosa daquelas e muito dinheiro em espécie; apesar de portar boas armas de fogo e brancas, e ser uma pessoa destemida; não lhe garantia muito, sua segurança. O perigo era uma realidade constante que não poderia ser negado.
A única vez que pôde contar com a companhia de alguém nas suas viagens laborais ao Nordeste do Brasil não teve Êxito: deu errado. Trata-se do Fausto Alves seu vizinho que, casado, pai de vários filhos e, desempregado; passando necessidades com a família, papai compadecido, tentou ajudá-lo.
Deu a ele arriado, um de seus melhores animais de montaria e o apresentou ao seu fornecedor no Ceará, garantindo a sua idoneidade. Onde, imediatamente, fora lhe concedido, uma enorme transação comercial de produtos de prata e ouro. Sem nenhuma garantia formal, como cheques, notas promissórias,duplicatas...Ou outras similaridades.
O empresário da capital cearense tinha apenas como garantia, somente a palavra do homem Natanael Vieira de Morais,meu pai, como garantia da transação. Nenhum cadastro sequer fora feito constando dados pessoais e transacionais do fiador ou do comprador. Um bom nome já valeu muito e ainda é a melhor coisa que se pode ter.
Papai explicou o serviço ao moço, e regressaram, cumprindo uma programação das festas religiosas que seguia rigorosamente, pelas cidades grandes e pequenas do interior dos Estados nordestinos do Ceará, Piauí e Maranhão.
Depois de alguns dias do regresso, e de muitas boas vendas realizadas...
Hospedando-se juntos, mas, atuando comercialmente, separados um do outro naqueles lugarejos festivos... Numa cidadezinha que não me lembro do nome no momento, onde as festividades aconteciam e impulsionavam a economia local; as vendas daquele tipo de produtos, naqueles dias, eram expressivas; e portanto, iam bem.
Papai nos dizia que naquela época as pessoas tinham o dinheiro, mas, não encontravam aquilo que desejavam comprar. Como um rádio um relógio, uma bicicleta ou uma joia.
Numa altura do festejo, apareceu o Fausto, ao papai, querendo um dinheiro emprestado que, segundo ele, serviria de troco, pois seu troco havia acabado. Ok! - Então Seu Natãn sem pensar muito concedeu - lhe um montante estipulado, para os repasses de trocos aos fregueses de Fausto. E, não demorou muito lá veio Fausto novamente com o mesmo álibi: querendo mais dinheiro para trocos. Aí papai desconfiou da estória e quis saber do que realmente estava acontecendo. Foi fundo nas investigações e descobriu:
Fausto já havia virado uma noite numa casa de jogos de cartas, e continuava envolvido até o pescoço naquela maldição. Em apostas vultosas em dinheiros; e já havia perdido o apurado de todas as vendas anteriores e todas as mercadorias que estavam sob sua responsabilidade.
Papai foi à loucura!...E pagou sozinho, aquela dívida. Para zelar do nome; e odiou para sempre jogos de baralhos.
(13.02.18).
NERO MORDIA ATÉ O VENTO, MAS MUDOU DE COMPORTAMENTO
CRÔNICA
Na cidade nem tanto, mas, na roça o ‘melhor amigo do homem’ era de muita serventia, principalmente para as caçadas. Hoje nem tanto, devido à proibição dessa atividade.
Seu Romualdo, feliz da vida com o cão que ganhara de Zé de Dôra, de Monte Alegre; viu papai e foi logo contando as boas novas:
- Seu Natãn: demorei, mas encontrei o cachorro dos meus sonhos. O bicho é bão demais!...
- Como o senhor soube disso?! Já fez alguma caçada com ele?
- Não, mas vou explicar pro senhor: tudo que ele ver pela frente, parte pra pegar; numa valentia!... Num respeita nada; outro diinha desses, ele fez uma bramura: botou um caminhão pra correr.
