Versos de Melancolia
SONETO DO FAZ DE CONTA
Agora vou fazer de conta que sou poeta
Hoje a melancolia, não terá a rima certa
O céu alvoreceu poético e com harmonia
E em meu dia tudo será somente poesia
A minha existência não é mais só o eu
Cada verso trará o laço, o meu e o seu
O que outrora era somente ociosidade
Agora, o som da vida, é pura realidade
O silêncio deixei na solidão, no canto
Não sabia onde estava, para onde ia
Eu só queria um sentido, algum valor
E na busca de um pouco de acalanto
Parecia que o fado, gargalhava e ria
Até tu chegar, com o generoso amor...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
11 de novembro de 2019 – Cerrado goiano
Em labirinto de melancolia, eis-me cativa dos teus olhos castanhos, faróis de fulgor inolvidável, que, como archotes, espancam as trevas da minha alma.
Cabrobó-PE; 05/03/25.
AGOSTO NO CERRADO ....
Não é sempre está melancolia
o morno mormaço, esta fereza
de agosto, a secura que tristeza
no cerrado, agridoce dura poesia
Bela diversidade a sua natureza
um vendaval de cores e de magia
devaneio, como é vária sua beleza
e seu renovo, insistente teimosia
Dia e noite, noite e dia, feitiça fonte
vencedor de borrasca e de empeço
e lá se tem o pôr do sol no horizonte
Tão inarrável, encarnado, inconfesso
o qual da glória doura-me a fronte
ao arrostá-lo, pasmo e fulvo excesso ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/08/2020, 18’01” – Triângulo Mineiro
REPICAR
E os sinos dobram com melancolia
Na tarde do cerrado, triste sensação
E outras tristezas, aquela contrição
Hórrido vão que o pôr do sol esfia
O aperto na alma, a sombria poesia
Vazia, sem qualquer uma inspiração
Ao canto do entardecer, fria canção
Brandindo solitária emoção gentia
Dobram, e dobram. Saudade e prece
Funéreo sentir que nem mesmo sei
Donde vem, e pra onde então finda
E eles choram a sofrência que tece
As mágoas que na desilusão eu hei
Dando ao repicar mais tritura ainda!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 13, 2021, 20’09” – Araguari, MG
ENFADA SAUDADE
Está saudade enfada que me devora
numa melancolia igualmente sentida
em uma ausência que brada e chora
aperta o ar numa sufocante batida
É uma sensação que do peito evapora
nesta aflição interior, inquieta, abatida
em mistérios duma sofreguidão sonora
que me atinge, desorganizada, sofrida
Entrego-te todo este mísero alvoroço
o sorriso, a nostalgia, a tranquilidade
quero contigo suspirar, sair do fosso
Então, não me deixe nesta imensidade
de sensações, vazio, o padecer vosso!
que me devora nesta enfada saudade...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
30/08/2021, 06’19’ - Araguari, MG
Dois anos de morte de meu 5º irmão.
MELANCOLIA
E passa o tempo, cabelos embranquecidos
Diversas outras, e mais diversa sensação
São como desejos sem vida e carcomidos
Nuns suspiros do destino soltos pelo chão
O dia se faz segundo, e a rapidez pousada
Enrijando as quimeras dos pobres mortais
Nem mesmo a tal imaginação é iluminada
E capaz de parar as frustrações enfermais
E o tempo implacável baila sem paragens
Enquanto o caimento avança impiedoso
E a ilusão, então, deita sobre as miragens
Passou, vai passando: do amor a poesia
Triste amador que não foi ser amoroso
Pois, lhe restará devaneios e melancolia...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23 setembro, 2021 – Araguari, MG
FAZ-SE NOITE
Embrulha-se o cerrado no véu negro
Num descorado manto de melancolia
O anoitecer parece sussurrante canto
Ressoando as ladainhas da Ave-Maria
E neste espetáculo de um mimo tanto
O completar do clarão de mais um dia
Esvai-se o feito num contínuo encanto
Pra encenar a lua tão cândida e luzidia
No terreiro, vaga-lumes, tão distantes
No seu bailado cintilantes e delirantes
Decoram as tardes pra na magia tê-las
Faz-se noite, que nos seja bem vinda
Linda, leve e de tranquilidade infinda
Balsamado com o cheiro das estrelas
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 janeiro, 2022, 20’44” – Araguari, MG
Becos do Cerrado
Becos do meu cerrado
Amo a tua melancolia, seca e tortuosa
Teus ipês breves. Teu devaneio encantado
De recantos de chão árido, e flora andrajosa
Teu cascalho roliço, céu cinza e enfumaçado
Deixando a alma da gente, comovida e chorosa
Do pôr do sol nos tordos galhos, luzidio, encarnado
Amo o silencioso horizonte, cheios de tal quimera
Que em polmes dourados e os olhos cheios d’água
Suspiram em poemas de rogo, tal a rudeza, quisera
O vento, em açoites nos buritis, aturando a frágua
Nas frinchas de suas folhas, e que ali então esmera
Que se defende, peleja, viceja e na imensidão vivace
Desenhando o sertão do planalto de intrigante biosfera
Como se a todos nós um canto de resistência declamasse.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de março de 2020 – Cerrado goiano
paráfrase Cora Coralina
ABANDONO (soneto)
Silêncio mudo, rente ao meu lado
Como uma melancolia a sussurrar
Há cem mil sensações a me olhar
E o pensamento vagando isolado
Tanto abraço desesperado, atado
Na imensidão do tempo sem lugar
E inspiração rútila a me abandonar
Todos os dias aqui no árido cerrado
É a solidão, cega, áspera e tão fria
E a nossa vida ficando mais breve
E as nossas mãos sem afável valia
A hora passa, e cobra a quem deve
São as horas que sentencia a poesia
O efêmero, tal a rapidez descreve...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 de março de 2020 - Cerrado goiano
MELANCOLIA
Cai a tarde lenta em brasa,
Num céu de mar ondulante,
Enquanto este vai e vaza,
Meu coração está distante
Pensando em ti, ó sereia
Que vi uma vez ao luar,
Em noite de lua cheia
Nas águas de prata, a rolar.
