Vinho
Ouço o tilintar se aproximando,
sinto a ausência de umidade em meus lábios,
certo silêncio é rompido ao som do preenchimento do vazio,
contemplo o movimento fluído em um bailar peculiar,
percebo a formação de seus tons,
inspiro seus aromas ...
sinto-me salivar e ao lapso de um olhar sincero,
beijo a boca do cálice que me alimenta a alma ao toque de um anjo,
percebo seu corpo entre meus dentes,
roço minha língua,
degusto seu fruto levando-a ao céu,
na pausa de um sussurro sinto seu calor fugaz.
Ao meu redor sorrisos, amigos e prosa.
Um brinde aos amantes do vinho!
Acabei de quebrar uma, das duas taças de cristal que eu tinha há quarenta anos. Não preciso mais dela.
Percebi que, se beber era a forma de as pessoas se esquecerem de que eram mortais, então as ressacas serviam para relembrá-los.
Há muito tempo terminei minha refeição e me retirei da mesa onde estavam Platão e um grupo de homens embriagados. Eles idealizavam e discutiam um sentimento do qual não me recordo muito bem, mas que em vagas ocasiões acredito tê-lo vivido.
EU SOU A POESIA...
Debruçada no papel
De noite, lua e estrelas
De dia, teu favo de mel
A mergulhar em cheiro
No pomar de flores no céu.
Eu sou a poesia...
Sinônimo que tira o teu sono
na efêmera madrugada
te levando ao êxtase
do mais intenso prazer.
Eu sou a poesia...
Que ludibria os teus sentidos
E em algumas doses de vinho
Embriago a tua alma
E viro musa no paraíso.
Eu sou a poesia...
Que ao se despir pra ti
Transforma o teu olhar
E fala com o teu corpo
No insensato pensar.
Eu sou a poesia...
Que te faz dormir
No acalanto dos seios
Cobrindo o perene amor
Dos dias forasteiros.
Eu sou a poesia...
Que arranha os teus versos
Beijando-te em palavras
Vorazes, completas
Em poema, derramadas.
Eu sou a poesia...
Que ao acordar te faz poeta
De rimas, versos e estradas
Dantes vida jamais trilhada
Nas vias da tua jornada.
(Celeste Farias, BH, 20/11/2013)
Inconcebíveis
Inconcebíveis palavras são ditas
No silêncio do pensamento
Exulta, ó sensível coração!
Tua essência é como uma árvore frutífera e sedenta
Que alimenta e sacia os pobres famintos;
Vem a mim, ó doce e apetecível vinho,
Deixa o teu líquido verter pelos córregos
O teu veneno imortal;
Deem-me numa taça as borbulhas
Deste intenso vermelho sanguíneo
Manchando minha consciência
No cume da minha eterna felicidade.
Esconde no recôndito de teu coração
O jardim que tanto cuidaste
Para a farta produção dos nobres parreirais.
( _____)
Gostas de ler poesia?
Jabberwocky, uma quadrilha?
Entre loucos, uma menina
Num país de maravilhas
Papel e um tanto de tinta
Aquecem uma noite fria
Enchem a taça vazia
Pra solidão, há companhia
Uma igreja é minha vizinha
O pastor canta, prega, grita
Demônios que ele exorciza
É nisso que o povo acredita
(Deus é surdo: gritaria
Invadiu o que escrevia)
Musa que os versos inspira
Não te desapontes ainda
Teu nome com tudo combina
Jóia preciosa? Safira
Sou aquele metido a artista
Mas que não tem medo, arrisca
Que apostaria suas fichas
Quer outra pedra? Ametista
Rubro, fogo que ilumina
Perfeito, Perfeccionista
Vinho pra taça vazia
Chama a esquentar noites frias
Se estas distraída, uma dica
Na Sílaba, a vogal é a rima
Que é a espinha dorsal: poesia
Estás em todas as linhas
O verso abre uma caixinha( _____)
Um nome que não é “Maria”, (é _____)
Ajudo em te chamar de amiga? ( _____)
És tu quem terminas( _____)( _____)
Para funcionar: tem q ser ruiva, ter lido Alice, e o seu nome tem de ser algo como /aía/ Maria, Larissa, Camila, Lavínia, Regina, Letícia, etc. E também tem de prestar atenção na conjugação verbal...
“Você” rima com todas as linhas: Patrícia, Marina ou Melissa.
"Amor é um esconderijo de nós mesmos
Lá está aquele pedaço de mim
Que eu tomei com chá de camomila
Lá está aquele pedaço de você
Que eu tomei com vinho
Amor, é lá onde me guardei"
Saudade
Saudade é a ausência que não se cala,
Da presença que não fica.
Saudade são os dias que se demoram
E a hora que não se finda.
Saudade é a garrafa vazia,
Que enche de vinho o copo; tormentos.