- Passou devagarzinho, um bichão desses de carregar boi nas costas (caminhão-gaiola), lá na frente de casa e ele latia com bravura aquilo; vançando nas rodeiras pra pegar mermo. O motorista teve que sair numa velocidade..., mais ele continuava vançando tentando rancar pedaços. E foi botar o bruta montes longe... bem longe. Voltou de tardinha morrendo de canseira. Agora veja o senhor, se ele enfrentou um aranzé daqueles... se pôr esse bicho no mato pra caçar, num vai sobrar nada que ele não pegue...
Mas Nero deu pra morder as pessoas. Crianças, idosos e não havia tamanho de homem, paus, pedras... Nada fazia Nero recuar. E os problemas de relacionamento com a vizinhança foram acumulando-se de tal maneira que dentro de pouco tempo Romualdo já queria ficar livre da fera que botara dentro de casa.
Estava determinado: Iria matar o Nero. Não aguentava mais aquele suplício. Mas Florisbela, a esposa, tinha amor pelo cachorro, e saltou na frente:
- Se você fizer isso, eu te largo na mesma hora! Bela não aceitava uma atrocidade daquelas. E, mais: quando o marido se ausentava da propriedade,não contando com mais companhias, se sentia protegida, tendo Nero por perto.
Mas Romualdo, com raiva, aproveitando que Bela estava pra casa da mãe, deixou o cachorro amarrado sem proteção de uma sombra, o dia inteiro; sem comida e sem água. Queria-lhe dar um castigo.
Ainda bem que apareceu alguém para salvar o bichinho daquele sofrimento! E Filipe fora o outro anjo da guarda de Nero.
Geralmente numa crise surge alguém com alguma ideia ou sugestão interessante para resolução de um problema. Filipe, seu velho conhecido, e proprietário de um terreno pros lados da Venerana; viu que poderia aproveitar o Nero nas caçadas que fazia por lá; juntamente com seus cachorros treinados.
E garantiu que, se ele lhe desse o cão, iria dar um jeito nele, e não morderia mais ninguém. Então Romualdo não pensou duas vezes: deu o Nero de presente ao amigo. E lhe entregou também um cambão para condução do cão pela estrada.
Alguns dias depois pela manhã, choveu. E, geralmente quando isso acontecia, os caititus iam fuçar a beira da lagoa, na mata remanescente, nos terrenos de Felipe; pra comerem os tubérculos dos pés de caités, abundantes por lá.
Então o Nero teve sua primeira oportunidade de dar um passeio e conhecer de perto os habitantes da floresta...ter contato com um outro ambiente. E foram para a caçada costumeira.
Seus colegas eram treinados, e conhecia cada palmo daquele chão e os bichos que moravam nele; mas, para Nero, aquilo era um mundo totalmente estranho. Os outros cães adentraram naquela densa florestal. E Nero não parava de pisar nos calcanhares dos caçadores - o tempo todo.
E por fim, pintou a primeira e única caça no trajeto dos cães farejadores de Felipe! Cãe!...cãe!...cãe!... Nero saiu derrubando tudo pela frente pra ver o que estava acontecendo. Se fosse uma caça pequena, só daria para uma bocada das dele.
Acuaram a caça, e os caçadores correram pra lá. Na cabeça de todos eram os caititus. Mas ao chegar ao local de difícil acesso, tipo uma gruta, ainda na mata fechada, avistaram uma imensa onça pintada que não crescia mais encima de uma rocha, e ouviram os gritos desesperados e doídos de Nero - vindo no sentido contrário do enorme felino que avista.
A dor de barriga de Nero, no momento que viu o bicho, foi tão intensa que era percebível pelo mau cheiro das fezes líquidas que vazavam sem parar, do seu intestino. Nero desapareceu na floresta escura; correndo e gritando até não se ouvir mais. Caim!...Caim!...Caim!...
Infelizmente mataram a onça; e ao regressarem à sede da fazenda, perguntaram por Nero, e contaram o que aconteceu. Ninguém deu notícia dele.
Penduraram o animal no alpendre, nos fundos da casa para tirara couro depois. Não demorou e Nero adentrou-se na casa, morto de cansado, com um palmo de língua de fora, procurando uma água, uma comida, na cozinha. Olhou pro quintal e avistou a onça pendurada... Deu novamente seguido gritos, pulou para trás e desapareceu daquela casa para sempre. Caim!...Caim!...Caim!...
