Versos pequenos
Meu nordeste brasileiro
das praias e da cultura
da barra de rapadura
da sanfona e do pandeiro
do pescador e do vaqueiro
das quadrilhas de são joão
do sol quente de verão
do cuscuz amanteigado
desse povo abençoado
e de Luiz rei do baião.
Nordestino quando some
foge da seca medonha
na distância nada come
muito faz e pouco sonha
mas honrado seja o nome
passa frio e passa fome
só não vai passar vergonha
Nordestino sim senhor
do arreio e do gibão
do vaqueiro aboiador
do roceiro e do peão
sou mais um agricultor
sou da paz do interior
que só existe no sertão.
O Nordeste é pra amar
nunca vi terra tão linda
é banhado pelo mar
onde a natureza brinda
perfeito pra visitar
e pra morar, melhor ainda.
O nordestino vai embora
quando o chão tá ressecado
se a semente não vigora
e o plantio fica encruado
em terra estranha ele chora
contando minuto e hora
pra voltar pro seu roçado.
Não queira ser perfeito
nem apagar a nossa luz
todo mundo tem direito
cada qual com sua cruz
no lugar do preconceito
saboreie um prato feito
de buchada com cuscuz.
toda resistência cala
quando a seca não tem jeito
o nordestino perde a fala
quando lhe tiram o direito
segue rumo noutra escala
a esperança vai na mala
e a saudade vai no peito.
O nordeste é pra viver
a natureza em serventia
tem o sol pra aquecer
todo corpo em harmonia
no mais lindo amanhecer
do prazer de dar bom dia.
Mesmo que esteja triste, sorria!
Porque você e nem ninguém querem fazer alguém se entristecer por sua culpa.
Vontade!
De te proteger a sete chaves.
É claro que eu fico na vontade.
Só pra ninguém tentar roubar você de mim.
Vontade!
Rir, brindar contigo todas as tardes.
Navegar à luz de velas pelos mares.
Deixar comandar, reinar em tudo aqui.
Não importa a sua classe, origem ou descendência, pois amor sem falsidade
está ao seu lado longe de aparência.
Cristal com pernas e abraços, ouro de arco íris em vasos, gotas de aço, pele macia pedindo o calor dos seus braços.
Brisa de manha de manhã, choro da chuva fina, o oceano Djavan, na voz de uma menina.