Saudade é a madrugada que vira sol,
De um dia sem brilho, lamentos.
Saudade é a canção que entristece o olhar
E mexe na ferida aberta sem estancar.
Saudade é o braço que abraça a solidão,
É o momento que envolve emoção.
Saudade é quando madrugo lembranças
E estampo sorrisos fingidos pela dor.
Saudade é sentimento em alerta
Toque de recolher interno; revelador.
Saudade é não falar da falta que sente
E o que sente se manifesta sem consentir.
Saudade é chuva que não molha,
Verão que evapora, outono que nunca tem fim.
Saudade é turbilhão que aflora o gostar,
É terra que faz água do rio secar.
Saudade é vestir-me de ti em cores,
Abrir o mundo, arrancar dores...
É ter-te aqui, ali, fora e dentro de mim.
Quando estou completamente sozinho...
Muitos pensamentos surgem de mansinho...
Mas, só os escuto tendo ao lado uma taça com vinho!
Pedro Marcos
Existe olhar que te faz profecia, revela mistérios, sabota o comum. Existe olhar que produz sedução e libera sabores de vinho quente em noites de neve; aconchega, esquenta, amacia o coração. Existe olhar que embeleza os dias de quem o vê e encanta a alma de quem por ele é visto. É um olhar que poetiza a vida de sonhos e que faz a gente despertar numa doce e bela história de amor. Assim é o seu olhar pra mim.
"Quero outro mundo"
Te encontrei sem procurar
Você parecia estar perdida
Dançando aquela música
Você estava tão bonita
Mesmo com falta de ar
Com o seu jeito desajeitado
Você me trouxe alegria
"Vou sumir
Quero algo para beber
Meu gosto está amargo
Não sei o que fazer
Quero outro mundo
Me perdi nesse mundo
Quando descobri que meu mundo era você "
Não venha dizer que me ama
Se nisso você não acredita
De que importa existir amor
Se isso tudo é passageiro na vida ?
Não quero um amor eterno e perfeito
Prefiro meus amigos e um copo de vinho
Rejeito sua companhia
Eu escolhi ficar sozinho
Oremos para que a nova geração de lideres da igreja não siga o exemplo dos religiosos fariseus, cegos aos sinais dos tempos, que rejeitaram e crucificaram Aquele que veio para salvá-los, por amarem fanaticamente as velhas tradições. Eles não quiseram experimentar o vinho novo porque estavam viciados no vinho velho. Coaram o mosquito e engoliram o camelo!
"Bom dia", sempre digo
"Boa noite", sempre uso
O poema fica repetitivo
Da língua quase não abuso
O brincar é necessário
O poema? Involuntário
Talvez seja nisso que sou bom
Um poema como o vinho Bourbon
Com queijo, tem quem goste
No pão, ou no bolo, na frigideira toste
Fica crocante
A receita é dela
Ela queima
(Reverência)
Eu não tenho regra por aqui.
Para relaxar tenho muito repertório.
As vezes um livro, outras uma taça de vinho, uma #comédia no netflix, um desenho, um textão, cozinhar, criar novos modelos de japamala.
Andar descalça, olhar o céu, fotografar, pegar estrada me faz bem, me (re)alinha.
Eu odeio rotina porque fere meu valor de liberdade. Vira automático e perde o propósito.
Gosto mesmo é de fazer coisas diferentes , aprimorar a rotina e pôr meu toque de luz e amor.
Hoje a noite pede livro, vinho, e cobertor!
"É sempre assim...
Sou de alguém por uns dias...
Ao fim, me mando flores e uma garrafa de vinho...
Me saúdo...
Tim Tim...
Estou de volta prá mim!"
☆ Haredita Angel
É encantador não é?
A dualidade do amor,
A intensidade do prazer,
A oxitocina tomando o corpo,
Embriagando a mente,
Um assemblage de sentimentos,
Como um bom e redondo vinho,
Medo da queda,
Dor ou abandono, Um coquetel de intensidades,
Não é mesmo?
Tomemos?
Um brinde a vida!
Não! Não precisa ser bonito.
Precisa gostar da Dança,
Saber tocar a pele seguindo o compasso da música, sentindo
As notas do Vinho que exalam
Da boca beijada...
(Rubi Olindo)
Uma vida humana dura em média oitenta anos terráqueos ou cerca de trinta mil dias terráqueos. O que significa que eles nascem, fazem alguns amigos, comem muitas refeições, casam-se, ou não se casam, têm um filho ou dois, ou não, bebem muitas taças de vinho, têm certo número de relações sexuais, descobrem um caroço em algum lugar, sentem um pouco de arrependimento, imaginando para onde foi aquele tempo todo, sabendo que deveriam ter feito tudo diferente, percebendo que teriam feito tudo do mesmo jeito, e então morrem. Caem na grande escuridão do nada.