Com uns anos apareceu na casa de Felipe o outro dono de Nero, Seu Manoel dos Reis, que morava a muitos quilômetros de distância, no Pouso Alto, trazendo notícias dele: - Nero apareceu lá em casa e não saiu mais. Está bem!... Todo mundo gosta dele! Ponderou o senhor. E continuou com os relatos a seu Felipe:
- Tá gordo que nem um capado; não ataca as pessoas e não late. É incapaz de ofendes uma mosca. Não vai ao mato por nada desse mundo, e o seu trajeto é da lagoa do caldo pro morro do pirão. Um AMOR DE CACHORRO!
Morder as pessoas inocentes, e o vento, é fácil, quero ver é encarar uma onça nervosa.
Ainda bem que Nero aprendeu com seus erros do passado! (15.02.18)
Assim como o dia surge de mansinho clareando aos poucos,assim também é a nossa consciência com relação ao tratamento que devemos dispensar para com o nosso planeta. (30.07.15)
O caminho para a distância
Alma que sofres pavorosamente
A dor de seres privilegiada
Abandona o teu pranto, sê contente
Antes que o horror da solidão te invada.
Deixa que a vida te possua ardente
Ó alma supremamente desgraçada.
Abandona, águia, a inóspita morada
Vem rastejar no chão como a serpente.
De que te vale o espaço se te cansa?
Quanto mais sobes mais o espaço avança...
Desce ao chão, águia audaz, que a noite é fria.
Volta, ó alma, ao lugar de onde partiste
O mundo é bom, o espaço é muito triste...
Talvez tu possas ser feliz um dia.
NÃO HAVIA VISTO UMA COISA DAQUELAS!...
CRÔNICA
Militei assíduo e fielmente durante dezesseis (16) anos, em dois períodos de oito (8) anos; como membro efetivo e cooperador das lides religiosas. Numa instituição muito conceituada em todo Brasil.
Participei e vi de quase tudo naquele cenário de fé e crença.
Naquele tempo era bastante comum se ver fora, ou até nas reuniões da igreja alguém ser incorporado por uma entidade demoníaca.
Caso seja uma legião daqueles "incostos", a coisa é mais complicada para ser resolvida. Dá mais trabalho para a pessoa ser libertada.
Geralmente o fiel(eis) que intercede(m) junto ao Pai, para que tal vítima volte ao seu estado de normalidade,precisamente tem que estar com a vida no altar:
em plena comunhão com Deus. Do contrário, a libertação não será possível.
Mas, por estarmos num processo em que, se vive e aprende...
Se eu tivesse morrido anteriormente não iria ver o que vi ontem pela manhã no meu bairro.
Maria da Faca subiu a minha rua com suas amigas de gole Darlene e Glória; vindo da balada.
Tontas que nem gambá. Viraram à noite em bebedeiras no pagode da Vilarinhos.
Em frente a minha casa Maria surtou e agarrou de briga com Darlene.
Glória que já havia adentrado em sua casa foi chamada às pressas para pacificar o ânimo das amigas.
Conseguiu separar as duas, e Darlene foi embora para sua casa, logo à adiante.
Glória também retornou ao seu aposento. Maria da Faca permaneceu na rua gritando nomes feios, a Deus e o mundo.
Mas uma(s) entidade(s) satânica (s) incorporou-se em Maria da faca.
Deu um trabalhão terrível!... A rua rapidamente encheu-se de gente; a polícia fora chamada, e dessa vez não demorou muito.
Os militares não conseguiram contê-la; ela rodava que nem um pião. Dando pontapés e telequetes pra todos os lados.
Rolava no chão,nos ares e nos braços fortes dos homens da Lei; que nem um trem doido demais.
Glória que havia se ausentado, fora chamada novamente para resolver a questão. E resolveu.
Ainda meio tonta da cachaçada da noite anterior, pediu licença as autoridades presentes e repreendeu aqueles demônios.
E sua amiga voltou ao seu estado normal.
Pelo que conheço do assunto aquilo era mesmo uma legião de anjos destituídos da graça de Deus. Atormentando aquela mulher.
