Versos de Natureza
Quem cria, fascina, recompensa. Criar é a arte de quem vive e quem vive, por natureza cria. Quantas vezes, na infância, criamos um mundo ao particular. Uma vida, um desenho com dois sóis. Ahh... quem dera, o mundo pudesse ter dois sóis. Um iluminaria a terra e o outro as almas dos que nela vivem. A alma da velha senhora, que sentada na cadeira, relembra seus feitos, velhas histórias, memórias que conta aos seus netos. Estes, por sua vez, imaginam suas vidas, futuros heróis, soldados, domadores e, como Pedrinho, é o que querem ser, porque são sonhadores. Luzes e mais luzes, o que seria do mundo sem elas? O que seria dos povos sem a janela? Tudo o que traz luz, produz, cria e recria. Reinventa, renova e rejuvenesce. A iluminação é, quiçá, o motivo de nossa felicidade. Afinal, que triste seria o mundo se fosse escuro – e, quando digo escuro, não me refiro apenas àquele apagão que os olhos enxergam, mas ao apagão da alma-.
"Ladrões existem por toda parte e em todos os partidos. Isso é da natureza humana. Verifique, porém, quais os partidos que protegem seus ladrões".
A natureza tem uma idéia original toda vez que um ser humano nasce; e, mesmo no caso do nascimento de gêmeos univitelinos, a originalidade emerge, ainda que alguns instantes a posteriori.
Temos ordem divina para mudar a natureza material. Será que estamos avaliando para onde as nossas transformações estão nos levando?
Sou uma curiosa por natureza. Eu fuço, mexo, vasculho, pesquiso, ouço, toco. Mas tudo tem um limite e o limite é traiçoeiro, porque é uma linha invisível entre o senso crítico e a personalidade própria, a auto avaliação. Ouvir porque estão todos ouvindo, pra decidir se eu também gosto. Não pode ser jamais, fazer porque estão todos fazendo. Sem justificativa nenhuma. Sem um pouco de mim naquilo. Tem coisas que eu sei que não devo fazer mesmo que outros façam. São caretices minha mesmo, porque as pessoas tem esse conceito errado de que pra viver é preciso se gastar. Não vejo onde isso é viver, mas enfim... que as experiências dos outros nos sirvam de exemplos e que nem toda prática nos leve a perfeição.
A natureza carrega em si mesma todas as marcas dos processos de renovação do amor de Deus pela criação, que acontece num ciclo infindável de misericórdia, vida, dádiva e graça. Quem consegue discernir este ciclo de cuidado, a preserva e respeita como fruto de gratidão.
Não importa se a natureza é cheia de cores, se na maioria das vezes não apreciamos sua beleza. E inconscientemente a tornamos um mero cenário monocromático.
Mãe tem a alma da natureza, que defende a cria na selva, na relva, na escola, na ponte ou no telefone. Mãe é umbigo com umbigo transmitindo emoções. Depois de certa idade, não precisa de cordão, basta olhar em seus olhos. Ela saberá. Ela saberá exatamente do que você precisa sem que tenha que palavrear uma única vogal. Mãe é o sentir inexplicável, o transbordar do fogo que acalma, é ela que lava nossa alma com sabão de amor, nos deixando novinhos em folha para um novo alvorecer na terra. Colo de mãe é espaço que não se sonega em qualquer idade. Sensação de amar a mãe é como desapercebidamente avistar na praia um golfinho. Mãe é presente enviado com fita colorida embrulhada em caixa especial com seu nome na etiqueta: De - Deus, Para - Você.
A vida por sua natureza nos traz a dádiva do sofrimento, o amor cicatriza as feridas proporcionadas por suas irregularidades.
Admiro pessoas humildes, pois reconhecem que são valiosas por natureza, essas são sabiamente mais felizes, diferente de pessoas tolas, sem caráter, que precisam pisar nos outros para se sentirem alguém. Coitados já não o sabem que já estão condenadas pela sua própria mediocridade.