Que saudades sobre o mar
Meu coração lá deixou;
Tristezas de fazer chorar...
Enquanto eu não encontrar
Esse amor que lá ficou,
Farei na areia um altar...
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 08-03-2025)
Silêncio
Sinto a tristeza
Nesse deserto
Às vezes bate uma falta
Quem sabe melancolia
Mas é preciso adaptar
As mudanças e conduzir o caminho
De um vasto silêncio e suas direções solitárias
Num abismo sombrio de desespero,
O transtorno de Borderline se abriga,
Um mar de melancolia, vazio e austero,
O amor e a intensidade numa dança intriga.
Na alma, um vendaval de emoções devastadoras,
Amor intenso, mas fugaz como a madrugada,
A valorização se esvai como sombras fugidias,
Enquanto a desvalorização inflama a ferida.
A autoestima se esvai em fragmentos dispersos,
Como um espelho partido, cacos em agonia,
A busca incessante por uma identidade.
Mas na melancolia, há um chamado de esperança,
Na aceitação e compreensão do sofrimento,
A luz tênue brilha na busca da bonança.
Encontramo-nos no acaso, ou destino traçado,
para mitigar a melancolia que nos aflige.
E assim, no reflexo de olhos tristes,
surgem sorrisos mais radiantes,
como astros que brilham na noite da vida,
quando nossos olhares se encontram.
Melancolia,...
Não estão recebendo
comida,
Agonia infinita,...
Não estão aceitando
roupas limpas,
A água?
Só pode ser entregue
esporadicamente.
Você acha isso justo
ou normal?
O quê está acontecendo
com o General?
Infinita melancolia,...
Ir aos fatos e perguntar
não ofende,
Ele continua preso
injustificadamente.
Infinita agonia,...
Ninguém sabe de nada
a pelo menos três
semanas simplesmente.
UM SAMBA EM RÉ MENOR
Não é tristeza, é melancolia
um tipo fatal de abstinência
não é dor de corno nem sofrência
é a falta de beleza e poesia.
Ainda escuto, como punição
relembrando tudo que vivi
a música boa que tocava à beira mar
quando te conheci.
Sem a Bossa Nova, “Chega de Saudade”
num bar em Ipanema, que dia agradável
sem você e tudo isso
a vida não poderia ser suportável.
Ainda assim sangra a poesia
o vento sopra e traz esperança
não é desespero é falta de alegria
um tipo fatal de abstinência
não é tristeza, é melancolia...
UM SAMBA EM RÉ MENOR
Eu sou poeta, se você é poeta também, assim como eu, então sabe que a melancolia produz a centelha da poesia.
Se for poeta profundo, de alma larga, saberá descrever a dor angustiante que nos acomete sem nenhum propósito ou motivo.
Escrevi coisas profundas, de infinita beleza estética, que retirei do mais soturno abismo, para onde a melancolia imprevista me transporta.
#Melancolia_Do_Tempo!
Muitos só tem a noção do que é morar na rua
Quando Perdem o abrigo
Mas Nem todos tem a mesma Visão
Pós alguns São Cegos🥺
Eu tenho medo tudo
Tenho medo de dormir e morrer
Quando Eu penso em dormir
Fico com medo de nunca mais acordar
Eu Tenho receio de ninguém sentir saudades de mim
Eu Sei Que a morte não se foz
Morre O Bondoso e o Feroz
Até O Lento e o Veloz
Eu Tenho medo de não escutarem Mais a minha voz
Assim Como Também Temo Não Estar Mais entre voz
Quando Você Não Notarem a Minha Presença
Oque Dirão?
Será que Se Preucuparão?
Em Saber Onde Estou Se Estou Bem
Ou Serei Apenas Uma pessoa Qualquer Semelhante a Outro Alguém
Agora Escuto o 2pac Para Me Inspirar
Só Espero que Eu Seja Lembrado Como Ele🥺??
#PrimeiroaMcPoeta #Sad_Poet😔
Nem toda noite de sexta-feira é de alegria, nem toda tarde de domingo é de melancolia.
Aproveite o dia!