Gloria determinou àqueles demônios que saíssem daquele corpo,com tanta veemência, que foi impossível eles resistirem; e deixaram a dona em berros horríveis.
Parece que a Glória já sabia que havia muitos elementos das trevas naquela vida...
Pois repetia em alta voz os dizeres: “'Saiam deste corpo!... Em nome de Jesus, ele, não lhes pertencem.”... Vai entender!...
(25.02.18)
SE NÃ0 FOSSE O ESCRITOR!...
REFLEXÃO
Há muitas histórias por aí precisando ser contadas. E, sentimentos, emoções... para serem revelados.
Reflexões, para provocar o pensamento,o senso crítico.
Ensinos a serem repassados e perpetuados por meio das mais variadas didáticas, disponibilizadas em plataformas diversas.
Romances,poesias, memórias, contos, crônicas, artigos científicos... ensaios. Que poderemos lançar mão para o nosso proveito.
Mas, somente alguém com o domínio da matéria e da escrita, pôde (ou pode)se empenhar nas lides de tais produções destes produtos. ..
Faltam ainda as próprias artes e os detentores dos mais variados talentos, serem mais estimulados, difundidos... e valorizados.
Infelizmente, muitos pensadores não foram (ou não vão) adiante por falta de oportunidade ou por não buscarem uma devida projeção.
Outros, sobreviveram(ou sobrevivem)na inércia com seus dotes belíssimos, estagnados.
Não despertam ou estimulam, suas virtudes artísticas ou laborais; engavetam seus trabalhos já produzidos, da escrita, e tantos outros, que compõem o arcabouço cultural de um indivíduo e de uma nação.
Um fato:
Se não fossem os escritores do tempo bíblico para escreverem os maravilhosos textos de ensinamentos, morais e sociais;
das regras de fé e crenças, contidos no livro Santo dos cristãos - e noutros livros, esta cultura e saberes fundamentais da humanidade se perderiam no tempo e no espaço;
e uma gama de essencialidades para as nossas vidas,material e espiritual, não seriam possíveis ter chegado e permanecido conosco até hoje.
Pensemos um pouco: o que seria se, seres iluminados de toda sorte de conhecimentos seculares, não disponibilizassem suas iluminuras a nós, em suas publicações.
Se tais homens das letras, estudiosos, pesquisadores e doutores.. retivessem para si seus patrimônios intelectuais não os revelando ao mundo, nada do que usufruímos no presente, seria possível.
Portanto, é necessário que as pessoas que cultivam seu dotes somente para si, permitam seu afloramento e saiam do anonimato; se dediquem mais e mais naquilo que são habilidosos, e que lhes darão melhor prazer.Compartilhe essa dádiva com o seu próximo.
Que seus trabalhos apareçam para serem vistos, apreciados e consumidos. E, suas lides artísticas, sejam cultivadas com regularidade e paixão. Sem interrupção.
Que nossas ideias, anseios, conflitos, conhecimentos e artes, sejam registrados, produzidos e expostos aos olhos de todos.
Não guardando conosco o que Deus nos deu, para serem repartido.
Não seria interessante retermos unicamente para nós o que poderá beneficiar a muitos.
Seremos com certeza, eternizados no bem, se repartimos com quem não tem, o tudo de bom, que tivermos.
Se a nossa graça for escrever,... façamos com denodo; publiquemos e deixemos ao alcance do grande público, servindo lhe como fontes de saberes socioculturais.
Que o conhecimento não fique apenas na oralidade pois, se não houver o cuidado de um registro formal, se perderá.
Contando com a educação sempre; pois não chegaremos a um desenvolvimento humano ainda mais promissor ignorando sua lógica.
Os escritores têm no deixado seus legados de pôr no papel o que de mais relevante acontece ao seu redor, ao longo do tempo.
Seja qual for o seguimento de sua aptidão; não perca a oportunidade para deixar sua marca no mundo! Mostrando seu valor.
Se não fosse o escritor!...
(05.08.15
Seja qual for o seguimento de sua aptidão; não perca a oportunidade para deixar sua marca no mundo! Mostrando seu valor. (25.02.18)
Se a nossa graça for escrever, façamos com denodo; publiquemos e deixemos ao alcance do grande público, servindo lhe como fontes de saberes socioculturais.(25.02.18)
Devemos fragmentar nossos desafios, eles nos serão mais suaves, devemos compactar nossos objetivos, eles nos serão mais concretos.
O HOMEM SEM DEUS...
O homem sem Deus no mundo, é um mendigo errante, vivendo de léu em léu; sem rumo. Ferido e cheirando mal (18.02.17).
TODOS NÓS PODEMOS BRILHAR
O brilho do outro não deve doer na gente: todos nós, podemos brilhar com a luz que recebemos.A intensidade da nossa luminosidade dependerá da potência que dispusermos (19.02,17).
O erro é um rabinho tão pequeno que não dá pra ser visto na gente. Mas, nos outros é tão grande que salta aos olhos até de um cego (20.02.17).
De forma que, certo dia,
à mesa, ao cortar o pão,
o operário foi tomado
de uma súbita emoção
ao constatar, assombrado,
que tudo naquela mesa
- garrafa, prato, facão -
era ele quem fazia.
Ele, um humilde operário;
um operário em construção.
Olhou em volta: gamela,
banco, enxerga, caldeirão,
vidro, parede, janela,
casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia,
era ele quem os fazia.
Ele, um humilde operário.
Um operário que sabia
exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento!
Não sabereis nunca o quanto
aquele humilde operário
soube naquele momento.
POBRE CÃO!...
CRÔNICA
Não estava nas ruas por acaso...provavelmente alguém o abandonou.
Quando apenas procurava um cantinho pra se esconder e amargar seu sofrimento.
Não muito côrtes,o ordenei que saísse do meu recinto comercial - quando o adentrou no mesmo - raiando com ele severamente; devido ao horrível odor que exalava de uma bicheira, em uma de suas patinhas traseiras.Mas, de imediato, tive que rever o meu gesto: por achar deselegante a maneira como dei aquela ordem imperativa de sua retirada do local.
Com certeza naquele dia já ouvira tantas vezes o mesmo "não" de forma “Sai pra lá cachorro...!” ou pauladas, e pedradas...
Do lado de fora da loja, tentei retificar o meu grave erro, estalei os dedos e o chamei para junto de mim. Eu já desejava contar com sua amizade.Mas ele, arredio, não esboçou nenhum sinal de receptividade ou alegria.
Os bichos também têm sentimentos como a gente... Ficam para baixo, tristes,quando perdem a confiança,a saúde e o desencanto com as pessoas e com a vida.
Eu precisava fazer alguma coisa por ele, além de um olhar de piedade. Dei-lhe um pão; pelo menos assim amenizaria um pouco a dor da fome.
Mas a doença tira o apetite.Sem ânimo até pra comer, somente degustou alguns poucos nacos do alimento.
Dou o maior valor nas ONGs que cuidam desses animais: as pessoas destas instituições têm um espírito enorme e iluminado.
Duas moças passaram nas proximidades,no momento; com as mãos no nariz, disseram em coro: “sai pra lá cachorro!...” Não gostei de ouvir aquilo.
E lembrei-me de buscar um gole d’água para o bichinho... Mas,demorando achar uma vasilha adequada, ao retornar a ele, não mais o vi... E, talvez nunca mais o verei. Por isso, se pudermos fazer o "bem" não devemos demorar muito.
Pobre cão!...Se pudesse falar... pediria um socorro imediato para os seus males.Se tivesse sadio e bem tratado, bonito. Cairia na graça de todos e não sairia do braços,do sofá...da cama. E Não lhe faltaria carinho e amor; mas debilitado daquele jeito, todos o repudiavam e o enxotavam. Até eu vacilei quanto a isso,conforme relato já feito.
E ainda têm pessoa que dizem: "vida boa é de cachorro." Bom seria se pudéssemos viver um "dia de cão" abandonado e doente. Quem sabe assim daríamos mais valor ao nosso‘melhor amigo’ (21.02.17).
As vezes me pego pensando por que aceitamos o amor que acreditamos merecer, quando ainda sim merecemos mais, no entanto me lembro que cada um está onde precisa estar.